Capítulo 12

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_____Capítulo 12 - Metáforas sexuais_____ ____pervertidas____

"O amor é a força mais sutil do mundo".

Pov Juliette

Puxei a bolsa para cima do ombro enquanto entrava na biblioteca e caminhava em direção à enorme mesa da recepção, sorrindo para a Sra. Latham, que trabalhava na biblioteca havia décadas. Ela estava lá no dia em que a Sala de Leitura Lourival Feitosa foi inaugurada, depois que meu pai morreu.

- Boa tarde, Juliette - disse ela, empurrando os óculos para cima do seu pequeno nariz.

Todo o seu rosto, contornado por cabelos castanhos grisalhos, se enrugou quando ela sorriu.

- Boa tarde, Sra. Latham. Você parece bem.

- Obrigada. Você vai usar a sala de leitura? - ela deu uma folheada no livro de agendamentos em sua mesa.

- Vou - entreguei uma folha impressa para ela - Reservei esse dia e horário indefinidamente.

- Ah, aqui está, querida - ela me entregou o formulário de registros, que estava em branco e assinei meu nome.

- Quando minha aluna chegar, você pode pedir que ela venha diretamente até mim depois de assinar?

- Claro Sra. Freire.

Vaguei pelo prédio irretocável, indo na direção da sala de leitura construída como parte dos desejos que Lourival deixou em seu testamento. Sempre amei ler, e meu pai quisera criar um lugar onde não apenas eu mas outras pessoas também pudessem perder-se nas páginas dos livros. O plano dele era fazer isso antes dos 50 anos, o que nunca aconteceu.

Larguei a bolsa em uma das largas mesas de carvalho e me sentei. Peguei todo o material para que eu e Sarah pudéssemos começar a trabalhar imediatamente. Não queria perder tempo. Já ficava nervosa demais na sua presença. A verdade era que já tinha finalmente aceitado que tinha uma queda por ela.

A lembrança de Sarah tão civil, ao deixar Arthur Kill voltou à minha memória. Seus cabelos bagunçados, seu corpo coberto por uma camiseta e jeans apertados...

Por que Sarah tinha que ser tão gostosa?

Sua boca, seus olhos verdes, seu sorriso. Também não tinha conseguido desviar os olhos da sua tatuagem. Labaredas deliciosas de tinta preta decoravam a pele dela do cotovelo de um braço até ao pulso do outro, as linhas, ilustrações e palavras intrincadas que não conseguia entender direito eram deslumbrantes. E sexy, muito sexy.

Droga. Estava um caco. Tudo o que queria era agradecer pelo presente de aniversário incrivelmente atencioso que ela tinha me dado, mas acabei gaguejando feito uma idiota. Aquilo foi tão estúpido, e não apenas porque era a professora e ela minha aluna. Sarah era de um mundo diferente e isso nada tinha a ver com seu passado criminal, embora ela fosse definitivamente uma complicadora.

Ela era irritadiça e teimosa, hostil e preguiçosa. Era tudo aquilo de que deveria fugir gritando. Mas não conseguia negar que ela era também inteligente, sensível e engraçada. Deus, que bagunça. Por que ela não podia ser uma mulher normal? Como Viviane.

Dei uma olhada no celular. Viviane tinha mandado duas mensagens para desejar boa sorte com Sarah e contar que estava pensando em mim. Ela era gentil, mas aquela inquietação ainda perdurava. Será que Sarah era o motivo pelo qual me sentia tão desconfortável com Viviane? Será que ela era a causa do peso em meu estômago, do desconforto, do sussurro de desconfiança e a razão pela qual meu coração disparava?

Droga. Tirei o cabelo do rosto. Aquilo já tinha ido longe demais. Sabia que precisava crescer e parar de agir como adolescente. Aquela era a primeira aula particular com Sarah fora de Arthur Kill e, por Deus, iria agir como a profissional que era. Decidida, cruzei as pernas e esperei. À medida que os minutos passavam, meu pé começou a bater no chão. Quinze minutos se passaram e ainda estava sozinha. E, agora, furiosa.

Desejo Proibido - Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora