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Se olhar no espelho era uma posição difícil para Jungkook, notar as cicatrizes e o olhar rebelde lhe incomodava o suficiente para querer quebrar o espelho com os próprios punhos. Não existiam formas de controlar os monstros da sua cabeça, achava, até o dia que Seokjin caiu em seus braços.

A melhora das hipóteses para entender o quanto precisava de Seokjin para si era escondendo seus monstros bem lá no fundo da própria cabeça, se mostrando um líder que foi ensinado a ser. Mas a mentira durou o mesmo tempo de Seokjin destrinchar sua sanidade. Como esconder seus monstro quando todos ao redor precisam ter medo para que o que mantinha entre seus dentes não fosse visto, tocado ou roubado. Não era justo esconder. 

— Amor? — Jungkook ergueu o olhar para o espelho ao ouvir a voz de Seokjin fraca e sonolenta atrás de si. Ele coçava os olhos e lutava para os abrir. — Por que não me acordou? 

— Eu te peguei no colo, mas seu sono estava tão profundo que eu não tive coragem. 

— Ah... Deu tudo certo? 

— Sim. Temos um agiota como parceiro agora. De um grupo chamado Tríade. 

— Um agiota? Isso é estranho. 

— Mas o suficiente. Estou satisfeito com a morte daqueles dois. 

— Venha dormir. — Seokjin puxou Jungkook pelas mãos. — Ou se quiser podemos transar. Sei que é a melhor forma de acalmar a fera dentro de você. 

— Não. Já chega de transar para me acalmar, Jin. Eu preciso melhorar isso. Preciso que a gente fique confortável, menos tóxico… 

— Como? — Seokjin chegou perto de Jungkook, procurando o cheiro de outro ômega. — Você fodeu com quem? 

— O que diabos tá insinuando, Seokjin? 

— É isso que está escutando. Com quem você transou antes de vir? 

— Eu não sou um fodido, porra. Não confia em mim? 

— Que caralho de história é essa de ser menos tóxico, Jungkook? Tá maluco? — Seokjin estava irritado. Não era o que imaginava. Não era o que queria. Conhecia Jungkook, se casou com aquele alfa sabendo a bomba relógio que ele era. — Você não sente mais nada por mim? 

— É o que? Quem tá maluco é você. Eu não quero que você se machuque, eu quero aprender a me acalmar sem ter que precisar de você, Jin. 

— Mas eu não me importo que me use. Não me importo. Eu me casei sabendo como você era. — Seokjin subiu a blusa de Jungkook para tirar. — Me casei já sabendo do seu temperamento, me casei sabendo como seu lobo é cheio de mania. Eu já sabia disso. 

— Mas eu não quero que você sofra. 

— Eu não sofro por sua culpa, eu sofri pelo medo de não te ter. — Seokjin levou as mãos até os botões da calça, tirando-as com a cueca. — Entre na banheira. 

— Você vai entrar comigo? 

— Sim. Eu vou. 

A banheira estava cheia demais, transbordou quando Jungkook entrou e logo depois Seokjin fez o mesmo, sentando entre as pernas dele e encostando no peito. Foram poucas as vezes durante anos de casamento que tiveram momentos tão íntimos, pois não tinham tempo juntos. Também não eram românticos, nem sequer sabiam ser. 

— Pare de insinuar que eu vou te trocar, Seokjin. Eu estou tentando me manter tranquilo com essas merdas que você tá me acusando. — Jungkook segurou Seokjin pelo rosto, apertando e falando com os lábios perto do ouvido, apertando o rosto com mais força. — Eu não tenho sangue de barata. Não continue com essa merda. 

Let it burn | JINKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora