5- Eduardo

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Ela achou que eu deixaria ela escapar tão fácil assim? Se ela queria pagar para ver, eu teria o maior prazer em mostrar o quanto posso ser perigoso quando mexem com meu dinheiro.

Aguardei paciente do lado de fora da biblioteca enquanto o movimento diminuía. Eu sabia de todos os seus passos, desde o calendário das suas aulas até os horários do trabalho. Eu não tinha deixado passar qualquer detalhe sobre sua vida, então quando a vi virar a placa de "Fechado" na porta, saltei do meu carro e caminhei até a biblioteca com passos firmes. Optei por não vir com a moto para não atrair olhares curiosos.

A porta não fez barulho quando entrei. Metade da iluminação do ambiente estava apagada, então foi fácil saber onde ela estava. Em frente a uma estante de livro, terminando de guardar os últimos livros na prateleira, estava a garota que me devia.

— Não tem medo de ficar aqui sozinha a essa hora, coelhinha? — A garota congelou quando ouviu o som da minha voz.

— Você quase me matou de susto. Não viu a placa lá fora? Estamos fechados. — respondeu firme, mas percebi que ficou abalada com minha presença.

Dei um sorriso malicioso e a garota tremeu, segurando fortemente um livro na frente do corpo.

— Se você não for embora, vou chamar a segurança! — ameaçou, irredutível. A admirei por sua coragem, ou burrice.

— Coelhinha — Me aproximei e impulsivamente ela ameaçou jogar o livro em mim, mas fui mais rápido e dei um tapa em sua mão, jogando o objeto longe. Em um movimento rápido, a prendi contra a estante de livros. — Você fez bom uso do meu dinheiro, mas chegou a hora de pagar.

A expressão de Brenda virou desespero puro. Naquele instante, ela entendeu quem eu era.

— Eduardo... se você me der outro prazo eu prometo que vou conseguir pagar!

— Sem problemas, se você não vai me pagar em dinheiro, então vai me pagar de outra forma. — Dei um sorriso cruel.

Aquilo foi o suficiente para eu ver seus olhos se arregalaram de surpresa. Tapo a boca da garota com um pano branco, ela perde a consciência e desmaia nos meus braços.

Brenda

Acordo confusa, minha cabeça dói como o inferno. Não reconheço o lugar que estou. Me sento no sofá macio que acordei e olho em volta do cômodo escuro, a única luz que existe vem de um abajur ao lado do sofá.

Então, finalmente me dou conta do que aconteceu, meu coração bate tão forte que sinto que ele vai sair pela minha boca, meu corpo começa a tremer. Aquele homem me sequestrou. Fico aterrorizada com o que ele quis dizer com "pagar de outra forma".

— Você finalmente acordou, coelhinha. — Ouço a voz atrás de mim e dou um pulo de susto. Ele ri.

Ele liga a luz, preciso fechar os olhos com o incômodo. Ao me acostumar com a luz, vejo que é o mesmo homem, o agiota que fez o empréstimo para mim. Devo admitir, estou presa com o diabo em forma de homem e belo como o anjo Lúcifer.

— Quem é você? O que vai fazer comigo? — Me coloco de pé e minhas pernas tremem.

— Eu fui claro quando disse que você iria me pagar o que deve.

— O que você quis dizer quando disse que... eu ia pagar de outra forma? — pergunto temerosa, com medo de que fosse para o mundo da prostituição ou que meus órgãos fossem vendidos. — Você... vai abusar de mim?

Um silêncio longo e desconfortável se formou e senti como se ele pudesse escutar as batidas aceleradas do meu coração.

— Brenda, olhe em volta. — ordenou terrivelmente sério.

Acordo Perigoso (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora