Antes que pudéssemos pular o muro, ouvimos passos rápidos.
- Ei! Desçam, não podem pular o muro! - um adulto falou; era o zelador. - Vamos, saiam daí de cima. - sem muita opção, suspirei e pulei de volta para o solo, estendendo a mão para ajudar o ruivo, que me ignorou completamente. - Dazai, pensei que não se meteria mais em problemas. Está influenciando o calouro?
Segurei o riso.
- Não, e pode não parecer, mas o tampinha é da mesma sala que eu! - disse, sendo instruído a seguir o zelador junto a Chuuya.
O ruivo tinha uma expressão emburrada; talvez ele esteja chateado.
Ao pararmos em frente a sala do diretor, Haruki - o zelador - deu três batidinhas na porta. Após ouvir uma permissão, entrou.
- Trouxe esses dois. Vi eles tentando pular o muro da escola. - explicou, cumprimentando o diretor e saindo em seguida, nos deixando a sós com Yukichi Fukuzawa.
- Dazai, combinamos de você se esforçar mais esse ano, lembra? - perguntou, e eu assenti. De certa forma, me senti culpado; sinto que Fukuzawa realmente se preocupa comigo. - Vamos tentar de novo, tudo bem?
- Certo, desculpe.
- Mas, o que você estava fazendo junto ao novo aluno? Chuuya, certo? Seja bem vindo. - cumprimentou, oferecendo um sorriso gentil a Nakahara, que agradeceu.
Eu não respondi sua pergunta e o ouvi suspirar. - Sabe que não pode guardar tudo apenas para si, não sabe? Não precisa carregar a culpa sozinho. Por agora, vou dar apenas uma advertência. Podem sair, voltem para suas aulas. Vocês dois ficaram responsáveis por limpar suas salas.Após sua última fala, saímos de sua sala, andando preguiçosamente pelos largos corredores, que agora estavam mais quietos.
O recreio provavelmente já havia acabado e eu sequer tive tempo para comer, o que, de certa forma, não faz tanta diferença, já que eu quase nunca como aqui.
Chuuya ainda parecia emburrado.
[...]
O restante das aulas foi normal; me peguei dormindo na maioria. De vez em quando minha atenção ia para Nakahara, me fazendo segurar a risada pela sua expressão de concentração.
E então, o sino que indicava o fim das aulas tocou. Já havíamos avisado ao professor que iríamos limpar a sala por conta da suspensão, e ele passou o recado para o restante da turma, só uma pergunta: Por que? Mó intrometido.
Após pegarmos os produtos necessários, começamos a limpar. Chuuya estava apagando o quadro e eu varria.
| 17:30
Finalmente acabamos, não aguentava mais..
Suspiro - Chuuya, eu vou guardar as coisas. Pode ir.
Vejo o ruivo assentir e sair rapidamente pela porta.
Sigo em direção à sala de limpeza, organizando os produtos e não tardando a sair. Ao passar pelo portão, avistei Chuuya entrando em um carro. Virei meu rosto e segui o meu caminho até a estação. Ao chegar, não demorei para entrar no metrô, colocando meus fones e minha playlist, fechando meus olhos, relaxando ao ouvir a melodia.
Aos passar dos minutos, a porta se abriu e eu saí rapidamente por ela, seguindo o caminho para a minha casa.
Sinceramente, isso não me anima nem um pouco, afinal quando eu chegar não haverá ninguém me esperando. Ninguém.
As ruas estão vazias, sendo apenas iluminadas pela luz da lua, das estrelas e dos postes. Ao virar em algumas esquinas é possível ver becos escuros, e o único som audível é os do meus próprios sapatos quando ando.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Soukoku - O Meu Doce Sofrimento
De Todo"Eu acredito que até os mais miseráveis devam saber como é a arte e o sofrimento de estar amando e sendo amado." - Osamu Dazai Osamu Dazai, um jovem adolescente de 16 anos com um humor um pouco peculiar, acabou conhecendo um baixinho de pavio curto...