Censura E Marcas Sooam Como Brisas

Um Olhar Com A Verdade

A traição vem suave, sem avisar,
Dos olhos que antes eram abrigo,
Do toque que um dia soube cuidar,
E o peito fica em silêncio, ferido.

É o sorriso que antes encantava,
A palavra doce que acolhia o coração,
Agora fria, distante, não falava,
A verdade oculta, escondida na mão.

Vem de onde a gente menos espera,
De quem jurava caminhar ao nosso lado,
E no abraço, a facada sincera,
De um laço que agora está quebrado.

E o mundo desaba devagar,
Na surpresa amarga de quem confia,
Porque a dor maior é se entregar,
E perceber que tudo era mentira.

A confiança, feita em cristal fino,
Se estilhaça no chão sem aviso,
E cada pedaço, um destino,
De um amor que se foi, sem juízo.

Os olhos buscam uma razão,
Mas a alma já se encontra vazia,
E a traição, como um furacão,
Apaga o rastro da alegria.

O silêncio pesa como sentença,
Ecoando o fim que não se espera,
E a dor toma forma, intensa,
Como noite que nunca vira primavera.

Há perguntas que não têm resposta,
Nos gestos que antes eram bonitos,
Agora, a verdade se mostra,
Nos olhares antes infinitos.

E seguimos, sem ter um porquê,
Cicatrizes cravadas na memória,
Porque o mais cruel de se perder,
É trair o amor e sua história.

Um olhar traz consigo a verdade,
Mesmo quando as palavras hesitam,
É no fundo da alma, sem vaidade,
Que os sentimentos mais puros habitam.

Depois da traição que nos fez cair,
Vem o olhar, sincero, sem desvio,
É nele que aprendemos a sentir
O peso do que é falso e do que é frio.

Não há mentira que possa escapar
Quando os olhos encontram o espelho,
Na transparência de se encarar,
Vê-se a verdade em seu conselho.

O olhar revela o que a boca esconde,
Segredos que tentamos negar,
E no silêncio profundo responde
O que o coração não quer escutar.

Agora, resta apenas confiar
No brilho sincero que persiste,
Pois um olhar que sabe amar
Nunca, em silêncio, mente ou desiste.