Capítulo 2 - Ascensão ao Regimento de Elite

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As ações de Alexei chamaram a atenção do comando do regimento, que reconheceu nele um potencial inegável para missões de elite. Além disso, sua experiência em combate, sua frieza sob fogo inimigo e sua resistência física o tornavam o candidato ideal para integrar uma unidade especial.

Ferido e desgastado pela guerra, Alexei recebeu a oferta para ingressar no regimento. Era uma oportunidade rara, que poucos soldados regulares conseguiam alcançar. Para Alexei, porém, aquilo representava mais do que uma honra; era uma nova chance de refinar suas habilidades e, talvez, encontrar um propósito maior. Ele aceitou o convite sem hesitar.

Agora, com o sangue de seus camaradas e inimigos ainda frescos em sua memória, Alexei se preparava para um novo capítulo de sua vida. Integrar o 45º Regimento Paraquedista significava ingressar em um grupo de soldados de elite, preparados para lidar com as missões mais difíceis. Era o próximo passo em sua jornada de sobrevivência, vingança e, quem sabe, redenção.

Após o massacre em Komsomolskoye e sua impressionante defesa solitária, Alexei foi transferido para o 45º Regimento Paraquedista da VDV, onde sua vida como soldado tomou um rumo completamente diferente. A transição para o regimento de elite foi brutal, com exigências físicas e mentais ainda maiores do que as que já havia enfrentado no campo de batalha. Mas, para Alexei, aquilo representava mais do que um simples novo começo. Era uma chance de aprimorar suas habilidades e, finalmente, transformar-se na arma perfeita — tanto para a Rússia quanto para seus próprios objetivos pessoais.

O 45º Regimento Paraquedista era conhecido por ser um dos mais exigentes das Forças Armadas Russas. O treinamento físico era exaustivo, com marchas forçadas de 60 quilômetros com carga completa, exercícios de combate desarmado em que cada erro era punido com golpes dolorosos, e saltos de paraquedas em condições extremas. Não bastava ser forte fisicamente, era necessário ter controle absoluto sobre o corpo e a mente. Para Alexei, essas dificuldades pareciam pequenas comparadas à guerra que ele já havia travado em seu coração. Ele suportava tudo com uma frieza metódica, tornando-se cada vez mais forte e disciplinado.

As habilidades de combate de Alexei se destacaram rapidamente. No treinamento com armas de fogo, ele escolheu o AK-74M, um fuzil de assalto versátil, confiável, de longo alcance e ideal para a adaptação a várias situações de combate. Ele personalizou sua arma com uma mira óptica PSO-1 e um supressor, ideal para missões de infiltração e combate de média distância. Sua escolha não era apenas estratégica; a familiaridade com o fuzil e seu design o tornavam uma extensão natural de seu corpo em combate. Alexei se destacava em atirar de forma precisa mesmo sob intenso estresse, fazendo dele um franco-atirador e operador excepcional.

Além do combate regular, os soldados do 45º Regimento eram treinados em operações especiais de reconhecimento, sabotagem e infiltração. Alexei aprendeu técnicas de sobrevivência em condições extremas, desde o árido deserto até as montanhas cobertas de neve. Ele passou por treinamentos em combate urbano, sendo preparado para lutar em qualquer terreno. No campo da inteligência militar, foi instruído a operar silenciosamente atrás das linhas inimigas, recolhendo informações e eliminando alvos de alto valor.

Com o passar dos anos, as capacidades de Alexei chamaram a atenção de seus superiores. Não apenas sua habilidade no campo de batalha era notável, mas também sua habilidade em manter a calma sob circunstâncias extremas. Sua liderança natural emergiu em situações em que outros falhariam. Após várias missões de sucesso, ele foi promovido de Starshina (sargento-chefe) a Mladshiy Leytenant (tenente júnior), recebendo a responsabilidade de liderar pequenas unidades de elite em missões críticas.

Cada promoção era uma demonstração de que Alexei não era apenas um soldado comum. Ele assumia o comando com uma autoridade silenciosa, sendo respeitado por sua eficiência, mas também temido por sua intensidade. Seu foco implacável nas missões e a falta de apego emocional a qualquer coisa além do dever o tornavam um líder diferente. Ele era um exemplo de perfeição técnica, porém, também um enigma distante.

