𝟎𝟎𝟖.

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𝗧𝗔𝗘𝗛𝗬𝗨𝗡𝗚       ╰> 𝘱𝘰𝘪𝘯𝘵 𝘰𝘧 𝘷𝘪𝘦𝘸

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𝗧𝗔𝗘𝗛𝗬𝗨𝗡𝗚
       ╰> 𝘱𝘰𝘪𝘯𝘵 𝘰𝘧 𝘷𝘪𝘦𝘸

Quando finalmente me puxei pra dentro da janela, a primeira coisa que percebi foi o silêncio

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Quando finalmente me puxei pra dentro da janela, a primeira coisa que percebi foi o silêncio. O quarto estava vazio. Cadê a Jennie? A cama estava feita, como se ninguém tivesse deitado nela. Só o fone jogado em cima do travesseiro dava algum sinal de que ela esteve ali há agora pouco.

Mas eu soube, de cara, que era o quarto dela. Não tinha erro. Coisas familiares por todos os cantos: o caderno de capa rosa que eu já vi ela carregando, a mochila jogada no chão, e, claro, o cheiro. O perfume doce de baunilha e morango que ela sempre usava. Um cheiro leve, que parecia invadir o ambiente todo sem ser enjoativo. Eu conhecia bem aquele cheiro. Já o senti inúmeras vezes, mesmo sem querer, quando ela passava do meu lado na escola.

Aproveitei a ausência dela pra dar uma espiada melhor no quarto. Foi impossível não notar o quanto ele refletia quem Jennie era. Tudo, absolutamente tudo, parecia no lugar certo, como se ela tivesse feito questão de que nada estivesse fora de ordem. O ambiente tinha uma leveza, uma coisa feminina, suave, que fazia parecer que você tava em outro mundo. Um mundo que eu nunca entendi muito bem, mas que sempre me intrigou.

A cama dela, bem no meio do quarto, parecia convidativa. Os lençóis eram de um tecido macio, algo que dava pra imaginar que seria uma delícia deitar e passar a noite ali, sem preocupações. Eles tinham uma cor clara, provavelmente algum tom pastel, bem do jeitinho que combinava com ela. Até o jeito como estavam arrumados mostrava cuidado, algo que eu nunca teria paciência de fazer. Me peguei pensando no quanto ela devia valorizar o conforto, e fazia sentido, já que Jennie sempre parecia tão... perfeita. Como se o mundo dela tivesse que estar sempre impecável.

Os bichinhos de pelúcia, empilhados na cabeceira da cama, eram quase um lembrete de como Jennie era mais delicada do que aparentava. Eram vários, cada um mais fofo que o outro. Eu não sabia que ela mantinha essas coisas por perto, mas, ao mesmo tempo, parecia combinar perfeitamente com ela. Uma mistura de força e suavidade.

Olhei para a escrivaninha. Ali, espalhadas de forma organizada, estavam suas maquiagens. Tudo em potinhos bonitinhos, alinhados um do lado do outro, como se cada um tivesse seu próprio lugar. O espelho de bancada refletia a luz suave que entrava pela janela, e eu podia imaginar ela ali, todos os dias de manhã, se preparando antes de sair de casa, se esforçando para manter aquela imagem impecável que todo mundo conhecia.

Me aproximei da mesa, notando alguns livros e papéis empilhados de maneira metódica. O material de estudo dela, sem dúvida. Mais um lembrete de que, além de líder de torcida e garota popular, Jennie era também uma aluna dedicada. Tudo isso enquanto eu me arrastava pra passar de ano.

Olhei ao redor. No canto do quarto, vários manequins vestidos com roupas de líder de torcida. As roupas estavam organizadas com uma precisão quase assustadora, e cada uma tinha uma etiqueta com datas, como se fossem troféus de anos anteriores.

Claro que ela teria isso...

Pensei, soltando uma risada baixa. Jennie e essa mania de ser certinha. Era meio bizarro, mas ao mesmo tempo fazia total sentido. Ela tinha orgulho do que fazia, e essas roupas eram quase uma representação de quem ela era no colégio.

