capítulo 5: Um desafio?

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Dante💼

Enquanto Dante voltava para o bar, ele não conseguia tirar Kiara da cabeça. Cada palavra que ela disse ecoava em sua mente, e o que mais o intrigava era a maneira como ela se segurava, como se estivesse sempre à beira de se fechar completamente ou de finalmente se abrir para o mundo. Ele sabia reconhecer uma mulher marcada pela vida, e havia algo em Kiara que ia além da frieza que ela mostrava ao mundo. Algo que Dante, por algum motivo, não conseguia ignorar.

Ele se encostou no balcão, pedindo mais um drink, mas desta vez não estava realmente interessado em beber. Seu foco estava em tentar decifrar Kiara. Ela era diferente de qualquer outra pessoa com quem ele tinha lidado. Mulheres em seu círculo geralmente o cercavam com intenções claras — ou de ascensão social ou com interesse em sua posição. Kiara, por outro lado, não demonstrava nada disso. Para ela, ele parecia ser apenas mais uma peça do quebra-cabeça que ela não tinha interesse em montar.

Dante tinha jogado suas cartas, arriscado em um jogo que ele normalmente vencia com facilidade. Mas com Kiara, nada parecia seguir o curso normal. Ela não se impressionava com seu charme, com seu status ou mesmo com suas palavras cuidadosamente escolhidas. E, por mais frustrante que isso fosse, era exatamente o que o atraía. Ele queria quebrar aquela barreira, queria saber o que havia por trás do olhar distante e da postura defensiva.

Por que ela se protegia tanto?

Ele se lembrou do momento na varanda, de como os olhos de Kiara se desviaram para o horizonte quando ele falou sobre se fechar. Aquele pequeno gesto lhe disse mais do que qualquer palavra. Dante estava acostumado a ler pessoas, era parte do seu sucesso nos negócios. E naquele instante, ele soube que havia algo mais profundo ali, uma ferida que ela escondia de todos, inclusive de si mesma.

Enquanto observava o ambiente ao redor, a música de fundo do bar soava distante para ele. As conversas animadas e risadas pareciam ecos longínquos. Sua mente continuava presa àquela mulher. Pela primeira vez em muito tempo, Dante sentia uma espécie de fascínio que ia além do físico. Claro, Kiara era linda, mas havia algo na complexidade dela que mexia com ele de um jeito que ele não conseguia entender completamente.

Ele sempre foi movido pelo controle, tanto nos negócios quanto em sua vida pessoal. Mas com Kiara, ele estava lidando com uma incerteza que o desafiava. E isso, em vez de afastá-lo, o fazia querer se aproximar ainda mais.

"Eu vou pensar nisso", ela tinha dito, quase como uma promessa vaga, uma que poderia ser esquecida na manhã seguinte. Mas Dante sabia que aquele momento foi mais significativo do que qualquer um dos dois queria admitir. Ele a tinha alcançado de alguma forma, mesmo que fosse só por um breve instante. E para ele, isso já era o suficiente para persistir.

Ele tomou um gole de sua bebida, tentando entender por que estava tão envolvido. Não era típico dele. Normalmente, Dante se aproximava de alguém, conseguia o que queria, e seguia em frente sem olhar para trás. Mas Kiara não era alguém que ele pudesse conquistar com facilidade, e talvez fosse exatamente isso que tornava tudo tão intrigante.

“Ela é um enigma,” pensou. E Dante sempre foi obcecado por resolver enigmas.

Ele sabia que não podia forçá-la. Kiara era como um cofre bem guardado, e se ele tentasse abrir a força, ela apenas se fecharia mais. O que ele precisava era de paciência. Algo que, ele admitia, não era sua maior virtude. Mas para ela, por algum motivo que ele ainda não entendia, ele estava disposto a esperar.

Dante deu um último gole e deixou o copo vazio no balcão. Seus olhos voltaram a vagar pelo ambiente, mas sua mente estava em outro lugar. Ele sabia que aquela noite não seria a última vez que pensaria em Kiara. Ela já estava debaixo de sua pele, e ele estava determinado a descobrir quem ela realmente era. Mesmo que isso levasse tempo, mesmo que ela resistisse, Dante estava pronto para o desafio.

