Capítulo 30

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______Capítulo 30 – Estou aqui_______

Sugestão de música para o capítulo: A thousand years da Christina Perri.

“Eu tenho morrido todos os dias esperando por você. Querida não tenha medo, eu tenho te amado por mil anos. Eu vou te amar por mais mil”.

Pov Juliette

Acordei ao som de batidas que pareciam vir da porta de entrada da casa de Maria. Sarah se mexeu com um suspiro alto, seu braço enrolado protetoramente na minha cintura. Ela segurava-me a noite toda. Não havíamos feito nada a não ser ficar abraçadinhas e de conchinha, mesmo que sua ereção dissesse que ela queria muito mais. Havia algo diferente. Ela estava diferente. Alguma coisa tinha aparecido em seus olhos. Alguma coisa irrevogável e grande demais para lidar naquele...

Com o rosto meio coberto pelo travesseiro, olhei para o relógio e vi que eram pouco mais de dez da manhã. Como aquilo tinha acontecido? Deus, eu nem sequer me lembrava de ter pegado no sono.

– Quem é que está fazendo esse barulho, porra? – grunhiu Andrade, com o rosto na minha nuca, pressionando sua ereção matinal deliciosa contra minha bunda – Eles precisam calar a boca e me deixar voltar a dormir, caralho – bocejou – Eu estava tendo uns sonhos ótimos.

Bufei e virei-me para ela, sorrindo ao ver seus olhos adoravelmente sonolentos e passando a mão pela pelve de seu pau.

– Posso sentir o quanto eram bons.

Sarah suspirou e ergueu os quadris da cama, buscando por minha mão.

– Não finja que não está adorando – franzi a testa quando as batidas cessaram de maneira abrupta e o som de gritos, com palavras inaudíveis, ecoaram até ao nosso quarto. Um vinco de preocupação surgiu entre as sobrancelhas de Andrade e ela se ergueu sobre os braços – Que diabos está acontecendo?

Sacudi a cabeça, odiando o medo intenso que subia por minhas costas.

– Não faço ideia.

Saeah ficou a postos, protetora e alerta.

– Vou dar uma olhada.

– Não – disse, segurando seu braço enquanto ela afastava os lençóis – Eu vou.

– Pêssegos – murmurou com um brilho irritado nos olhos.

– Está tudo bem, eu vou...

– JULIETTE FREIRE!

A bolha em torno de nós explodiu de forma apocalíptica quando a voz esmurrou a porta do quarto. A minha pele se arrepiou em um horror frio, enquanto meus olhos se enchiam de lágrimas, causadas pelo medo e pela fúria absoluta.

– Mamãe.

– O quê? – tossiu Sarah, levantando-se de imediato, os olhos arregalados – Sua... sua mãe?

Assenti com a cabeça, como um robô, apertando as cobertas em minhas mãos.

– Juliette, venha aqui! Sei que está aí com ela!

Fechei os olhos, incapaz de olhar para Andrade.

– Fátima, acalme-se.

A voz de Maria passou por debaixo da madeira.

– Não, não vou me acalmar. Como você pode receber uma desconhecida na sua casa? Como pode permitir que isso aconteça debaixo do seu teto?

– Porque é o meu teto, Fátima, e sou sua mãe. Não devo obediência a você.

Houve um instante de silêncio, o tom ácido nas palavras de minha avó chiavam no ar.

– Melhor eu ir – murmurou Sarah, dando a volta na cama.

Desejo Proibido - Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora