scars. [wolfstar]

5.

No momento em que aquilo acaba, nos encaramos, um misto de desejos e medos pairando entre nós. A tensão no ar é palpável, quase como se o tempo tivesse parado.

Mas tudo parece se aliviar quando ele sorri — um sorriso que poderia iluminar o mundo. Não preciso nem dizer o que penso novamente: é, sem dúvida, muito bonito. Por um breve instante, me sinto em um sonho, como se a realidade pudesse se dissolver e nos deixar nesse momento perfeito para sempre.

— Acho que devemos ir devagar! — sugiro, tentando manter a razão em meio à tempestade de emoções.

— Não. — Ele responde sinceramente, aproximando-se um pouco mais, e eu sinto meu coração acelerar. Mas, claro, como minha sorte é escassa, antes que eu pudesse agir, vejo a silhueta furiosa de Evans cruzar a porta.

— Onde está o miserável do Potter? — Sua voz, carregada de raiva, ecoa pela sala.

Me assusto por um breve segundo, voltando à minha posição, um pouco mais afastado, como se estivesse tentando recuperar o controle sobre a situação.

— Ele saiu atrás de você! — digo, minha voz mais calma do que eu me sinto. O olhar dela me dá arrepios na espinha. — Se acalme... — falo gentilmente, esperando que a suavidade da minha voz possa acalmá-la.

____________________________________________

— Ela parecia muito brava? — James pergunta, com a expressão de um cachorro molhado, completamente deslocado e vulnerável.

— Sim, com certeza! — respondo, tentando não rir da sua expressão.

— Tipo, brava ao ponto de não me ver por uma semana?

— Ao ponto de não te ver pelo resto de sua vida. — A reação de Pads é instantânea, ele abre a boca pela primeira vez, surpreso com a gravidade da situação. — E afinal, o que você fez de tão ridículo?

— Eu enviei uma carta, como você me disse para fazer! — James responde, seu olhar cheio de expectativa e insegurança.

Naquele momento, tudo se torna claro. Ontem à noite, quando Pads segurou o caderno de James, rindo e lendo suas juras e poesias, era evidente que ele se gabaria de seus "dotes" com garotas, como sempre fazia. E, com certeza, ofereceria dicas obscenas e idiotas para James. Mas desta vez, ele parece ter decidido escutar essas dicas sem pensar nas consequências.

— Pads! O que você mandou ele escrever? — pergunto, a frustração se acumulando dentro de mim.

Ele se mantém calado, e eu não preciso de uma resposta, porque sei que, no fundo, isso tinha tudo a ver com amor e nudez; sempre há alguma besteira sobre isso prestes a sair da boca de Pads.

— Ah, merda! Quantas vezes vou ter que te dizer? Não escute o Black! — James parece cabisbaixo, a decepção em seu olhar. Siriux se sente brevemente insultado com meu comentário, mas a preocupação com a situação é maior do que qualquer ressentimento.

A atmosfera se torna densa, e as consequências das ações de James e Pads se desenrolam diante de nós, deixando-me ansioso pelo que está por vir.

— Bom, eu disse que não me meteria mais nos problemas de vocês!

— Sabemos que isso não é verdade, Moony — Pads murmura, e ele estava certo. — Lily é boba; as garotas com quem saio gostam de ouvir sobre como seus corpos nus são apreciáveis.

— Pads! Lily não transa com James! E, com certeza, se sentiu assediada!

Ele revira os olhos, achando aquilo uma bobagem. É uma situação engraçada, mas eu não tento rir na frente de James.