O MEU MELHOR RECOMEÇO

capítulo 9: Uma visita...

Dante 💼

Dante estava em sua sala, os olhos fixos nos relatórios de vendas que precisava revisar, mas sua mente divagava. Ele não conseguia parar de pensar em Kiara e na conversa que tiveram dias atrás. Apesar de sua fachada fria, ele percebia que havia algo de especial nela, algo que o atraía mais do que deveria. E essa nova sensação o deixava inquieto.

A porta se abriu e Ian entrou, seu irmão mais novo com um sorriso despretensioso, mas Dante notou a expressão preocupada em seu rosto.

— E aí, irmão? — Dante perguntou, levantando o olhar do papel.

— Não muito. Precisamos conversar — Ian disse, fechando a porta atrás de si e se encostando na mesa de Dante.

Dante cruzou os braços, esperando que Ian dissesse o que o incomodava.

— É sobre a Clara — Ian começou, fazendo uma pausa. — Ela está agindo como se ainda estivesse namorando você. O que está acontecendo?

Dante revirou os olhos. A última coisa que queria era falar sobre Clara. Ele tinha deixado claro que o relacionamento estava acabado, mas Clara parecia ter dificuldade em aceitar a verdade.

— Ian, você sabe que não me importa o que ela acha. Estou focado no trabalho, e isso é tudo o que preciso me preocupar agora.

Ian sorriu, mas havia uma faísca de ceticismo em seus olhos. — Claro, mas ela não parece pensar assim. E não é só isso. Eu vi a maneira como ela olhou para você na reunião de ontem. Achava que você estava a fim de alguém?

Dante hesitou. Ele queria ser honesto com Ian, mas não queria discutir Kiara, especialmente agora que ele ainda estava tentando entender seus próprios sentimentos.

— Não estou "a fim" de ninguém, Ian. Estou apenas observando as coisas na empresa.

Ian ergueu uma sobrancelha, desafiador. — E quanto à Kiara? Você a conhece bem?

O nome dela trouxe à mente imagens de sua expressão fria e distante, e a maneira como, apesar disso, havia um brilho de vulnerabilidade em seus olhos quando ele a olhava.

— Ela é uma funcionária competente — Dante respondeu, tentando desviar o assunto. — Por que você pergunta?

Ian inclinou-se para frente, interessado. — Porque ela foi super fria comigo quando tentei dar em cima dela. Você sabe, no evento de lançamento. Tentei puxar conversa e... nada. Ela só se virou e saiu.

Dante sentiu um impulso de defender Kiara, mesmo que ele não tivesse certeza de por quê. — Ela pode parecer fria, mas tem seus motivos. Não é fácil para ela se abrir.

Ian olhou para o irmão com um misto de confusão e curiosidade. — Então, você está interessado nela?

Dante se recostou na cadeira, as mãos se apertando em torno da caneta. Ele não sabia se estava pronto para admitir isso, nem para si mesmo. — Não sei, Ian.

— Olha, se você está pensando em algo mais, precisa agir rápido antes que alguém mais faça isso. E com Clara por perto, você precisa se certificar de que não há confusão.

Dante respirou fundo, a frustração crescendo. Ele não queria lidar com Clara ou com as suposições que poderiam vir dela. A última coisa que desejava era que Clara ou qualquer outra pessoa interferisse em sua nova conexão com Kiara.

— Deixe que as coisas se desenrolem, Ian. Estou apenas focando no trabalho e tentando descobrir como lidar com as coisas que estão acontecendo aqui — Dante disse, gesticulando com a mão para o escritório.

Ian apenas acenou, mas a expressão no rosto dele indicava que não estava satisfeito com a resposta. Ele sabia que Dante estava se escondendo de algo, e isso o incomodava.

— Tudo bem, mas só não diga que não te avisei. — Ian virou-se para sair, mas parou na porta. — Ah, e cuida da Clara. Ela pode não ser uma ameaça, mas pode complicar as coisas se você não prestar atenção.

Dante assistiu Ian sair, pensando nas palavras do irmão. Clara estava longe de ser uma ameaça real, mas o que mais o preocupava era o quanto Kiara parecia distanciar-se dele. Ele não sabia se estava pronto para explorar essa nova conexão, mas sabia que não poderia ignorá-la.

Ao olhar pela janela de sua sala, Dante viu o movimento na entrada da empresa e se perguntou se Kiara estava lá, enfrentando seus próprios demônios. E, sem perceber, a preocupação que sentia por ela começou a se transformar em algo mais profundo.