7 - Relacionamentos

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A madrugada fora agitada para as parceiras de crime, Carmem e Esmeralda, elas acordaram quase que ao mesmo tempo e tiveram que brigar pela vez no banheiro e o tempo de uso, não uma, mas várias vezes ao decorrer do alvorecer. A canela pareceu ser um verdadeiro incômodo no estômago das duas. Eleanor acertou em cheio.

Alessandro mostrou muita preocupação com sua amante, até implorou para leva-la ao hospital. Já Fran, apesar de ter demonstrado algum tipo de empatia ao perguntar o que ela poderia fazer para ajudar, não conseguia esconder aquele sorrisinho de canto.

- VÃO EMBORA!!! - Era a quinta a vez que isso era dito pelas enfermas. Elas estavam com vergonha do situação medíocre que se encontravam.

Após longas horas até o sol raiar, as duas se puseram a dormir Fran e Alessandro se asseguraram que as duas estavam adormecidas antes de irem para a sala conversar. Fizeram panquecas e pão de queijo e para bebida suco de maçã e depois de se servirem, sentaram se lado a lado nas cadeiras do balcão da cozinha.

- Isso está ficando mais complicado do que deveria ser. - Alessandro sussurou.

- Isso está ficando chato, isso sim, perderam uma. Isso significa menos dinheiro. Com Eleanor fora da jogada talvez elas encontrem dificuldade para roubar alguém rico e fugir daqui. - Fran respondeu no mesmo tom.

- Isso é o de menos, estou prestes a descobrir o maior caso criminal de GrayVille, e quando descobrimos algo percebemos que tudo isso é bem maior que nós. E para piorar, ainda temos que dividir a casa com essas bandidas.

- Dividir a casa tudo bem, mas esse cheiro está insuportável. - Fran revirou os olhos e apontou para o banheiro.

- Quando conseguirmos o dinheiro e eu ganhar minha promoção reformaremos a nossa casa. E a primeira coisa é derrubar esse banheiro.

- Nos mudaremos para outro lugar, cansei desse lugar. - Fran sempre lembraria da infância conturbada que teve naquela casa.

- Ok, podemos nos mudar, mas eu quero 2 banheiros 3 quartos. Um lugar para chamar de lar, é tudo o que eu quero - Alessandro, cresceu em um internato, então sempre sonhou em ter sua casa própria.

Fran pareceu um pouco reflexiva antes de dizer: E como vai sua relação com Esmeralda?

- Quer mesmo saber?

Fran esperou em silêncio.

- Bom, Esmeralda é bonita e sagaz, não é difícil gostar dela. E você e Carmem?

- Eu gosto dela. Eu acho que a amo, na verdade.

Alessandro a encarou sem saber o que pensar. Então ela continuou:

- Tudo o que eu fiz foi machuca-la, sempre. E se ela souber o que estou fazendo agora - Fran parou e segurou as lágrimas.

- Desde que te conheço você sempre quis sentir tudo com intensidade não é, irmã? Mas nunca soube manter. Eu e você temos algo em comum

- Nossos pais? - Fran tentou fazer uma piada.

Alessandro bebeu um gole do suco de maçã, antes de dizer: Não sabemos amar.

Fran encarou seu irmão por uns minutos enquanto este se servia de mais panquecas.

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Foi a sensação de vazio no estômago de Eleanor que a fez acordar no primeiro raio de sol. O velho nojento já a encarava, não havia raiva nem medo no olhar daquele homem, na verdade seus olhos pareciam tão vazios quanto a barriga de Eleanor. Ele estava vazio. Vazio para ser preenchido com o que quer que a ruiva quisesse. E tudo o que ela queria agora era um café da manhã.

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