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Já batia 4h da manhã e estávamos no meu quatro, os três deitados na minha cama.

— eu juro que já vi algum artista com essa jaqueta. — vivi fala pensativa ainda olhando pra jaqueta que agora tá em cima da minha cadeira gamer. — ela não me é estranha.

Estreito os olhos pra jaqueta novamente mas não me vem ninguém em mente.

— esquece isso, o cara me molhou toda, nem essa jaqueta tava me livrando do frio.

— acontece pô, amanhã vamos no último dia do rock in rio e leva a jaqueta, vai que você encontra o dono dela lá de novo.

— impossível, tem milhares de pessoas lá, como eu veria o dono da jaqueta de novo? — falo e olho na direção da vivi, que agora tá focada no celular. — amiga, esquece isso.

— sei lá, se acontecer isso talvez seja o destino. — ele dá de ombros e dou uma risada em seguida. — tô falando sério cara!

— o último romântico, tá se inspirando no Chico moedas ou no cabelinho? — falo com um tom divertido e ele me dá dedo rindo.

— É A JAQUETA DO VEIGH MALU, JOÃO PEDRO, É A JAQUETA DAQUELE GOSTOSO DO VEIGH. — Jp puxou o celular da mão dela e intercalou o olho entre o celular e a jaqueta na cadeira.

— caralho, é mesmo. Filha da puta sortuda.

Quem é VEIGH meu Deus.

— quem é esse? Tô a meses sem ouvir nada fora da minha bolha. — falo sincera. Realmente não sabia quem era, tem meses que não ouço nada diferente ou acompanho vida de famoso.

Jp me mostra o celular e vejo que realmente foi o garoto que eu vi no caminho do banheiro.

Ok, o cara é gostoso mesmo.

E lindo...

Tem um cabelinho de anjinho com um loiro nas pontas, oque deixava ele ainda mais bonito.

Fora o sorriso que eu consigo me lembrar muito bem como são lindos e branquinhos.

Devolvo o celular a vivi e vejo eles me encarando sério.

— que foi?!

— o VEIGH te deu a jaqueta dele e você simplesmente não esboça nenhuma reação? Misericórdia! Esse homem é perfeito.

Não é pra tanto.

— não é pra tanto, já olharam pra mim? — Jp fala me fazendo dar um gargalhada alta. - para de rir, cabrita.

— ele é educado, tem um sorriso bonito mas nada que me deixa de queixo caído. Esse povo famoso não presta, e além disso ele só me emprestou a jaqueta. - dou de ombros. — vamos dormir? — falo me levantando e apagando a luz.

Pelo menos consegui sair desse assunto.

-

Já era quase duas da tarde, os dois ainda estavam dormindo.

Me levantei, tomei um banho, fiz meu skin care e fui pra cozinha encontrando meu pai mexendo na geladeira.

— oi filinha, talvez eu não volte pra casa hoje, tudo bem pra você?

Estreito meus olhos pro mesmo que não percebe e continua fazendo seu Nescau na paz.

Ele tem alguém...

Não era uma coisa que eu estava preparada ainda, mas não posso cuidar da vida dele já que o mesmo não fazia isso comigo.

Deixo pra lá, apenas dou bom dia e concordo com a cabeça.

Não estava preparada pra ver meu pai com outra na casa onde morei com a minha mãe a minha vida toda.

— que foi filha?

— nada pai, qualquer coisa eu ligo. Aproveita sua noite. — dou um sorriso e volto pro meu quarto com apenas uma maçã na mão.

— tava aonde mocreia? — meu primo fala se espreguiçando. — que foi que tá com essa cara toda vermelha?

Vejo ele chegar perto e o encaro fazendo bico.

— nada jota, nada... — ele me abraça, fazendo eu chorar tudo oque eu não tinha chorado essa semana.

João Pedro era a imagem de um irmão pra mim.

Ele não morava comigo, mas sempre estava presente o máximo que podia.

Eu era tão grata por Deus ter me dado alguém pra cuidar de mim.

Quando deu 18h se arrumamos e decidimos sair logo, no caminho do local peguei meu celular e comecei a ver o perfil do tal VEIGH.

Que no caso, era Thiago.

Realmente ele era lindo, muito mesmo.

— se interessou? — Vivi fala olhando pro meu celular e rindo. — você fingi que não mas sabe que sabemos que você também acha ele uma graça.

Eu não ia falar que achava né. Apenas revirei os olhos e olhei pra frente bloqueando meu celular.

...

— bora lá comprar energético? — meu primo fala e eu e vivi concordamos o seguindo.

Tinha uma galera fazendo um círculo um pouco ao lado da barraca de enérgico e me bateu curiosidade pra ver oque era.

— o que tá acontecendo ali? — eu falo pra vivi que agora olha pro mesmo lugar que eu. Fazendo meu primo olhar também.

— vamos lá ver. — Jp fala indo primeiro.

Segui ele com os braços dados no da Virgínia.

Oque antes era um círculo com bastante pessoas, foi diminuindo restando apenas duas pessoas ali.

Olhei um pouco mais e pude ver o tal do Thiago e o mesmo garoto que estava ontem, depois dele ter derrubado água em mim, com um sorriso enorme enquanto tirava foto.

Ele era lindo, a altura dele o deixava ainda mais bonito.

— parem de babar. Já aproveita e devolve o casaco do cara Malu. — ele diz sério.

— pior que não tô nem babando no veigh e sim no gostoso do lado. — vivi fala me fazendo gargalhar alto.

Ri tão alto que o bonitão me olhou na hora, me fazendo parar o riso na hora com vergonha.

Misericórdia, deve ter se assustado com a minha risada, isso sim.

— ghard, a minha fã número um aí. — ele fala pro amigo e aponta pra mim.

— tá maluco? Eu não sei nem uma música sua.

O tal ghard ri alto e para assim que percebe o olhar do veigh pra ele.

— gostou tanto do meu casaco que até veio com ele hoje, né? — veigh fala olhando pro casaco que tava na minha cintura. — ah, oi pessoal! Perdi o foco, não reparei vocês, desculpa. — ele diz rindo e apertando a mão da minha amiga e do meu primo.

Vejo o amigo dele fazer o mesmo, só que beija a mão da Virgínia e ela se derrete fazendo ele rir e vejo o jp revirando os olhos automaticamente.

— vou ao banheiro valeu? Me esperem aqui, eu já volto. — ele diz e concordamos.

— e aí, vai admitir que veio me ver? — veigh fala tirando meu foco da minha prima e do cara na maior conversa.

— você ainda tá com isso na cabeça? Já te falei, não te conheço. — ok, eu até conheço. Pesquisei um pouco sobre ele no Google. — aliás nem sei oque você canta. — menti de novo. Eu até ouvi uma música ou outra no YouTube.

777. - THIAGO VEIGH Onde histórias criam vida. Descubra agora