10- Capítulo

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Suspirei fundo, fechando a porta do banheiro em um esforço para afastar a imagem perturbadora, e então me deitei na cama, caindo em um sono profundo, onde as dúvidas e as visões começaram a se misturar em um sonho inquieto.

Acordei e logo olhei para o relógio que estava em cima da mesinha ao lado da cama: eram 4:00 da madrugada. Por que diabos acordei nesse horário? Bufei, levantando-me, pois uma fome estranha me consumia.

No escuro, procurei a porta do meu quarto. Quando a encontrei, abri-a e saí. O corredor longo à esquerda se estendia diante de mim, e as janelas nas paredes, iluminadas pelo brilho da lua, deixavam o espaço mais claro, embora ainda estivesse envolto em sombras.

Andei, e parecia que nunca chegaria ao fim do corredor, onde estaria a escada para descer.

Continuei a caminhar, cada passo se arrastando, até que, em um piscar de olhos, um rapaz alto, vestido todo de preto, surgiu no final do corredor.

Rapidamente, parei de andar. O medo me consumiu; meu coração gelou e meu corpo se arrepiou.

À medida que ele começou a se aproximar lentamente, um desespero tomou conta de mim.

Eu escutava seus passos curtos se aproximando, até que percebi, pela claridade, que era Félix.

Denovo??

Meu coração parecia prestes a sair pela boca, e eu me virei, correndo em direção ao meu quarto.

Mas parecia que nunca chegaria lá, como se estivesse presa em um espaço sem fim.

— Sentiu saudades, princesa? Escutei sua voz em meu ouvido e logo senti suas mãos em minha cintura.

Gritei e logo despertei com as sacudidas de Lilly.

— Sarahhh! Lilly gritou.

Ofegante e com o coração palpitando, fiquei aliviada ao perceber que aquilo fora apenas um sonho.

— Você estava tendo um pesadelo, mana — Lilly disse, deitando-se em meu peito e acariciando minha cabeça.

— Não se preocupe, Lilly. Foi só um pesadelo idiota — respondi, ainda lembrando daquela cena terrível.

Rick apareceu na porta, assustado.

— O que houve? Escutei um grito — disse Rick, me encarando, preocupado.

— Tive só um pesadelo, não se preocupe, Rick. Expressei e sua expressão pareceu aliviada.

— Qualquer coisa estou aqui. Ele disse e se retirou.

Embora esse pesadelo parecesse real, nunca mais vou esquecer disso. Félix está me assombrando...

Notei que Lilly ainda não estava na escola, pois soube que Rick a havia colocado para estudar em casa.

— Não foi para a escola? — Perguntei, beijando sua testa enquanto ela me encarava, deitada em meu peito.

Ela me olhou, e um silêncio reconfortante se instalou entre nós.

— Eu vou daqui a pouco, falta 30 minutos ainda — Disse Lilly, se levantando, o rosto ainda sonolento, mas com um brilho de animação nos olhos.

— Que horas são? — Perguntei, tentando dissipar a neblina do sono que ainda pairava em mim.

— 12:30 da tarde — Respondeu, sentando-se na beira da cama e olhando para mim com um sorriso travesso, como se estivesse planejando algo divertido.

Nas Mãos De Um Assassino Onde histórias criam vida. Descubra agora