6- Capítulo

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Acordei com uma dor de cabeça insuportável e minha visão ainda embaçada.

O quarto onde me encontro é apertado, e sinto o peso das cordas apertando meus braços, além de um pano abafando minha boca.

Logo percebo Félix se aproximando com aquele sorriso cínico.

Filho da puta.

- Finalmente acordou, Rick.

Félix disse, seu sorriso alargando enquanto ele analisava cada um dos meus movimentos com satisfação.

Me balancei na cadeira, tentando me soltar, mas foi inútil.

Tentei falar, mesmo com o pano, mas as palavras saíram abafadas.

- Não escutei, pode repetir? Félix provocou, o tom de deboche evidente, enquanto minha expressão se fechava em ódio.

- É uma pena que seus amigos não façam ideia de onde você está, continuou. Vamos nos divertir um pouco, Rick Lopez.

Ele girou uma faca entre os dedos, passando a lâmina devagar pela pele, enquanto se aproximava.

Naquele momento, a realidade me atingiu com força. Eu sabia que iria morrer.

Tentar qualquer coisa seria inútil.

Quando escutei barulhos de tiros, a curiosidade de Félix foi enorme.

Ele se apressou para verificar, deixando-me sozinho no quarto. Por sorte, ainda estava com meu ponto eletrônico.

Mas, para falar, eu precisava tirar aquele maldito pano da boca.

Lembrei que havia um estilete no bolso esquerdo. Tentei mover a mão até meu bolso, quase alcançando, e finalmente o peguei. Cortei a corda e logo retirei o pano.

Cliquei no ponto eletrônico.

- Alguém na escuta? Perguntei, com uma ponta de esperança.

- Rick? Você está bem? Jennifer respondeu.

- Sim, onde estão os outros? Pergunto preocupado.

- Estão bem, so que Lívia foi atingida e eu ja chamei a ambulância. Está tendo um tiroteio do lado de fora. Jennifer avisou.

- Certo. Rennan e Kellan, desliguem as luzes! Dei o comando, e logo as luzes se apagaram.

- Fiquem de olho na saída da festa e não sejam vistos. Peguei uma arma que estava sobre a mesa ao lado, recarreguei-a e saí pela porta. Todos gritavam, e o som dos tiros fazia eco pelo corredor.

Após sair do quarto, ouvi sons de choro vindos de alguns cômodos ao lado. Rapidamente, segui em direção ao quarto de onde o som vinha e, ao abrir a porta, vi Lilly amarrada, desmanchando-se em lágrimas.

Seu olhar se encontrou com o meu, cheio de medo e angústia.

Com a arma em punho, observei todo o quarto, certificando-me de que não havia mais ninguém por ali. Me aproximei de Lilly, que estava coberta de hematomas. Minha expressão refletia a pena e a dor que senti por ela.

A soltei, e ela imediatamente me abraçou. Retribuí o abraço e a segurei pela mão.

- Fique atrás de mim. Falei, saindo do quarto devagar, enquanto caminhava pela escuridão que tomava conta do lugar. Apenas algumas velas sobre as mesas forneciam uma iluminação tênue.

Notei várias pessoas correndo para fora da festa.

Logo me encontrei com Kellan e Rennan, ambos feridos.

- A máfia Bloody está causando o caos lá fora, chefe - disse Rennan, mancando ao meu lado.

- Precisamos sair daqui - falei, dirigindo meu olhar para a outra saída.

Caminhei até a porta, mas, ao abri-la, deparei-me com Félix, apontando uma arma para mim. Ergui as sobrancelhas, afastando-me junto com Lilly e apertando sua mão com firmeza.

- Você não vai fugir tão cedo. Eu quero meu dinheiro e também a sua morte - Félix declarou, com um tom firme e uma expressão fechada.

Ele recarregou a arma, enquanto Kellan e Rennan, logo atrás de mim, observavam a cena, paralisados.

- Eu não vou te entregar nada, Félix. Nunca te fiz mal, é você quem quer criar essa rivalidade e roubar meu lugar. Você não passa de um mimado que só pensa em si mesmo - falei, deixando transparecer o ódio em minha voz e no meu olhar.

- Você roubou a fama da minha máfia, mas eu recuperei e você vai pagar por isso.

Era visível a mudança em seu olhar, e eu percebi que o ego de Félix havia sido ferido, o que não me surpreendia. Seus olhos tremiam de ódio, enquanto o suor escorria de seu rosto.

- Adeus, Rick. Que você morra no inferno, seu desgraçado - disse, disparando a arma. De repente, alguém me empurrou. Eu não vi quem era de imediato, so escutei o grito de Lilly, mas ao virar a cabeça, percebi que era Sarah.

Meu coração gelou naquele instante.

Sarah levou a mão ao peito, onde havia sido atingida.

- S-Sarah? - Félix murmurou, abaixando a arma. Ele disse com as sombrancelhas erguidas e logo olhou para aonde ele feriu.

Como ele sabia o nome dela? Isso não importava agora...

Rapidamente, Sarah desmaiou e caiu no chão.

Não, Sarah...

Félix, observando a cena, deixou transparecer algo que eu nunca havia visto antes: dor. Seus olhos, antes cheios de vazio, agora expressavam desespero. Ele largou a arma e se ajoelhou no chão, chorando.

Corri desesperado até Sarah. Sentei-me no chão, puxando-a delicadamente para colocar sua cabeça em meu colo.

- O que você fez! Gritei enchendo meus olhos de lágrimas.

- Eu, eu não queria ter a acertado... Rapidamente alguns dos amigos ou membros puxaram Félix para fugirem.

- Sarah... Lilly murmurou, choramingando. Ela rapidamente se aproximou de mim e sacudiu Sarah, que não mostrava nenhum sinal de reação. - Acorda...

Logo escutei o som da ambulância se aproximando.

Peguei Sarah no colo; sua roupa estava encharcada de sangue.

Com cuidado, levei-a para fora do evento, onde os paramédicos já estavam prontos.

Eles rapidamente colocaram Sarah na maca e a levaram para o carro da ambulância.

Eu prometi proteger você e Lilly... Fique firme, Sarah...

- Minha irmã vai ficar bem tio? Diz Lilly soluçando ao meu lado.

- Ela vai sim, pequena é só questão de tempo. Vamos para o hospital.

Eu vou matar o desgraçado do Félix... Me aguarde.

...

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