Censura E Marcas Sooam Como Brisas

Uma Criança Confusa

Nos olhos da criança, a confusão se esconde,
Um labirinto de emoções mal resolvidas,
Ela pergunta o que o coração responde,
Mas as respostas são vagas, distorcidas.

O mundo parece um quebra-cabeça,
Peças espalhadas sem se encaixar,
O riso antes solto vira promessa,
De uma alegria que não consegue alcançar.

Os adultos falam, mas ela não entende,
As palavras se perdem no ar,
Há algo no peito que não se desprende,
Um nó difícil de soltar.

Os dias passam em cores confusas,
Ora alegres, ora cheios de dor,
E nas pequenas coisas difusas,
Ela busca sinais de amor.

As brincadeiras não têm o mesmo brilho,
Os amigos parecem distantes,
E cada pequeno estribilho
A faz sentir-se errante.

Por que as lágrimas vêm sem avisar?
Ela se pergunta em silêncio,
Será que é errado querer chorar
Quando o mundo parece tão denso?

O afeto é uma estrada tortuosa,
Ora perto, ora se afasta,
E a criança se sente ansiosa,
Com um vazio que a vida arrasta.

Olha para os pais, buscando calor,
Mas há algo que eles não veem,
Entre o abraço e o amor,
Há perguntas que não vêm.

O medo da noite cresce no peito,
O escuro parece sem fim,
E no sono, o que era perfeito
Desmorona devagar, enfim.

Ela não sabe onde encontrar
A segurança que sempre existia,
Agora, só lhe resta esperar
Que um novo dia traga alegria.

Mas o coraçãozinho ainda acredita,
Mesmo confuso, mesmo partido,
Que a vida é uma estrada infinita,
E que a luz voltará ao seu abrigo.