Capítulo 7

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Capítulo 7: A Missão e o Coração

O som estridente das sirenes do BOPE preenchia o ar enquanto Hayla e Roberto, lado a lado, se preparavam para a nova missão. O clima na sala de operações estava tenso, não só por causa do perigo iminente, mas também pela tensão não resolvida entre os dois.

A missão era uma das mais arriscadas até então: desmantelar uma facção criminosa que estava ganhando terreno rapidamente na periferia da cidade. Todos os detalhes estavam sendo discutidos com cautela, mas a mente de Hayla parecia flutuar entre o briefing e as palavras de Roberto no estacionamento. Como poderia focar inteiramente no que precisava ser feito se parte dela ainda estava em guerra consigo mesma?

— Tudo pronto? — a voz do comandante soou, trazendo Hayla de volta à realidade. Ela assentiu com a cabeça, embora soubesse que, emocionalmente, estava longe de estar pronta.

O comboio saiu em silêncio, atravessando as ruas da cidade em alta velocidade. Cada segundo parecia durar uma eternidade, e a tensão era quase palpável dentro do carro blindado. Roberto, sentado ao lado dela, olhava em frente, com a mandíbula apertada e o olhar fixo no horizonte. Ele estava no modo "capitão", totalmente focado na operação. E, de certa forma, Hayla se sentia aliviada por isso. Talvez, durante a missão, pudesse se desligar da tempestade emocional dentro de si e focar no que sabia fazer melhor: o trabalho.

Quando chegaram ao local, o caos logo começou. A operação, inicialmente planejada para ser discreta, rapidamente se transformou em um tiroteio intenso. As balas zumbiam no ar, e a adrenalina de Hayla disparou enquanto ela se movia pelo terreno, seguindo as instruções do comandante.

Em meio ao fogo cruzado, tudo que importava era sobreviver. Hayla, treinada e experiente, agia quase por instinto. Roberto estava sempre por perto, seus comandos firmes e precisos guiando o time. A tensão entre eles foi substituída pela confiança mútua de quem já havia enfrentado o perigo juntos tantas vezes.

Mas então, algo deu errado.

Uma explosão repentina sacudiu o chão, lançando detritos por toda parte. Hayla foi arremessada contra uma parede, o impacto a deixou momentaneamente atordoada. Tudo ficou embaçado por alguns segundos, e o som ao redor parecia distante. Quando tentou se levantar, sentiu uma dor aguda no ombro. Olhou para baixo e viu sangue escorrendo.

— Hayla! — A voz de Roberto cortou o caos. Ele correu até ela, os olhos arregalados de preocupação. — Você está ferida!

— Estou bem... — ela murmurou, tentando se recompor, mas a dor estava tornando difícil se mover.

Roberto rapidamente avaliou o ferimento e, sem hesitar, a levantou, puxando-a para um local mais seguro atrás de uma barricada improvisada.

— Você precisa sair daqui. Vou chamar reforço médico — ele disse, a voz carregada de preocupação. Era a primeira vez que ela via a máscara do capitão começar a se desfazer no meio da ação.

— Não... posso deixar você aqui... — Hayla tentou protestar, mas sua visão começava a embaçar novamente.

— Hayla, escuta! Eu não vou perder você aqui. — Ele segurou o rosto dela com as duas mãos, o olhar intenso cravado nos olhos dela. — Não depois de tudo. Eu preciso que você confie em mim, agora mais do que nunca.

Ela queria argumentar, mas as palavras morreram em sua garganta. Sentiu a mão firme de Roberto a apoiar enquanto os reforços médicos eram chamados. Naquele momento, em meio ao caos e à dor, algo dentro de Hayla cedeu. Ela sabia, com toda a certeza, que confiava em Roberto mais do que em qualquer outra pessoa. Ele a protegeria, não importava o custo.

Quando a equipe de socorro chegou, Roberto ficou ao lado dela o tempo todo, recusando-se a deixá-la até que estivesse segura. Enquanto era colocada na ambulância, Hayla, mesmo exausta e ferida, olhou para ele com um sentimento que agora parecia mais claro do que nunca.

— Roberto... — ela começou, a voz fraca. — Eu sei o que eu quero.

Ele se aproximou, sem tirar os olhos dela.

— Eu quero tentar... com você.

O rosto de Roberto suavizou, e um pequeno sorriso apareceu em seus lábios, apesar da situação caótica ao redor.

— Vamos sair dessa, Hayla. E então veremos aonde isso nos leva — ele disse, antes de colocar uma mão carinhosa sobre a dela.

Com essas palavras, a ambulância partiu, levando Hayla para o hospital, enquanto o som das sirenes ecoava pela cidade.

A Linha Entre a Lei e o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora