Capítulo 22

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_______Capítulo 22 - Obrigada_______


Antes de começar, aproveitem bem esse cap e leiam em um lugar privado rs

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"Eu não sabia o que era gostar de alguém até você aparecer na minha vida e mudar tudo de uma vez, para sempre".

Pov Sarah

Não sabia ao certo quanto tempo tinha andado de moto pela cidade. As únicas coisas que sabia era que estava completamente encharcada e que havia uma garrafa de Jack Daniel's com três quartos de uísque em minha mão. Levei Kala de volta à garagem e estacionei, acionando o descanso lateral para que parasse em pé. Debrucei nela, passando a mão pelo banco de couro onde Juliette tinha se sentado atrás de mim, em torno do meu corpo. Minha mão tremia, então tomei um bom gole de uísque, soltando um som agudo e prolongado com a queimação. O único conforto que encontrava no calor da bebida era saber que ainda era capaz de sentir alguma coisa. Bufei em desdém e dei mais um gole. Mentirosa. Porcaria de uma mentirosa.

Com os pés pesando como chumbo e o corpo vazio, peguei as escadas, subindo os seis andares até meu apartamento. Não ligava para quanto tempo aquilo iria levar ou para o fato de que teria sido mais fácil pegar o elevador. Tudo o que importava era conseguir chegar até minha cama com meu Jack Daniel's e rezar para dormir por dias a fio. Abri a porta da escada com o ombro, cambaleando um pouco, e congelei com a visão que tive.

Sentada, enrolada como uma bola na porta de meu apartamento, totalmente encharcada e tremendo, estava Pêssegos. Soltei o corpo contra a parede. Um alívio que quase fez-me desfalecer desceu por minhas costas como água quente. Apesar do rímel que cobria metade de seu rosto e do cabelo pingando por todos os lados, ela nunca tinha estado tão linda.

Ficamos olhando uma para a outra por uma eternidade, palavras flutuando entre nós, palavras grandes demais para um corredor tão pequeno como aquele onde nos encontrávamos. Com uma força que não sabia que tinha, afastei-me da parede e comecei a me aproximar dela, lenta e cautelosamente, como se estivesse indo em direção a um animal selvagem. Estava a poucos centímetros quando ela se levantou e largou o peso do corpo, molhado e pesado, contra a porta do meu apartamento. Juliette parecia tão cansada quanto eu. Com os olhos fixos nos dela e sem dizer uma palavra, peguei as chaves no bolso e a enfiei na fechadura para destrancar a porta. Não tinha certeza, mas acho que a ouvi inspirar fundo quando me aproximei. Mas não ligava. Queria que ela fizesse aquilo. Queria qualquer coisa que ela estivesse disposta a me dar. Se eu era a porcaria de uma mentirosa, então seria a porcaria de uma mentirosa dela.

Pêssegos entrou meio hesitante no apartamento. Larguei a garrafa de uísque no balcão ao lado das xícaras de café que ainda estavam ali desde aquela manhã, quando tudo eram flores e arco-íris, e virei-me para ela, tirando a jaqueta. Juliette estava ensopada e tremendo de frio.

- Merda - murmurei - Você precisa de uma toalha.

Fiz menção de sair dali, de ir ao banheiro, mas Pêssegos me impediu colocando as mãos com firmeza em minha cintura e pressionando a testa com força no meu peito. Meu corpo tremeu violentamente com aquele contato. Não podia me mexer. Não sabia o que fazer. Na última vez em que tentei tocá-la, ela havia gritado e fugido. Não poderia suportar aquela situação de novo. Então, fiquei ali sem me mexer, vendo seus ombros sendo sacudidos por soluços. Queria acariciar suas costas ou tocar cuidadosamente em seu cabelo... Mas, porra, eu não ousaria.

- Me desculpe - sussurrou. Suas mãos apertaram as laterais do meu corpo com força, a água de minha camiseta escorrendo por seus dedos. Minha garganta se fechou. Gradualmente, fui sentindo suas mãos deslizarem por meu peito, até meu pescoço enquanto ela erguia a cabeça, conectando nossos olhos - Me desculpe mesmo - seus pequenos dedos tocaram minha pele, sua respiração batendo furiosamente em minha clavícula, deixando-me louca de desejo - Me... Oh, Deus, Andrade. Me desculpe - tentei me livrar do nó enorme e emocionado que bloqueava minha garganta enquanto Juliette continuava sussurrando pedidos de desculpas. A cada palavra dela, mais um pedaço da muralha que tinha construído em torno de mim caía sobre meus pés - Não preciso de uma toalha. Preciso de você - seu corpo tremeu junto ao meu - Preciso tanto de você Sarará.

Desejo Proibido - Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora