37- Nem tudo são flores.

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ISSO É LOUCURA, ISA!

Um suspiro cansado saiu dos lábios de Bella ao mesmo tempo em que ela encostou o corpo no carro de seu pai. Ela cruzou os braços abaixo do peito, dando uma olhada rápida na sua casa. Na janela, três rostos grudados tentando ver - e ouvir - o que estava se passando do lado de fora. Sara e Sabrina pareciam preocupadas, enquanto Pietro estava claramente confuso com o que estava vendo.

Seu pai decidiu vir buscá-los pois achou que era muito tarde para Bella e Sara a aquela hora da noite sozinhas de carro, então se ofereceu para buscar seus irmãos.

Bella encarou o pai pelo o canto do olho, observando sua expressão. Não parecia estar irritado, e sim desacreditado. Seus olhos foram até seus chinelos e depois ao céu. Conversar com seu pai sobre assuntos complicados sempre foi difícil. Aconteceu quando ela se assumiu lésbica e estava acontecendo agora, ao decidir contar sobre seu novo emprego.

Seu celular vibrou em seu bolso e Bella o pegou, vendo ser uma mensagem de Paola.

"Passagens compradas. Nós vamos daqui a dois dias."

— Isabella, eu estou falando com você. — Bella guardou o celular e encarou o pai com um olhar cansado. — E se estiverem enganando você, minha filha!? Você vai mesmo abandonar seu emprego por algo que nem sabe se é verdade?

Bella não respondeu, apenas passou a mão pelo rosto em um gesto exasperado e um tanto cansado. Seu corpo implorava pela sua cama e seus pés por uma massagem. Suas costas doíam devido as caixas que carregou durante toda a tarde.

E para piorar, Bella sentia indícios de uma futura dor de cabeça, resultado do cansaço que sentia de forma insuportável. Ela precisava dormir.

— Pai, não ouviu nada do que eu disse, não é? Por Deus! Não é mentira. Eu preciso te mostrar o quanto Paola é famosa? — Bella se afastou do carro e Thomas soltou um suspiro alto. — Claro, você não conhece a Paola porque não se interessa nem um pouco por esse mundo, mesmo sabendo que de qualquer forma se tornaria o meu mundo por causa da faculdade.

— Vamos abaixar esse tom de voz...— Quando Thomas colocou o dedo na frente do rosto de Bella, a jovem sentiu seu sangue ferver.

— Não fale comigo como se eu fosse uma criança! — Bella abriu os braços, nervosa. — Eu tenho 22 anos, pai. Moro sozinha e pago as contas sozinha desde que a mamãe descobriu o câncer.

— Não fale dela.

— Ah, desculpa. Esqueci que eu não posso falar da minha mãe, mulher que fez de tudo por você para depois ser trocada por uma qual...

Thomas se aproximou e segurou o braço de força, o que a fez ofegar, surpresa e ao mesmo tempo, assustada.

— Não ouse ofender Ester, Isabella. Ela é minha esposa e sua madrasta. Você deve respeito a ela!
— Thomas soltou o braço de Bella com força e se afastou, respirando fundo. — Pense na imagem que você está passando para seus irmãos. Já não basta você estar namorando uma mulher, agora quer envergonhar nossa família tirando fotos!? Isso não é trabalho digno, você não vê!?

Bella soltou uma risada incrédula.

— Meu Deus, você consegue se superar cada vez mais. — Bella deu as costas ao pai, sentindo tudo dentro de si queimar. Estava furiosa. — Vai embora, Thomas. Eu não quero você aqui.

Bella ainda ouviu seu pai gritar algo enquanto caminhava até a porta de sua casa. Quando abriu, seu corpo foi esmagado pelo de Sabrina.

— Eu sinto muito pelo papai.

𝐒𝐄𝐉𝐀 𝐌𝐈𝐍𝐇𝐀 | 𝐑𝐎𝐒𝐀𝐌𝐀𝐑𝐈𝐀 𝐌𝐎𝐍𝐓𝐈𝐁𝐄𝐋𝐋𝐄𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora