8- Capítulo

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Se passaram exatos 3 dias.

Como de costume, fui visitar Sarah. Hoje, porém, não levei Lilly comigo, pois a deixei na escola. Fiz questão de colocá-la na melhor escola de Nova York, oferecendo a ela o que eu não tive na infância.

Ao chegar em frente ao hospital, um turbilhão de pensamentos tomou conta de mim.

E se, por algum milagre, Sarah estivesse acordada hoje? Essa possibilidade, por mais remota que fosse, era o que me mantinha em pé.

A esperança, mesmo que frágil, era a única coisa que eu podia me apegar naquele momento.

Entrei no hospital sem sequer passar pela recepção, meus passos apressados me guiando diretamente ao quarto de Sarah. Abri a porta, ansioso, e fui surpreendido por uma visão que quase me fez duvidar dos meus próprios olhos.

O milagre que eu tanto esperei havia acontecido. Sarah estava acordada, sentada na cama, se alimentando com uma bandeja equilibrada sobre seu colo.

Ela me notou imediatamente, seus olhos se iluminando. O sorriso que se formou em seu rosto foi o bastante para fazer meu coração quase parar.

Com uma alegria incontida, ela quase pulou da cama. Eu mal podia acreditar, mas não hesitei.

Fui até ela em um impulso, envolvendo-a em um abraço apertado e deixando um beijo carinhoso em sua testa, como se o toque confirmasse que aquilo era real.

— Como pode ver, Sarah acordou. Escutei a voz reconhecida de.

A voz da Sra. Laura, atrás de mim, trouxe-me de volta à realidade.

— Antes que pergunte, doaram sangue para ela. Laura disse visivelmente sorrindo.

Senti um brilho surgir em meus olhos, a gratidão me inundando. Um milagre, realmente. Mas então, a pergunta veio como um eco inevitável na minha mente.

Quem tinha doado?

— Quem foi? — Sarah perguntou, interrompendo a refeição, sua curiosidade evidente.

— Um rapaz alto, de cabelos claros e olhos pretos.

Imediatamente, várias pessoas passaram pela minha mente, mas independente de quem fosse, estou grato por isso.

— Ela poderá voltar para casa em poucas horas — Disse a Dra. Laura antes de se retirar.

— Estou tão feliz que acordou, Sarah. Você não tem ideia do quão preocupado fiquei. Digo acariciando suas bochechas.

Assim que a porta se fechou, voltei meus olhos para Sarah. Seus cachos ruivos, levemente bagunçados, chamaram minha atenção como nunca antes. Eram de uma beleza singela, e só agora eu notava o quanto complementavam seus olhos verdes, que pareciam mais profundos sob a luz do quarto.

— Por que fez aquilo? — Perguntei, enquanto delicadamente colocava uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

— Para te salvar — Murmurou, sem interromper a refeição.

— Você sabe muito bem que eu poderia lidar com Félix.

Ao ouvir o nome, Sarah parou de comer instantaneamente, uma tensão evidente atravessou o ambiente.

— Félix? Félix Vincent? — Sua voz tremia, e havia tanto desespero quanto surpresa em seu tom.

— É, como sabe? Se conhecem? — perguntei, sentindo uma insegurança crescente.

Nas Mãos De Um Assassino Onde histórias criam vida. Descubra agora