Acordo durante uma noite fria. Mais uma vez desperto do meu sono, perante o calafrio que sinto sobre minha face. Um toque gélido, uma carícia sem calor. Mas ao abrir meus olhos não vejo nada.
Sento em minha cama e coloco alguns dedos sobre meus lábios, ainda posso sentir um gosto indescritível. Tento decifrar o segredo por trás desse sabor maravilhoso que invade a minha boca.
Olho para porta de vidro que dá para a pequena varanda do condomínio onde eu moro, está aberta. As cortinas brancas esvoaçam pelo quarto graças ao vento frio que sopra sem piedade, deixando arrepiada minha pele exposta.
Levanto-me e vou até o parapeito da varanda, olho para cima, para baixo, para todos os lados possíveis, mas não encontro nada. Abraço a mim mesma tentando me proteger da brisa gelada que bate contra o meu corpo, me sinto frustrada. Afinal de contas, o que eu esperava encontrar? Não sei o que se passa durante minhas noites. Pode ser minha mente tentando me pregar uma peça, um sonho, um pesadelo. Não sei o que pensar, estou confusa.
Entro de volta para o meu quarto e fecho a porta de vidro, acalmando assim as cortinas. Ando até minha cama e volto a dormir.
Droga de despertador! Por que foi me acordar justo agora? Não quero sair debaixo do meu edredom quentinho, não quero me levantar da cama onde estou encolhida.
Fui burra em dormir com uma simples camisola de seda diante desse friozinho incômodo, mas gostoso, que o outono proporciona.
Bato minha mão sobre o objeto gritante o calando de vez. Não quero abandonar meu leito, mas tenho que trabalhar.
Sou bibliotecária. Meus amigos dizem que é inadequado para uma mulher da minha idade, tenho 23 anos. Besteira na minha opinião, pois eu adoro o que faço e os benefícios para mim são infinitos. Posso me deliciar nos montes e montes de livros que possuem a biblioteca municipal, onde eu trabalho.
Após um banho muito quente, que avermelhou minha pele branca, tomo café e saio da minha minúscula residência. Sinto-me uma francesinha vestida com uma toca larga, botas pretas e suéter listrado em branco e vermelho.
Ao andar pelas ruas sinto um frio cortante roçar contra minha pele, resfriando meu rosto e deixando a ponta do meu nariz rosado.
Depois de pegar o sempre lotado metrô e cruzar algumas ruas, chego ao meu destino.
Não deixo de apreciar o quão linda é a biblioteca onde eu trabalho. Enorme e cheia de estantes altíssimas, as quais eu necessito de escadas para alcançar certos livros, no piso de mármore chego a ver minha imagem refletida. A decoração é linda e possui um goticismo medieval encantador.
A amplitude do local faz com que o mínimo ruído vire eco, por isso é exigido silêncio absoluto nas áreas de leitura e pesquisa.
Após cumprimentar alguns colegas de trabalho, os quais a maioria são mais velhos do que eu, vou até um cabide onde deposito meu cachecol e toca.
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O Beijo do Vampiro
FanfictionTodas as noites Maite é beijada, mas por quem? E por quê? 🧛🏻 ⚠️ | Peço encarecidamente que leia a introdução antes de começar a leitura, para que seja evitado futuros desentendimentos.