~Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 5~

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Depois de eu ter fumado, fui direto para casa, para almoçar. Depois de ter comido, Jeongin foi brincar com uns amigos na rua, enquanto eu estava em meu quarto. Ser adolescente é ótimo, posso vagabundear no meu quarto sem ninguém me encher o saco. Porém, eu gosto muito de fazer uma certa coisa fora de casa...

(02:40 PM)

- Vai, cacete! O homem alí, seu anacoluto da desgraça! Filho de uma deformada! Resquício de sarampo! - eu estava xingando um cara, enquanto jogava uma partida de Free Fire.

Eu passo raiva nessa merda de jogo, mas amo descontar minha raiva xingando tudo e todos. Eu estava jogando com uns amigos que conheci online. Uns poucos minutos depois da partida ter acabado, ouvi batidas na porta do quarto.

- Querido! - minha mãe me chamou.

- O que foi? - eu gritei preguiçoso.

- Tem um amigo seu aqui, quer falar contigo.

- Qual dos 5?

- O Hyunjin.

- Já vou! - deixei o celular de lado e me levantei da cama, já indo para o lado de fora do quarto.

Desci as escadas e fui para a sala. Na verdade, era Felix quem havia vindo aqui em casa (minha mãe sempre confunde o Hyunjin com ele). Me aproximei.

- Eai, cara. - eu disse. - Qual o motivo de ter vindo aqui?

- Vamos dar uma volta? Preciso te contar uma coisa importante... - ele parecia meio cabisbaixo.

Eu o olho por um tempo, antes de dar uma resposta.

- Está bem. - fui para a cozinha, onde minha mãe estava, e a avisei de que iria sair.

Retornei para a sala, peguei minhas chaves e já partimos para a rua. Já caminhando, Felix suspirou.

- Está com o dinheiro do Bangchan?

- Que dinheiro?

- Os 20 reais que ele te deu.

- Ah, estou sim.

- Por favor, guarde essa grana, está bem?

- Por que? Tem algum problema em gastar?

Ele me olhou nos olhos.

- Só guarda. - ele voltou a olhar para o chão, com as mãos no bolso.

Eu suspirei, antes de murmurar um "tudo bem" bem baixo. Ele olhou para mim mais uma vez.

- Podemos dar uma passada na conveniência que fica perto do beco que a gente costumava fumar ano passado?

Eu dei uma risada baixa.

- Isso foi bem específico... Podemos, vamos lá.

Seguimos caminho até o nosso devido destino.

(03:01 PM)

Nós chegamos na porta do estacionamento. Aquele funcionário daquele dia estava lá, lindo como sempre. Como de costume, dei uma leve mordida no lábio inferior antes de entrar, isso me ajudava à aliviar o clima de ansiedade que me dava. Aquele lugar tinha cheiro de incenso, e era muito bom inclusive.

Fomos para a prateleira que havia uns salgadinhos e começamos a colocar algumas poucas unidades na cesta.

- Pronto para amanhã? - Felix perguntou, sem olhar para mim.

Olhei para ele.

- Para o que? O que vai acontecer amanhã?

Ele também olhou pra mim.

- Uma vez a cada mês, se esqueceu?

Eu fiz cara de dor e voltei a colocar mais uns dois pacotes na cesta.

- Da última vez eu quase fiquei paraplégico, não vou. - me levantei e já fui caminhando até o caixa.

Ele também veio atrás.

- Mas o Bangchan vai pagar uma bela grana desta vez.

- Quanto?

- Uns... - ele fez uma pausa para pensar. - 120.

Eu arregalo os olhos.

- 120?! Isso é muito! Ele vai falir o tio dele.

- Mas vai topar? Por esse pagamento?

Eu suspirei.

- No meu bolso, qualquer grana é mais que bem-vinda. - demos uma risada, então encostamos no caixa.

Quando finalmente olhei para o atendente de perto, pude ver que era... Era Han Jisung. Me espantei de leve, então sorri para disfarçar.

- Ah, boa tarde! - disse Han, com um sorriso fofinho.

Seu sorriso também me fez sorrir.

- Boa tarde para você também, Han. - eu disse.

Ele começou a passar as compras, enquanto Felix lançava olhares entre mim e Han. Ele terminou de somar a compra e já colocou os pacotes numa sacola.

- Deu 26 reais.

Eu passei a mão no bolso. "Putz, 26? Só tenho 20 e Felix disse que eu não devo gastar... Vai dar merda...".

Ele reparou que eu estava pensativo, assim como Felix também reparou.

- Quer que eu pague para você? - perguntou Felix, se aproximando mais.

- Não, pode levar. - Han empurrou a sacola para minha direção. - Por conta da casa.

- Mas isso desconta do seu salário, né? - eu disse, num tom preocupado.

- Desconta, mas eu já ganho meu salário, mesmo se não fizer nada. 26 reais não iria me fazer tanta falta. - ele sorriu.

Não pude pensar em mais nada, então peguei a sacola, agradeci e já fui saindo do estacionamento. Depois de uns poucos momentos, Felix também saiu, então começamos a voltar para casa.

"O que será que rolou agora pouco? Isso me deixa confuso e curioso..."

𝑫𝒊𝒂́𝒓𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝒖𝒎 𝑽𝒂𝒈𝒂𝒃𝒖𝒏𝒅𝒐 - ℳ𝒾𝓃𝓈𝓊𝓃𝓰Onde histórias criam vida. Descubra agora