Homem de Palavra

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10. BRYAN

Estávamos em casa, fiquei escrevendo algumas coisas do trabalho já que voltei mais cedo. Marrie estava falando a meia hora sobre o que aconteceu hoje. Eu sei que quase matei um homem na frente de umas vinte pessoas, mas todos viram que ele me provocou! Ela não sabe quem eu sou ou o que já fiz na minha vida, ela está dando muito importância para uma situação tão mesquinha! Estava a defendendo e me defendendo.

—— Você pode parar de ser mal agradecida? — peço — Estava tirando aquele cara do nosso caminho, não admito que falem comigo dessa maneira! — exclamo indignado — Caso você queira ser tratada daquela forma, que não seja na minha frente!

— Você iria atirar nele mesmo? — ela questiona e eu a olho como se não fosse óbvio. — Se for matar alguém, que não seja na minha frente ou comigo por perto! Acho muito ridículo dar testemunhos em delegacia! Totalmente deselegante!

— Você pode ter certeza que não vai entrar em uma delegacia comigo!

— Mesmo assim, havia muitas crianças lá Bryan, você sabe que não podia fazer isso não sabe? — ela me olha — Mas sinceramente, problema é seu! — ela entra no banheiro. Essa mulher é louca!

Ouço um som de notificação em meu telefone, então me levanto para pegar o celular que estava longe.

Olho para o celular, olho para janela.

Já eram mais de cinco e meia da tarde, o sol se ponhava no horizonte enquanto eu observava pela janela, estava imóvel no meio do quarto após ser surpreendido por uma mensagem inesperada de Sebastian, e nela dizia: "hoje haverá um jantar em família, leve minha preciosa nora, pretendo conhecê-la hoje à noite. Seu pai e sua mãe os aguardam às oito, restaurante Tronado Darvil"

Minhas mãos contorciam ao ponto de quase rachar a tela do telefone, "preciosa nora"? Então, em alguns instantes depois, vejo Marrie sair do banheiro enxugando o cabelo, ela me olhou confusa

— O que houve? — pergunta se aproximando devagar.

Levanto a mão para jogar o celular no chão, mas Aylla, com velocidade, corre em minha direção e segura meu braço, tira o celular da minha mão e coloca em cima da cama.

— Mas que caralho! — grito.

— Bryan, calma! O que houve? — pergunta sem entender.

A verdade é que, eu sabia que esse momento chegaria, abomino tanto assim pois sei o quanto Sebastian odeia a ideia de que tomarei a empresa para meu nome, como o meu avô desejou. Ele fará de tudo para estragar o meu plano de me casar com Marrie, sempre tentou conseguir formas de sabotar meus planos e minha vida, seja ela profissional ou pessoal.

— Sebastian, nos convidou para um jantar — falo sem a olhar.

— Então vamos, ter uma boa relação com sua familia, ótimo para o plano! — meu ódio só aumenta após essa fala infeliz que saiu de sua boca.

— Eles não são minha família, Marrie! Minha família morreu a três anos! — grito com raiva. Ela não se move em nenhum instante, apenas observa a situação.

— Claro — fala e vai até a cama. Ela se senta com o olhar fixo em mim. — Desculpe, não queria dizer isso. — a observo e nego com a cabeça.

— A culpa não é sua. — vou até a cama e me deito. Olho para o teto tentando pensar em algum jeito de cancelar esse compromisso idiota!

Logo sinto o colchão afundar um pouco ao meu lado, olho para essa direção e Marrie estava ali, me observando.

— Por que está tão nervoso? O que Sebastian faria em um restaurante? — pergunta.

LEILÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora