ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ cap. 11

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SELENA REYES .ᐟ

O baixo trovejava sob meus pés, reverberando pelas solas dos meus tênis, e eu me perguntava, sinceramente, como é que a polícia ainda não tinha aparecido

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O baixo trovejava sob meus pés, reverberando pelas solas dos meus tênis, e eu me perguntava, sinceramente, como é que a polícia ainda não tinha aparecido. Eu estava sentada no chão, costas pressionadas contra a parede, observando a festa à minha volta como se fosse apenas uma espectadora. Não, pior: como se eu estivesse assistindo à reprise de um episódio de uma série ruim. Outra festa. Outra noite de corpos suados, risadas estridentes e música que ameaçava deslocar minhas costelas. Era esse o novo normal? Festas intermináveis e sem nenhum motivo real além de tentar evitar o tédio esmagador que parecia nos cercar ultimamente.

E, sim, lá estava eu. Outra vez. Sentada no mesmo lugar, com o mesmo copo vermelho na mão, fingindo que estava curtindo.

Tecnicamente, eu estava ali, certo? Mas, mentalmente? Estava a mil quilômetros de distância, provavelmente em marte.

Eu ainda estava me recuperando da surra. O inchaço no meu rosto tinha diminuído (finalmente!), mas os hematomas? Ainda estavam bem visíveis. Persistentes. Irritantes. A maquiagem fazia um bom trabalho de escondê-los, pelo menos à primeira vista. Mas, se alguém chegasse perto o suficiente, se olhasse com atenção, ainda dava para notar os tons arroxeados que teimavam em ficar.

Estiquei o corpo, sentindo minha coluna estalar em vários pontos. Meu cabelo caiu em cachos desajeitados pelas costas enquanto eu empurrava as mechas para longe do rosto. Levantei e caminhei até o banheiro, abrindo a torneira e enchendo as mãos com água fria, que bebi depressa. A água desceu como seda pela minha garganta. Lambendo os lábios, fui pegar mais. Eu não fazia ideia do porquê me sentia tão desidratada (considerando que eu não tinha feito nada remotamente exaustivo nas últimas horas, a não ser existir).

— Essa é uma maneira interessante de se manter sóbria. — disse uma voz atrás de mim.

Eu pulei de susto. Literalmente pulei, batendo a cabeça contra o espelho com um baque tão seco que eu só conseguia pensar: "ótimo, mais um hematoma para a coleção".

Nicholas estava encostado no batente da porta, os braços cruzados sobre o peito, e um sorriso brincando nos lábios. Ele estava achando a situação hilária. Porque, claro que estava.

— Obrigada — murmurei, sardônica até os ossos, esfregando a testa e tentando não gemer de dor.

Ele riu, uma risada grave e deliciosa que, se eu fosse uma pessoa mais fraca, teria me feito derreter ali mesmo.

Me virei só o suficiente para encará-lo pelo reflexo no espelho. Ele estava com a mesma camiseta preta de sempre, aquela que abraçava seus ombros largos de um jeito completamente indecente. O jeans desbotado pendia um pouco baixo nos quadris, revelando sua linha V, o que... eu provavelmente não deveria estar reparando tanto. Mas era impossível não reparar. Era Nicholas Alexander Chavez, o cara que conquistou mais corações do que você probabilmente pode contar nos dedos. Créditos para o corpo atlético, que atrai as pessoas para ele como abelhas para o mel.

DELIQUENTES, nicholas chavezOnde histórias criam vida. Descubra agora