Acordo Perigoso (+18)

6 (+18)

Os dias passaram com Brenda se adaptando à sua nova rotina: trabalhar na biblioteca de Eduardo e ir para a faculdade conforme o acordo que haviam feito. Ela não tinha muita escolha; sabia que qualquer deslize poderia colocar seus amigos em risco. Eduardo havia deixado bem claro que a sombra de sua presença nunca deixaria de pairar sobre ela. Mesmo quando estava na faculdade, ela sentia que ele a observava de longe.

Na faculdade, Brenda tentava manter as aparências e seguir com sua vida acadêmica, embora soubesse que não era mais a mesma. Certo dia, decidiu se encontrar com Stefano na cafeteria do campus. Eles eram amigos há anos, e Stefano sempre foi alguém com quem Brenda podia contar. Ele estava feliz em vê-la, seu sorriso acolhedor e amigável sempre trazia um alívio, que era o que Brenda precisava naquele momento.

O encontro com Stefano foi agradável, cheio de risadas e conversas que Brenda sentia falta. Contudo, havia algo mais nos olhares de Stefano que não conseguia esconder de ninguém: seu sentimento por Brenda que ia além da amizade. Stefano a admirava e nunca avançaria sem o consentimento dela, mas o brilho em seus olhos deixava claro que esperava, talvez, algo mais no futuro.

Brenda não percebeu que Eduardo estava mais perto do que imaginava. O que ela viu como um momento de fuga e liberdade, Eduardo enxergou como traição. Ele havia seguido cada um de seus passos, seus olhos cravados nela a todo momento, e quando a viu com Stefano, rindo e compartilhando aquele momento de leveza, o ciúme ferveu em suas veias. Para Eduardo, não importava que Stefano fosse apenas um amigo para Brenda. A simples ideia de outro homem querendo algo com ela, mesmo que fosse leve e respeitoso, era inaceitável.

Quando terminou o encontro, Brenda se despediu de Stefano e trombou com uma mulher ruiva na saída. Ela usava salto agulha de 15 centímetros e sua maquiagem, roupa e cabelo eram impecáveis. Com certeza não se tratava de uma aluna da faculdade, mas, mesmo curiosa e sentindo uma sensação ruim no peito, Brenda continuou seu caminho.

Stefano caminhou até o estacionamento da faculdade e foi surpreendido por Eduardo. Sem uma palavra, Eduardo o dominou rapidamente, sua força era absurda e sua raiva evidente. Stefano tentou lutar, mas o ataque foi tão rápido e inesperado que ele mal teve tempo de reagir. Eduardo o arrastou para um carro que estava à espera e o levou diretamente para a mansão, trancando-o no porão. A mente de Eduardo estava tomada pelo desejo de vingança. Para ele, Stefano tinha que pagar pela ousadia de querer algo que pertencia exclusivamente a ele.

Quando Stefano acordou, se viu amarrado e amordaçado, incapaz de entender o que havia acontecido. Eduardo, no entanto, não tinha pressa. Começou a tortura lentamente, cada golpe carregado de uma raiva contida, alimentada por seu ciúme irracional. Stefano gritava e implorava, mas Eduardo não se importava.

— Você acha que pode se aproximar dela assim? — murmurou, quase para si mesmo, enquanto cortava mais um dedo de Stefano. — Ela é minha.

O momento final de sua crueldade veio quando Eduardo decidiu que Brenda deveria presenciar tudo. Ele subiu até o quarto e, sem explicação, a levou até o porão. Ao entrar, o cheiro de sangue e a visão de Stefano amarrado e ferido fizeram Brenda congelar. O horror tomou conta de seu corpo, e ela mal conseguia respirar.

— O que você fez?! — gritou com a voz trêmula de desespero. — Eduardo, por favor, pare com isso!

Mas Eduardo estava cego, sua mente havia criado uma versão de Stefano que não correspondia à realidade. Ele estava protegendo Brenda de uma ameaça que ela, em sua ingenuidade, não conseguia ver.

— Ele nunca foi seu amigo — disse, apático. — Ele queria mais.

Brenda tentou se aproximar de Stefano, mas Eduardo a segurou firmemente. O desespero a dominava. Ela implorou, chorou, mas Eduardo estava implacável. O sangue de Stefano continuava escorrendo, e, em um último golpe, Eduardo o largou para morrer lentamente.