Segunda amanheceu com um céu carregado de nuvens, como se o tempo refletisse o que Rita sentia por dentro. Sentada na sala de estar, ela estava cercada pelos documentos da herança de seus pais, espalhados pela mesa. Cada assinatura, cada linha de texto parecia um peso extra sobre seus ombros, tornando tudo mais difícil. Se passou uma hora e agora ela estava a sua última assinatura
Ela soltou um suspiro profundo e olhou para as pilhas de papéis, sentindo o vazio tomar conta de si. A sensação de estar sozinha no mundo, sem seus pais, era um buraco que parecia impossível de preencher. Rita se levantou da mesa, e foi colocar em cada pasta os papéis, ela foi até um dos armários onde sabia que algumas lembranças dos pais estavam guardadas.
Quando abriu a porta do armário, seus olhos caíram sobre uma caixa de madeira antiga, coberta de poeira. Com uma leve hesitação, ela a puxou para fora e sentou-se no chão, ao lado da caixa. Seus dedos traçaram as bordas, reconhecendo o objeto de sua infância. Era onde sua mãe guardava pequenas recordações de momentos especiais.
Ao abrir a caixa, foi como abrir um portal para o passado. Dentro, encontrou cartas escritas à mão, algumas fotografias antigas, e objetos que carregavam histórias. Uma das cartas chamou sua atenção. Estava endereçada a ela, mas nunca havia sido entregue. Sua mãe devia ter escrito, mas guardado por algum motivo.
Com as mãos tremendo, Rita abriu a carta.
"Querida Rita,
Se você está lendo isso, é porque eu não estou mais aí para dizer o quanto eu te amo e o quanto você sempre foi forte, mesmo nas adversidades. Sei que a vida não é fácil, mas lembre-se de que você nunca estará sozinha de verdade. Carregue as memórias boas com você e seja gentil consigo mesma. Não tente carregar o peso do mundo sozinha. Lembre-Se a mamãe te ama muito meu amor, e seu pai também,estamos tão orgulhosos de vc minha Ritinha. Com amor, mamãe."As lágrimas começaram a escorrer silenciosamente pelo rosto de Rita. Ela tentou se segurar, mas as palavras de sua mãe a quebraram de uma maneira que ela não esperava. De repente, todo o controle que ela tentava manter se desfez, e o choro veio com força. Pela primeira vez em muito tempo, ela se permitiu sentir a perda, o vazio, a dor.
Enquanto as lágrimas caíam, ela segurou a carta junto ao peito, como se estivesse tentando abraçar a mãe mais uma vez. O tempo parecia ter parado, e tudo o que ela conseguia fazer era se permitir sentir, sem barreiras.
Horas depois, quando finalmente se acalmou, Rita foi pra cozinha vendo Eva, sua empregada
-dona Rita, oque foi ?, seu rostinho está todo vermelho,foi o moço bonito ? Sabia que e-
-nada disso eva, o Tiago não fez nada, muito pelo contrário a presença dele aqui ia me f-
A mesma parou de falar, pois não queria assumir o fato de que Tiago, aliviava o peso que havia nela, Eva tentou falar mais alguma coisa mas Rita não deu ouvidosEla pegou a chave e saiu, sem saber exatamente o que procurava, mas com a sensação de que precisava de algo, ou alguém, que a ajudasse a suportar o peso dessa noite que estava fria.
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Do ódio ao amor: uma receita
Roman d'amourApós um rompimento doloroso, Rita procura consolo em um restaurante local, onde encontra Tiago, o cozinheiro. Inicialmente, ela é rude, mas Tiago , com paciência e gentileza, continua a tratá-la com cuidado. À medida que frequenta o restaurante, a t...