Ela não era apenas uma mulher com quem ele esbarrou. Não, Kiara era muito mais do que isso. Ela era o tipo de pessoa que poderia mudar tudo, se ele conseguisse chegar até o coração dela.

E Dante, mais do que nunca, estava disposto a tentar.

Naquela noite, ao deixar o bar e caminhar pelas ruas vazias da cidade, Dante se sentiu estranho. Era raro para ele deixar algo ou alguém bagunçar seus pensamentos por tanto tempo. Seu mundo sempre foi claro e simples: ele queria algo, ele conseguia. Não havia complicações, não havia incertezas. Mas Kiara... ela representava uma mudança que ele não conseguia ignorar.

Ao chegar em seu apartamento, Dante se jogou no sofá, deixando o silêncio preencher o espaço ao seu redor. Olhou para o teto, refletindo sobre tudo que havia acontecido nas últimas horas. Ele a observava de longe há algum tempo, mas não sabia que a interação com Kiara iria afetá-lo de uma forma tão intensa. Talvez fosse porque ela não demonstrava interesse nele como os outros faziam, ou porque, pela primeira vez, ele estava enfrentando um desafio que não envolvia números e estratégias de negócios.

Ele passou a mão pelos cabelos, um suspiro frustrado escapando. O que havia nela que o fazia sentir que estava perdendo o controle? Ele odiava a sensação de estar fora de controle. Sempre se orgulhou de ser metódico, calculista. Mas Kiara... ela o desarmava com um simples olhar frio. Ela nem precisou dizer muito para fazê-lo sentir algo que não sentia há muito tempo: a necessidade de provar algo, de conquistar algo mais profundo.

Dante sabia que estava se envolvendo em algo que não poderia ser resolvido com a mesma facilidade que um acordo de negócios. Kiara não era uma aquisição que ele pudesse comprar, não era um projeto que ele pudesse terminar e seguir em frente. Ela era um mistério. E isso o consumia.

Levantou-se do sofá e foi até a janela, observando as luzes da cidade abaixo. Ele poderia continuar com sua vida normal. Poderia esquecer aquele encontro, deixar Kiara seguir seu caminho enquanto ele seguia o dele. Mas algo dentro dele não permitia isso. Havia uma conexão, uma espécie de fascínio inexplicável que o puxava de volta para ela.

Enquanto olhava para o horizonte, uma pergunta começou a surgir em sua mente: "Por que ela me afeta tanto?" Dante, sempre racional, buscava uma explicação lógica para o que estava sentindo. Mas não havia lógica no que Kiara despertava nele. Talvez fosse o desafio de tentar conhecê-la, talvez fosse a curiosidade de entender quem ela era por trás da frieza. Ou talvez... fosse mais profundo do que isso.

A ideia de que pudesse ser algo mais emocional o incomodava. Ele não gostava de sentimentos complicados. Sempre preferiu a simplicidade dos acordos comerciais, onde tudo estava no papel, claro e direto. Mas com Kiara, nada parecia simples. Havia camadas e mais camadas que ele queria descobrir.

Por fim, ele decidiu que não podia simplesmente ignorar o que estava acontecendo. Kiara era diferente, e isso o atraía de uma maneira que ele não conseguia explicar. Ele não sabia como, mas estava determinado a descobrir mais sobre ela. Não se tratava apenas de curiosidade. Era algo mais profundo, algo que ele sabia que não poderia afastar.

Ao se deitar naquela noite, Dante fechou os olhos, mas sua mente estava longe de descansar. Ele podia ver o rosto dela, ouvir suas palavras distantes. Ele sentia a intensidade daquela breve interação, e sabia que aquilo era apenas o começo.

O desafio estava lançado. Ele não sabia como seria o próximo passo, mas Dante era um homem que não recuava. E com Kiara, ele sabia que estava prestes a enfrentar algo que nunca havia enfrentado antes.

Mas ele estava pronto.

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