Como parte de suas novas funções no regimento, Alexei foi enviado em diversas missões secretas que nunca seriam relatadas oficialmente. Essas operações o levaram a territórios estrangeiros, atuando em conflitos não declarados ou "cinzentos" da política internacional. Em missões de reconhecimento profundo, ele foi enviado à Geórgia, Ucrânia e Síria, onde as forças russas operavam secretamente, buscando desestabilizar governos ou eliminar figuras específicas. Em uma dessas missões, ele infiltrou-se por semanas em um campo de insurgentes no Oriente Médio, fornecendo inteligência valiosa que permitiu à Rússia realizar um ataque de precisão que destruiu a liderança do grupo.

Em outra operação, no Cáucaso, ele liderou uma equipe de reconhecimento que desmantelou uma célula terrorista antes que ela pudesse realizar um atentado em uma grande cidade russa. O sucesso dessas operações dependia não apenas de sua precisão e frieza, mas de sua capacidade de se adaptar a qualquer circunstância — seja eliminando alvos com tiros à distância, seja em combates corpo a corpo em terrenos irregulares.

Foi durante essas missões que ele começou a ganhar notoriedade dentro dos círculos militares e de inteligência russos. A GRU (Glavnoye Razvedyvatel'noye Upravleniye), a agência de inteligência militar, começou a observar suas habilidades com interesse.

Seu nome era frequentemente mencionado em relatórios que descreviam soldados com potencial para infiltrações mais profundas e complexas. Alexei representava o tipo de operador que o GRU procurava: disciplinado, eficaz e, sobretudo, discreto. Ele não procurava glória ou reconhecimento; apenas cumpria sua missão com precisão letal.

No entanto, enquanto Alexei subia na hierarquia e conquistava fama como soldado de elite, ele afundava cada vez mais na solidão. O homem que havia perdido tudo em um atentado ainda carregava as cicatrizes da tragédia de sua juventude. Ele raramente falava sobre sua família ou sua terra natal, e poucos, se é que alguém, sabiam sobre Anya, sua noiva perdida.

Para seus colegas, Alexei era uma figura impenetrável, alguém que parecia não ter laços com o mundo. Enquanto outros soldados mantinham contatos com suas famílias ou formavam amizades dentro das unidades, Alexei permanecia distante, quase como uma sombra.

Nos tempos de descanso entre as missões, ele frequentemente se isolava. Sentava-se em silêncio, longe dos outros, limpando suas armas ou revisando seus mapas. Ocasionalmente, olhava para o vazio, perdido em pensamentos que nunca compartilhava.

A guerra havia consumido tanto de sua alma que ele não sabia mais o que era a vida além dela. Sua busca por vingança o transformara em algo mais do que um homem — ele agora era uma ferramenta da guerra, uma máquina de combate que não sabia como viver fora do campo de batalha.

Alexei estava cercado por camaradas, mas profundamente sozinho. Ele evitava qualquer laço emocional, consciente de que qualquer vínculo poderia ser destruído, assim como sua família foi. Isso o deixava ainda mais imerso em sua rotina militar. O vazio da perda e o silêncio que vinha após cada missão bem-sucedida pesavam sobre ele, mas era um fardo que ele carregava com a mesma frieza com que carregava seu fuzil.

Com suas habilidades já amplamente reconhecidas e seu nome frequentemente mencionado em círculos de elite, o GRU começou a cortejar Alexei para missões ainda mais delicadas e clandestinas. A agência via nele um operador que poderia realizar missões de infiltração, eliminação e sabotagem em áreas sensíveis sem deixar vestígios. No entanto, mesmo essa nova oportunidade carregava a promessa de mais solidão e afastamento.

Para Alexei, isso não importava. Cada passo o levava mais longe de sua humanidade, mas também mais próximo de se tornar a arma perfeita que ele sempre quis ser. Dentro de seu coração, o vazio ecoava, mas isso só o tornava mais focado. Ele era agora um homem sem propósito além da missão, sem laços com o passado, exceto pela lembrança distante de uma família perdida e um amor que nunca seria recuperado.

Seu próximo destino estava nas mãos do GRU. O homem que um dia havia sido um jovem cheio de esperança e sonhos cossacos agora se tornara uma sombra silenciosa, vivendo nas bordas do mundo, pronto para enfrentar o próximo desafio.

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