☯ Pesadelos a espreita

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Atenção, o capítulo a seguir pode conter gatilhos relacionados a: Crise de ansiedade

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Calma, eu estou aqui amor... Sempre vou estar.


           ☆ ・゚✧ ⋆ 𝑃𝑂𝑉 𝑁𝑖𝑛𝑎 ⋆ ✧ ・゚☆                   

Depois do café da manhã que Quinn preparou, o dia foi um daqueles que eu gostaria de congelar no tempo. Caminhamos na praia, rimos, conversamos sobre bobagens e coisas profundas ao mesmo tempo, e eu percebia o quanto estar com ela era fácil.

Seu toque, seu olhar… tudo em Quinn me fazia sentir como se o mundo fosse um lugar mais suave, um lugar onde eu poderia simplesmente existir e ser eu mesma, sem medo de julgamentos. Aquele laço invisível que tínhamos só se fortalecia mais a cada momento que passávamos juntas.

À noite, voltamos para casa exaustas. Tivemos um jantar simples e nos aninhamos no sofá, assistindo a um filme qualquer. Mas a verdade era que não importava o que fazíamos, o simples fato de estar ao lado dela tornava tudo especial. Quando o sono finalmente nos venceu, nos abraçamos na cama, como sempre. Eu encaixada nela, com minha cabeça sobre o seu peito, ouvindo o ritmo constante do seu coração, que sempre me acalmava. Aquela noite parecia ser como todas as outras. Tranquila, aconchegante.

Mas estava longe de ser isso.


             ☆ ・゚✧ ⋆ 𝑃𝑂𝑉 𝐾𝑖𝑡 ⋆ ✧ ・゚☆                    

O quarto estava mergulhado no silêncio da madrugada, o tipo de silêncio que, em qualquer outro momento, seria reconfortante. Mas agora, era sufocante. Meu corpo estava preso ao passado, mesmo com Nina deitada ao meu lado, seu braço aconchegante em volta de mim. Tentei focar na respiração dela, no calor que ela me transmitia, mas era inútil. O terror sempre encontrava um jeito de invadir.

Fechei os olhos, tentando me forçar a dormir, mas logo fui arrastada para o pesadelo que sempre esteve à espreita.

Eu estava de volta àquele dia. O cheiro de sangue, o som de gritos, tudo era tão real. Eu era pequena de novo. Impotente, observando meus pais sendo mortos pelo líder da Yakuza. Cada vez que tentava gritar, nada saía da minha boca. Quando tentei correr, meus pés estavam presos, como se estivessem afundando em areia movediça. E então, em vez dos rostos dos meus pais, vi o de Nina. Ela estava sendo puxada para a escuridão, gritando meu nome, implorando pela minha ajuda, e tudo o que eu conseguia fazer era assistir.

Meu coração batia forte, a sensação de impotência esmagando minha garganta. "Não... Não! Amor!" Quis gritar, mas as palavras foram sufocadas pelo terror.

Acordei bruscamente, o som do grito ainda ecoando na minha mente. Meu corpo estava encharcado de suor, o ar parecia faltar, como se houvesse algo pressionando meu peito. O quarto estava escuro, mas o peso do pesadelo ainda pairava sobre mim. Minha respiração estava instável, como se estivesse fugindo de algo que não conseguia alcançar. Meus músculos doíam pela tensão, e minhas mãos trêmulas agarravam os lençóis.

Minha mente estava em um turbilhão. A única coisa que conseguia pensar era no pesadelo, no medo de perder ela... Nina. Eu não conseguia voltar ao presente, cada tentativa de respirar fazia o ar ficar mais pesado. Eu havia falhado com meus pais, e agora, o medo de falhar com ela era insuportável. “Eu... Eu vou perdê-la...” Isso ecoava na minha cabeça como uma maldição.

Até o Último Suspiro - KitninaOnde histórias criam vida. Descubra agora