scars. [wolfstar]

6.

Talvez ele não se importasse com isso. Talvez, amanhã, ele estivesse na cama de outra pessoa. Mas, por algum motivo, ele me olha de um jeito diferente... eu acho.

— Vai matar a aula de Poções? — ele pergunta, com um olhar travesso.

— Você é um péssimo exemplo, sabia? — respondo, tentando manter a seriedade.

Ele não responde, apenas sorri. E aquele sorriso... era a melhor cena que já presenciei na vida. Minha paixão — agora não mais platônica — ali, do meu lado, com a camisa desabotoada, os cabelos bagunçados, e um sorriso de tirar o fôlego.

— Tudo bem, você venceu! — admito, sentindo o peso da minha rendição.

— Fiz Remus Lupin faltar uma aula importante? Eu devo ser muito irresistível mesmo! — Ele ri brevemente, enquanto eu reviro os olhos, mas, no fundo, sabia que não era mentira.

— Você é. — brinquei, mas no fundo, não estava mentindo. Havia uma verdade simples ali que eu não conseguia mais ignorar. Ele sabia disso, e eu também.

— Ah, você acha? — ele retrucou, com a voz baixa , como se estivesse jogando um desafio no ar. Ele era ótimo nisso... maldito.

Tentei me mexer na cama, tentando disfarçar o nervosismo que suas palavras me provocavam. Sabia que ele gostava de me ver assim, desconcertado, e por mais que eu quisesse manter o controle, havia uma parte de mim que apreciava o jogo, a tensão crescente.

— Não sei se te dizer isso vai aumentar ainda mais o seu ego, mas você sabe o que faz com as pessoas, não sabe?

Ele riu, um som suave e cativante, se inclinando ainda mais perto de mim, diminuindo a distância de forma perigosa.

— Talvez — murmurou, seus olhos fixos nos meus, cheios de intenções. — Mas acho que prefiro o efeito que tenho especialmente em você.

tudo o que eu conseguia fazer era encará-lo, tentando entender o que isso realmente significava. Estava vivendo algo que antes só existia nos meus devaneios, e agora parecia tão real que era impossível ignorar.

Ele se aproximou ainda mais, seus lábios a centímetros dos meus, mas parou, como se estivesse brincando com o momento. eu podia sentir sua respiração se misturando com a minha.

E antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa, ele cruzou o espaço entre nós.

O beijo foi suave no início,  Mas então, algo mudou.

Senti sua mão subir lentamente pelo meu braço até segurar minha nuca. Meu coração batia forte que eu tinha certeza de que ele podia ouvir. Não havia mais espaço para dúvidas.

Quando finalmente nos afastamos,  respirações estavam entrecortadas, os olhares ainda conectados.

Ele deu um sorriso torto, aquele meio riso que sempre carregava uma pitada de arrogância, mas dessa vez havia algo mais. Algo que eu não conseguia decifrar completamente, mas que me fazia sentir como se estivesse vendo uma nova faceta dele.

Houve um breve silêncio, não desconfortável, mas Algo tinha mudado entre nós, e ambos sabíamos. A provocação de antes agora parecia ter se transformado em algo mais genuíno, mais real. Ele ainda mantinha o olhar fixo em mim, como se estivesse esperando uma resposta, mas eu também sabia que não havia necessidade de palavras.

Finalmente, ele se afastou um pouco, recostando-se na cama com um suspiro, como se estivesse completamente à vontade. Eu me mexi ao seu lado, tentando processar o que isso significava. Havia uma parte de mim que ainda estava cautelosa, que não queria se entregar tão rápido a essa nova dinâmica. Mas outra parte... outra parte só queria deixar acontecer, sem pensar nas consequências.

— O que você está pensando? — ele perguntou, a voz suave, mas com um toque de curiosidade genuína.

Eu sorri, balançando a cabeça.

— Acho que estou tentando entender como diabos acabei aqui, com você, depois de tudo.

Ele riu baixinho.

— Você acha que não pensei o mesmo? — Ele fez uma pausa. — A verdade é que... eu sempre soube que isso ia acontecer, mais cedo ou mais tarde.

Aquela frase me pegou de surpresa. Eu sabia que ele era confiante, sempre foi. Mas a certeza em sua voz agora me fez questionar o quanto de tudo isso ele já tinha planejado, ou pelo menos imaginado. Ficaríamos aqui, naquele quarto.

Eu não sabia a resposta, mas, por ora, estava disposto a descobrir.