Capítulo 3: Entre o Dever e o Desejo
A mensagem de Roberto reverberava na mente de Hayla enquanto ela olhava para o celular. O sucesso da operação era um alívio, mas o que viria a seguir a deixava com um misto de ansiedade e desejo. Ela sabia que, ao responder aquela mensagem, estaria admitindo algo que vinha tentando negar desde o início: sua atração pelo capitão ia muito além do que era prudente.
“Eu sei que não deveria... mas por que não posso simplesmente me permitir sentir isso?”, pensou, enquanto respondia à mensagem com poucas palavras, mas que traziam implícito tudo o que os dois estavam evitando.
"Precisamos conversar."
Naquela noite, Hayla dormiu pouco. No fundo, sabia que sua vida estava prestes a mudar. No dia seguinte, entre compromissos profissionais e audiências, o nome de Roberto ecoava em sua mente a cada intervalo. Finalmente, o dia terminou, e ela se viu parada em frente ao quartel do BOPE. Roberto a esperava do lado de fora, encostado em seu carro, com uma expressão indecifrável.
— Hayla — ele disse, sem o formalismo habitual. Era um convite, uma tentativa de romper de vez a barreira entre eles.
— Roberto, não sei se isso é certo... — Ela começou, mas a frase morreu em sua boca quando ele se aproximou, com aquele olhar intenso que a desarmava por completo.
— Certezas são raras na nossa linha de trabalho — ele disse, a voz firme, mas com uma suavidade que ela nunca tinha ouvido antes. — Mas sei que quero estar com você. E acho que você sente o mesmo.
Ela suspirou, sem saber como responder. Sabia que era verdade. O que ela não sabia era como isso poderia impactar tudo ao seu redor. O peso da responsabilidade que carregava não podia ser ignorado, mas, ao mesmo tempo, o desejo que sentia por ele era quase avassalador.
— E se isso der errado? — perguntou Hayla, tentando ainda manter algum controle sobre a situação.
— Eu lido com o perigo todos os dias, Hayla. Se existe uma chance de que dê certo, prefiro tentar a ficar preso no "e se" — ele respondeu, segurando a mão dela, com firmeza, mas sem forçar. — Eu preciso que você confie em mim.
Era isso. A palavra que fez tudo mudar. Confiança. Ela sabia que, se cruzasse aquela linha, teria que confiar nele não apenas como capitão, mas como homem, alguém que respeitasse suas escolhas e sua vida. E, naquele momento, sentiu que poderia.
Sem mais palavras, ela o seguiu até o carro. O caminho até o apartamento de Roberto foi silencioso, mas cheio de tensão, como se ambos soubessem o que estava por vir e não quisessem quebrar o encanto com palavras desnecessárias. Quando chegaram, ele a puxou para um beijo, dessa vez mais intenso, como se todo o desejo acumulado nas últimas semanas estivesse finalmente sendo liberado.
— Eu esperei por isso — Roberto sussurrou entre os beijos, enquanto a conduzia para dentro de seu apartamento.
Hayla não respondeu. Apenas se deixou levar pelo momento, pela paixão que sentia por ele. Pela primeira vez em muito tempo, ela se permitiu esquecer o trabalho, as responsabilidades e apenas ser ela. Naquela noite, os dois cruzaram a linha que há tanto tempo os separava. E, naquele instante,
