Décima Pintura - Capítulo 216: Galeria de Arte da Antiga Estação

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Arco 10 - Décima Pintura: Inn

A cidade A não ficava longe. Apenas quatro horas de trem.

No início do inverno, o mundo ainda mantinha a maior parte de suas cores. As árvores de bordo vermelho passavam rapidamente pela janela do trem, como se estivessem prestes a incendiar o vagão.

Ke Xun e Mu Yiran estavam sentados lado a lado no assento. Suas mãos estavam próximas uma da outra com as palmas para cima. A largura da palma e o comprimento dos dedos eram surpreendentemente similares. Num olhar superficial, pareciam a mão de uma só pessoa.

Observando-os de perto, as mãos de Ke Xun eram um pouco mais ásperas. Havia finas calosidades de vários graus nas palmas de sua mão e nos dedos.

"Veja, sua linha de carreira é longa." Ke Xun arranhou onde estava a 'linha de carreira' na palma da mão de Mu Yiran e comparou com a sua própria. "Minha linha de carreira é ruim... Mas minha linha do amor é grossa!"

Os dois cochichavam sobre as rotinas diárias.

Mu Yiran recostou-se no encosto do assento e obedientemente colocou o travesseiro de pescoço que Ke Xun deu. Seu rosto frio estava enterrado no travesseiro peludo, o que o fazia parecer um pouco simples e honesto.

Ke Xun sentiu a mão de Mu Yiran tocando a parte de trás de sua cabeça, e seus dedos se enfiaram entre o travesseiro e a parte de trás do pescoço dele, como se estivessem procurando a ponta de seu cabelo.

"Você quer um pouco de chocolate?" Uma mão se estendeu de alguém que não conseguia ler dicas sociais do assento da frente, e havia duas barras de chocolate.

Usando óculos de sol pretos, Wei Dong se virou e disse: "Chocolate não é junk food [1]. Precisamos armazenar calorias suficientes para manter nossa força física."

Ke Xun olhou para as roupas pretas e óculos de sol sérios de Wei Dong e expressou sua preocupação: "Agora mesmo, a polícia ferroviária ficou te olhando o tempo todo."

"Bem, eu também acho que esse visual me dá coragem." Wei Dong franziu os lábios e mastigou o chocolate, achando que isso era algo legal de se fazer.

Vestindo as roupas 'corajosas', Wei Dong começou a dar chocolates para Qin Ci e Zhu Haowen, que estavam sentados na fileira da frente. Ele também deu um cutucão no ombro de Zhu Haowen e disse: "Quando você vai voltar para este assento? Eu não quero ficar ao lado do Shao Ling. Ele é muito inteligente. Tenho vivido sob a sombra de colegas de classe inteligentes desde pequeno. Já tive o suficiente."

Zhu Haowen: "Eu não quero ficar ao lado de um 'homem social [2]'. Eu prefiro ficar ao lado de um médico."

Qin Ci: "..."

'O homem social' Wei Dong olhou para Zhu Haowen: "É fácil ficar enjoado lendo no trem... Espere um segundo, Haowen Er, desde quando você começou a ler livros em vez de jogar? E um livro físico também!"

Zhu Haowen folheou as páginas, aparentemente absorto na trama.

Wei Dong estava curioso: "O que diabos, ele também tem palavras!"

"Romance policial." Zhu Haowen respondeu.

"Quem escreveu? Gokyu Higashino [3]?"

"......"

Wei Dong não percebeu que havia dito o nome errado. Ele coçou a cabeça e pensou novamente: "Seu livro parece bem antigo. É da rainha dos detetives Aletha [4]?"

"Wang Shuo."

"Não zombe dos artistas por serem incultos! Ke Er e eu lemos muito Wang Shuo naquela época. Tem Quente e Frio, Medida por Medida, e tem Animais Ferozes... Ele escreveu romances policiais? Haha! Ha! Isso é muito engraçado!"

Volume 2 - Paintings of TerrorOnde histórias criam vida. Descubra agora