As mentiras que contamos hoje...

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CAPÍTULO 6

Park estava em um corredor vazio, com paredes de pedra e um chão de madeira escura, coberto por um tapete vinho. Tudo parecia medieval demais e a iluminação era escassa, vindo apenas dos candelabros. O loiro começou a seguir em frente, com passos curtos e receosos e assim que viu uma figura se aproximar pelo corredor seu corpo inteiro travou no lugar. Procurou algum lugar para se esconder, mas não encontrou nenhum.

Quanto mais o ser se aproximava, mais Jimin percebia que se tratava de uma caveira desfilando com um carrinho de camareira em mãos. Ele se apavorou, sentindo o coração se descompensar quando o ser estranho ficou a menos de um metro de si. Estava preparado para se ajoelhar no chão e pedir clemência pela sua vida quando a caveira finalmente reparasse em sua presença, mas isso não aconteceu. A criatura passou por si como se ele não existisse, assoviando para os quatro ventos uma melodia estranha.

Park estranhou, mas continuou andando, um pouco menos temeroso dessa vez. Se ninguém podia vê-lo, ninguém poderia ataca-lo. Em determinado momento o local foi preenchido pelo som de passos altos e marcantes que logo revelaram ser de um homem alto, com uma postura imperial, assim como as roupas escuras que usava. Ao seu lado, uma caveira alta o seguia, com uma prancheta em mãos.

ㅡ O que pode ser tão importante assim para me tirar do meu quarto? ㅡ Perguntou o homem engravatado, jogando os cabelos negros para trás, com o nariz empinado.

ㅡ Uma visita divina, senhor ㅡ A caveira respondeu.

O homem parou de andar no mesmo momento.

ㅡ Divina?

ㅡ Eros foi enviado para uma reunião com você. Em suas palavras, era sobre um assunto de extrema importância.

Eros. O deus do amor, o famoso cupido tão exaltado no céu.

ㅡ Eros? ㅡ Franziu o cenho, abrindo um sorriso suspeito nos lábios, marcando as covinhas ㅡ Mande ele vir.

Foi a última coisa que disse antes de entrar em uma das salas do corredor. Park, interessado, aproveitou para se esgueirar pela porta, logo atrás do homem, entrando em um grande escritório medieval. Ele foi para os cantos da sala, parando perto da grossa cortina vermelha, ao lado de uma mesinha De madeira com garrafas de whisky e copos de cristal, temendo ser visto pelo sujeito.

Mas o homem de terno também não o via.

Ele rodou sua mesa de madeira e se sentou na cadeira principal, arrumando sua postura para que parecesse mais autoritário. Park conseguia sentir o mesmo que ele, era como se houvesse uma estranha conexão entre os dois.

Quando a porta foi aberta Park se colou ainda mais na parede, assistindo outro homem entrar em cena. Suas vestimentas eram completamente opostas. Ele vestia uma calça de alfaiataria tão branca que chegava doer os olhos, o cós de sua calça demarcava bem sua cintura, prendendo sua camisa de seda cintilante clara e os sapatos brancos pareciam ser novos. Além disso, sua pele parecia reluzir, como uma aura, e sua beleza era anestesiante.

ㅡ Sente-se, por gentileza ㅡ O homem de preto apontou para a cadeira, que não demorou em ser preenchida por Eros ㅡ A que devo a honra? ㅡ Um sorriso perverso invadiu seus lábios.

ㅡ É a quinta reclamação consecutiva que você recebe por infringir uma das leis de divinas, Lúcifer ㅡ cruzou as mãos sobre a mesa, com uma postura séria demais. ㅡ O alto escalão divino me obrigou a vir porque não aguentam mais a sua falta de responsabilidade.

ㅡ Não diga como se fosse ruim, tenho certeza que foi muito bem recebido até agora ㅡ Lúcifer se levantou, começando a caminhar na direção de Jimin, acuado no canto da parede.

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