Capítulo 21

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ANNA LÚCIA/ DUAS SEMANAS DEPOIS.

— Anna Lúcia, você está bem?

Alfredo me perguntou no outro lado da porta, então ignoro a sua voz em alguns instantes. Estou segurando três testes de gravidez de marcas diferentes, todos eles dando o resultado negativo, pensava que esses últimos dias eu estaria grávida. Porra, foram uma quantidade absurda de sêmen invadindo o meu útero e com os pés pra cima para facilitar a corrida. Mas, nada adiantou, nenhum feto ficou alojado no meu ventre.

— Já estou indo. — Jogo os teste no cesto de lixo e me levanto, vou a pia e ligo a torneira. Olho-me no espelho — Talvez Deus esteja me castigando.

Há dez anos atrás fiz um aborto, eram gêmeos, matei eles. Naquela época, quando tinha dezesseis anos de idade, pensava que estava fazendo a coisa certa. O Alfredo, antes de entrar na sala de operação, prometeu que iria se esforçar para criar eles e a minha irmã, mas não era o seu problema. E não também, não seria justo com ele.

Era o meu problema, estava grávida aos dezesseis anos de idade. Se a Carmen estivesse viva, os seus olhos sobre mim seria decepção, porque ela avisou e eu não dei ouvidos.

Suspirei, o pior já passou. Agora preciso me concentrar em outra coisa, o filho da puta está na cidade. Desligo a torneira. Abro a porta do banheiro, Alfredo se assustou e depois me abraçou.

— Está grávida?

O empurro gentilmente, e pego o meu chapéu em cima da cama.

— Não, mas iremos continuar essa noite. — O encaro, vejo uma mancha roxa no seu pescoço. Esteve com a vagabunda — Esteja preparado.

— Vai pra feira agropecuária?

— Sim, irei comprar alguns bois reprodutores.

Saio do quarto, ainda pensando naquela mancha. Óbvio que o Alfredo tem uma vagabunda na rua, ele é bonito e gostoso, e come a buceta de uma mulher como ninguém. E eu preciso engravidar dele logo.

No corredor, encontro a Miranda carregando a sua mochila rosa.

— Está indo aonde?

Ela se assustou e pôs a mão no seu peito.

— Indo visitar o Castiel. — Respondeu.

Ainda não acredito que a minha filhota tem sentimentos por aquele rapaz, eu desconfio dele. Ele tem um jeitinho tão estranho, morando nesse vilarejo seria perigoso para ele.

— Tá bom, só tenha cuidado.

— Tá bom, mamãe.

(...)

Estaciono a minha caminhonete no estacionamento do festival, a cada ano temos uma feira de agropecuária onde os fazendeiros mais influentes compram os seus melhores gados. Foi difícil entrar nesse ramo, todos eles tinham sobrenomes, juízes ao seu lado, policiais e delegados corruptos, aprendi da pior forma possível, quase perco toda minha fortuna e terras por causa deles. O dinheiro não te garante nada, se não houver nenhum um aliado, precisa jogar sujo.

Tive que engolir o meu orgulho e me aliar com a família Hernandez. Porém, essa parceria irá acabar mais cedo ou mais tarde, pretendo ser a fazendeira mais rica e influente nessa cidade, entretanto, para isso acontecer. Tenho que eliminar alguns concorrentes e me estabelecer entre eles.

Saio da minha caminhonete.

Pessoas me cumprimentam e depois cochicham quando me afasto delas, a maioria são homens nojentos e asquerosos, não gostam ver uma mulher no poder. De longe, vejo o Rafael Garcia, acabei com o seu negócio e peguei os seus contratos exteriores.

UM AMOR DOMINANTE - LIVRO 3 (ANNA LÚCIA E BERNARDO).Onde histórias criam vida. Descubra agora