– Temos mesmo que ir? — Resmungo vestindo um vestido preto com fios de ouro, que deixavam meu ombro e colo suavemente amostras.
– Sim, precisamos de ajuda. — O homem diz guardando uma de suas espadas.
– Geralt eu consigo fazer o feitiço sozinha, não precisamos dela.
– Sn, você não vai tentar novamente...eu...eu não vou arriscar perder você. — Seu rosto enrijece — Não outra vez.
Geralt era como um irmão mais velho, quase um pai pra mim. Fui resgatada de uma casa em chamas, mas não tinha vestígio nenhum de qualquer outra pessoa, e nunca fui reivindicada ou procurada por nenhum famíliar, então os bruxos de Kaer Morhen me criaram.
Logo eles descobriram que eu não era uma criança comum, começou com pequenos objetos sendo atirados ou desaparecendo diante de seus olhos e ao passo que fui crescendo os poderes foram aumentando gradativamente, e com ajuda de mestres eu aprendi como domina-los perfeitamente.
Mas depois de conjurar um feitiço poderoso eu fiquei enfraquecida, como se minhas forças tivessem sido drenadas de alguma forma.
– Mas podemos procurar outra pessoa, talvez...
– Você sabe que não tem outra pessoa capaz de nos ajudar dessa forma, somente ela!
Respiro fundo pegando a máscara, apenas aceitando que não tem mais alternativas... então que assim seja, vamos encontrar Yennefer de Vengerberg.
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O baile de máscaras já tinha começado Geralt, foi percorrer o local para se assegurar que tudo estava bem, e então eu segui até o centro do grande salão, tendo a vista da incrível mulher sentada em uma poltrona.
Ela estava ainda mais linda do quê na última vez que a vi. Meus passos são firmes e calmos, sigo em sua direção sem me importar com os demais convidados.
– Olha só o quê os bons ventos me trazem, se não é a doce e poderosa Sn. — Seus olhos violetas eram penetrantes, impossível de desviar o olhar.
– Como tem passado Yen? — Lhe pergunto levantando uma taça de vinho a levando aos lábios.
– Melhor agora. — Ela sorri, colocando o seu vinho na mesa ao lado, se levantando e me analisando.
– Precisamos de sua ajuda.
– Hum, minha ajuda, Sn Brave precisando da ajuda de uma feiticeira, isso é novidade.
– Qual é Yennefer sem jogos dessa vez, por favor. — Falo séria encarando seus olhos.
A mulher então caminha até mim, me levando um pouco mais para o canto, onde poderíamos conversar melhor.
– Me diga o quê precisa e farei o possível para te atender.
– Bom, tem um feitiço que não posso fazer sozinha...na verdade eu poderia mas...
– Mas, morreria tentando. — A mulher diz engolindo seco se virando de costas, posso ouvir sua respiração pesada — Conjuração de magia antiga?
– Sim, mais precisamente incorporação de um ancião.
– Isso é quase impossível. — Ela diz ainda olhando para a a janela — Infelizmente dessa vez não poderei ajudar, feitiços assim são limitados até para alguém como eu.
Nesse momento o homem de cabelos brancos surge ao meu lado, imediatamente bato com a taça em seu peito.
– Eu sabia que você daria para trás de novo, sempre assim, mas tudo bem eu farei sozinha! — Serro os punhos me virando em direção a saída, então paro ao ouvir sua voz.
– Tentar realizar isso sozinha é suicídio.
– Ela já tentou! — A voz do homem sai quase como um rosnado.
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Respiro fundo e sigo até a porta com suas palavras ecoando em minha mente.
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Pego um pouco de ar tirando a máscara, sentindo uma dor forte no peito, veias negras começam a saltar ficando bem amostra. Logo uma mão que eu conhecia bem segura em meu braço me virando para trás.
– Por quê? Me diz Sn, por quê você tentou sozinha se sabia dos riscos? — Seus olhos agora estavam marejados.
– Por quê eu queria provar que conseguia... pensei que se talvez conseguisse poderia ser digna de você. — A dor preenche meu peito mas a suporto ao máximo.
– Mas você...é digna, eu que não te mereço.
Encosto meu rosto no seu, a beijando rapidamente.
– Estou morrendo Yen, por favor me ajude.
– Eu, irei prometo que irei.
– Não se vá novamente, estou te pedindo.
– Ah minha querida, achei que pudesse ser melhor se ficássemos longe.
– Nunca, meu coração esteve com você todo esse tempo.
– O meu também, mas tive receio de tentar algo novo.
– Eu sei, se entregar e confiar não é muito o seu forte.
Damos uma risada, e então meus pés vacilam, seus braços me envolvem e ela olha para as marcas escuras em meu peito.
– Vamos concertar isso!
– Como?
– Ligação de almas.
– Não, não você ficaria vulnerável, se eu acabar morrendo você também vai.
– Se for para ser assim que seja, um mundo no qual você não está já é a morte pra mim. Se for necessário morrer tentando te salvar, eu irei.
