Capítulo 1

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Hayla sempre foi conhecida por sua determinação. Com 32 anos, advogada criminalista respeitada, não se deixava abater pelas dificuldades da profissão. Era brilhante no tribunal, mas essa manhã tinha algo diferente. Ela estava prestes a lidar com um caso que colocaria sua carreira e sua vida pessoal à prova.

O caso envolvia uma operação do BOPE, e quem comandava a equipe era o Capitão Roberto. Hayla já tinha ouvido falar dele - um homem conhecido por ser implacável em campo, firme em suas decisões e de um carisma que o tornava respeitado por todos.

Ela chegou ao quartel do BOPE, onde seria feita uma reunião para discutir os detalhes do caso. Ao entrar na sala, seus olhos foram imediatamente atraídos para Roberto. Alto, de postura rígida, com um olhar intenso que parecia desvendar segredos. Ele a encarou de volta, e por um breve segundo, ela sentiu um nervosismo que não costumava experimentar em situações profissionais.

- Doutora Hayla, eu presumo - disse Roberto, com a voz grave e firme. - Estava esperando por você.

- Capitão Roberto, certo? - Hayla respondeu, tentando manter a voz tão controlada quanto possível. - Podemos ir direto ao ponto? Tenho alguns detalhes do processo que precisamos discutir.

Roberto assentiu, mas algo na maneira como seus olhos não deixavam os dela a fazia sentir que aquilo seria mais do que uma simples reunião de trabalho. Durante horas, eles conversaram sobre o caso, discutindo os detalhes da operação que envolvia a prisão de um grande traficante. Hayla representava um dos policiais acusados de uso excessivo da força, e Roberto defendia as ações da equipe, alegando que tudo tinha sido dentro da lei.

Os dois discordavam em alguns pontos, mas havia uma tensão palpável no ar que ia além das discussões jurídicas. Hayla não conseguia negar que havia algo atraente naquele homem, com seu jeito seguro e convicto. Já Roberto, apesar de sua postura rígida, observava a inteligência de Hayla com admiração crescente.

Alguns dias se passaram, e a convivência no caso fez com que eles tivessem que passar mais tempo juntos. Certa noite, após uma longa sessão de planejamento, ambos saíram para tomar um café perto do quartel. Foi ali que, pela primeira vez, deixaram as formalidades de lado.

- Você parece não gostar muito de mim, doutora - disse Roberto, com um leve sorriso, quebrando o silêncio.

- Não é que eu não goste de você, capitão. Só que você é... - Hayla hesitou, sem saber exatamente como colocar em palavras o que sentia.

- Intenso? - Ele completou, rindo de leve.

- Talvez. Mas é mais do que isso. Eu só não costumo lidar com pessoas que são tão... teimosas quanto eu - respondeu Hayla, deixando escapar um sorriso.

Roberto a olhou por um momento, e então, como se aquele sorriso fosse o sinal que ele esperava, ele falou:

- Talvez seja isso que está nos fazendo trabalhar tão bem juntos.

Ela riu, mas dessa vez, havia algo mais leve entre eles. O cansaço do trabalho pesado foi substituído por uma conversa descontraída e risos. A noite avançou, e Hayla se deu conta de que estava sendo envolvida por algo que não esperava. O capitão a olhava de uma maneira que fazia seu coração acelerar.

- Acho que já está tarde - disse ela, tentando encerrar a noite antes que as coisas saíssem do controle.

- Sim, talvez esteja. - Roberto se aproximou um pouco mais, sua presença preenchendo o pequeno espaço entre eles. - Mas algumas coisas valem a pena serem arriscadas.

Antes que ela pudesse responder, ele a beijou, de forma suave, mas cheia de paixão. Por um momento, Hayla resistiu ao impulso, mas então se entregou. A linha entre a profissional e a mulher se rompeu ali, e naquele instante, nada mais importava além daquele beijo.

A Linha Entre a Lei e o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora