I - Feliz aniversário - pt. 1

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14 de Março de 2021

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14 de Março de 2021

Fecho a porta lentamente, evitando qualquer ruído que pudesse perturbar o silêncio que reside em cada canto mal-iluminado da mansão, e ando nas pontas dos pés sobre porcelanato frio do corredor.

Mesmo usando meu pijama quente com a estampa de vaca, sinto um leve arrepio cada vez que as pontas dos meus pés tocam no chão frio, tendo perdido minhas pantufas na noite passada e me recusando a usar outra.

A escuridão no final do corredor não me assusta mais, assustava um pouco a pequena Stella e era a desculpa perfeita para andar de mãos dadas com a mãe sonolenta até a biblioteca e ouvir a sua voz até pegar no sono deitada em seu colo e acordar no quarto no dia seguinte.

A pequena Stella tinha um pouco de medo dos corredores escuros porque era onde ela não conseguia ver o que estava a sua volta, algo poderia pegá-la e ninguém a ouviria, mas sentia-se protegida em seu quarto ao lado do dos pais porque eles a ouviriam se alguém a pegasse. Mas agora o quarto de seus pais está vazio, seu pai dormindo em um corredor afastado.

Caminho rapidamente, mantendo o livro seguro na mão. Seguro firmemente o corrimão enquanto desço os degraus com passos lentos e a respiração presa, mesmo que descesse e subisse aquela escada todos os dias desde que aprendi a subi-lá sozinha, continuava insegura. Eu não gosto de escadas, então minha única opção é agarrar o corrimão com força e pensar em algo que não seja a possibilidade de tropeçar no meu próprio pé e cair.

Chegando no andar de baixo, continuo a andar pelo corredor escuro tocando as paredes para me guiar até a porta dupla de madeira com padrões antigos, entrando nela. Olho para os cantos escuros, a única iluminação ali era a luz que entrava pelas frestas das cortinas das grandes janelas na parede oposta.

Sinto um estranho frio na espinha que não está relacionado à temperatura e sim à horrível sensação de ser observada. Rapidamente, ligo as luzes e consegue enxergar as prateleiras cheias de livros que adornavam as paredes, o violino ao lado do grande piano antigo no centro, uma mesa de escritório na frente das janelas e duas escadas laterais que dão acesso ao segundo andar, onde havia mais livros e documentos.

“Eu estou sozinha. Está tudo bem. Eu estou definitivamente sozinha.”

Fecho a porta atrás de mim e ando lentamente até uma estante específica, a minha favorita, a parte reservada para os livros da minha mãe. Erguendo a mão livre, arrumo a posição de um livro para encaixar o que estava segurando.

Meus olhos correm pelos títulos e param sobre o primeiro livro dela. Já li esse livro incontáveis vezes, sei o que acontece em todos os livros dela, na verdade, mas não me canso de ler. Bem, aquele não era o primeiro livro que ela escreveu, apenas o que ela publicou. Meu avô disse que ela escrevia desde os 13 anos, mas o primeiro livro só foi publicado quando ela tinha 19 anos com muito incentivo dos meus avôs.

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