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12 de janeiro de 2024

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12 de janeiro de 2024.

Izabella estava condenando o trânsito de São Paulo mentalmente, a ansiedade de estar parada ali a consumia, principalmente quando lembrava que o seu turno começava em uma hora. Mal tinha andando 2 quilômetros de casa e o trânsito da cidade grande lhe alcançou, mesmo que o horário não fosse comum para ter engarrafamentos na rodovia.

Seu celular toca no banco ao seu lado, onde estava sua bolsa, com o trânsito parado graças também ao sinal vermelho que ajudava ainda mais para que os inúmeros carros não andassem, ela pega o aparelho e atende após ver o nome "Meu bem" na tela, indicando que era Maurício.

──Querida, já chegou no hospital? ─ Ele pergunta do outro lado da linha.

──Não, estou longe de chegar. Acabei encontrando um engarrafamento na rodovia principal. ─ Explica, prestes a pisar no acelerador ao ver o sinal ficar verde e os carros a sua frente começarem a andar lentamente.

──Dirija com cuidado, e quando chegar lá me avise. ─ Ela pisa no freio devagar, ainda escutando Maurício falar no telefone.

Prestes a responder, ela é parada por um impacto na parte de trás do carro. Não parecia uma batida, exceto pelo barulho que tinha soado na rodovia, o que a fez xingar na chamada.

──Esta tudo bem, Bella? ─ Maurício pergunta.

──Sim, sim. Só parece que um idiota acabou de bater no meu carro. ─ Ela pragueja mentalmente, querendo apenas seguir seu rumo até o hospital. ──Irei resolver esse problema e chegar ao hospital, um beijo meu bem!

Ela desliga o celular em seguida, abrindo a porta de seu carro e vendo os carros seguirem pelas vias laterais, deixando apenas o seu carro e o de trás na via do meio. Izabella suspira, vendo o arranhão em seu carro e o amassado de tamanho mediano na traseira de seu carro. Ao ver o inconfundível símbolo da Porsche no carro que havia batido no seu, pensou se estaria prestes a lidar com um riquinho chato que iria por toda a culpa de um acidente nela.

A pessoa demorou um pouco para sair do carro, ela cogitou ir até seu carro e acelerar em direção ao hospital novamente, mas foi interrompida por um homem que parecia apressado descendo do carro, os olhos castanhos analisando o estrago feito nos dois carros.

──Adianto que não tive nada a ver com sua falta de habilidade no volante. ─ Ela estava irritada e não queria medir suas palavras, apenas queria um acordo e queria ir cuidar de seus pacientes.

──Acelerei demais, senhorita, admito meu erro. ─ O homem de cabelos castanhos diz, desviando o olhar dos carros para ela. ──Estou com pressa para chegar ao meu destino.

──Então somos dois. ─ Izabella da um meio sorriso. ── Tenho que chegar ao Vasquez em pelo menos... ─ Ela observa seu relógio de pulso. ── Quarenta e cinco minutos, e este trânsito pode pegar todo o tempo. Adiante o quanto acha que vai ser para tirar os arranhões de seu carro.

Os olhos de ambos se cruzam, e por um momento, ela sentiu uma coisa diferente, só não sabia identificar o que era. Talvez fosse sua raiva pelo moreno a sua frente estar contribuindo para seu atraso.

──Esta disposta a pagar por uma coisa que nem sequer fez? ─ Ele questiona, ainda olhando a mulher parada a sua frente de braços cruzados, com os olhos vidrados em seu carro.

──Não importa, eu só prefiro não arrumar encrenca no trânsito. ─ Izabella observa o carro de ambos, o seu volvo XC90 deveria custar meio milhão, enquanto a Porsche Taycan do moreno deveria custar um milhão completo. Com certeza ela estava lidando com uma pessoa tão rica quanto ela própria. ── Dinheiro por agora não é um problema.

Ele sorri e ela não entende o porquê de um sorriso de um desconhecido parecer tão bonito.

──Não importa, eu pago qualquer despesa dos dois carros. ─ Ele dá uma piscadela em seguida, o que a fez sentir seu rosto esquentar. O homem vai até seu carro e pega seu telefone, voltando para a mulher e lhe oferecendo a tela para adicionar um novo contato. ── Vou te ligar, me chamo Raphael Veiga, e garanto que não serei um homem chato que não lida com os proprios problemas que cria.

Izabella anota seu número no telefone de Veiga, dizendo após devolver o aparelho eletrônico para o moreno:

──De fato, você é diferente.

Com os lábios curvados para cima, eles terminam a conversa, ambos voltando para seus respectivos carros. O trânsito estava mais limpo quando Izabella retorna para seu caminho, vendo a Porsche de Raphael seguir por outro caminho, diferente do dela.

Alguma coisa tinha mudado, ela não parecia mais irritada com nada. Parecia ter esquecido do trânsito, da batida, do atrasado, de qualquer coisa que prejudicasse seu humor. A única coisa que ela queria era chegar ao seu trabalho com um sorriso e ajudar seus pacientes.

Izabella chega ao hospital atrasada em 10 minutos, mas isso não a incomodava, pelo contrário, aparece na frente se sua amiga, Carolina, mais animada do que seu normal, arrancando um olhar de surpresa da  mulher.

──Que tipo de milagre caiu sobre você?

──O que? ─Izabella ergue uma sobrancelha.

──Você está 10 minutos atrasada e não estar irritada, algum tipo de milagre caiu sobre você. ─ Carolina diz, olhando para a amiga com mais estranheza.

Izabella desdenha.

──Nada, nada aconteceu.

Ela pega o prontuário do primeiro paciente, chegando ao seu quarto para assim começar seu turno.

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ˏˋ°•*⁀➷Cartas De Amor ─ Raphael Veiga. Onde histórias criam vida. Descubra agora