Eu me aproximei da cama, sentindo aquele cheiro doce mais forte ainda. Aquilo me pegou desprevenido. Um misto de sensações que eu não estava pronto pra lidar. Era estranho estar ali, no meio de um espaço tão pessoal dela, mas ao mesmo tempo... intrigante. Como se, de algum jeito, eu estivesse entendendo uma parte dela que ninguém mais via.

Passei os olhos pelas paredes, tentando evitar pensar no quanto aquilo me afetava. Fotos dela com as amigas, fotos dela nos campeonatos de torcida. Sorrisos, troféus, momentos que, pra ela, deviam significar o mundo. Pra mim, eram só mais um lembrete de que nossas vidas eram completamente diferentes. Eu era o cara que não se importava com nada disso. Ela, a garota que dava tudo de si.

Cada detalhe naquele quarto gritava quem Jennie era. E, ao mesmo tempo, me fazia questionar o que eu estava fazendo ali. Não era meu lugar, e eu sabia disso. Mas, porra, tinha algo naquele espaço que me fazia querer ficar mais um pouco, entender mais dela.

Olhei mais uma vez ao redor. O cheiro doce continuava no ar, misturado com a calma daquele ambiente. Ali, sozinha, ela podia ser quem realmente era. Sem as máscaras que usava pra agradar os outros. Era estranho pensar nisso, mas naquele momento eu me senti mais perto dela do que jamais estive.

Eu devia largar o livro e sair fora. Era o plano. Mas, de algum jeito, eu não conseguia me mover. Como se aquele quarto me segurasse, me puxasse para mais perto de uma versão da Jennie que eu nunca conheci, mas que, de repente, parecia tão real e tão próxima.

O quarto tinha duas portas: uma que claramente levava para o corredor e outra que parecia ser a porta do banheiro. Foi essa última que chamou minha atenção, com o barulho da água ecoando suavemente. Era a confirmação que eu precisava, Jennie estava lá. Olhei rapidamente para o livro que segurava, como se aquilo fosse a solução para a minha indecisão.

Pronto para sair, larguei o livro em cima da cama, pronto para voltar por onde entrei, mas, antes que eu pudesse dar um passo, a porta se abriu.

Naquele instante, foi impossível não olhar para ela. A visão que se apresentou fez minha boca secar instantaneamente. Jennie estava vestida com uma blusa que lembrava as que a Elena Gilbert usava em "Diários de um Vampiro". Era uma combinação perfeita de inocência e sensualidade. Meu olhar desceu involuntariamente, e, para meu completo desespero, percebi que ela não estava usando mais nada além de uma calcinha.

A cabeça girava. Eu deveria desviar o olhar, sabia que estava passando dos limites, mas foi impossível ignorar as curvas dela. O jeito como a blusa se ajustava ao corpo dela, contornando cada curva, e as meias que ela usava nos pés, tudo isso me deixou sem fôlego. Cada detalhe dela era como um choque, uma mistura de desejo e confusão. A visão me deixou duro, pulsante.

Mas foi só eu olhar para o rosto dela que todo aquele impulso estranho se dissipou como fumaça.

Os olhos dela estavam vermelhos e inchados, claramente de alguém que havia chorado. O que estava acontecendo? Meu coração disparou ao ver como ela parecia assustada, e não era para menos. Eu tinha invadido o quarto dela sem aviso, e agora a tensão pairava no ar como uma tempestade prestes a estourar.

— Taehyung… — A maneira como ela colocou a mão no peito, quase como se estivesse tentando se acalmar, e o sussurro do meu nome que saiu de seus lábios fizeram meu sangue ferver.

Ela parecia com medo e confusa, e, ao mesmo tempo, havia uma fragilidade que me deixou inquieto.

Ela parecia com medo e confusa, e, ao mesmo tempo, havia uma fragilidade que me deixou inquieto

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𝐀mor 𝐈nesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora