𝗗𝗮𝗱𝗱𝘆'𝘀

Sete

Na semana seguinte.

-Quer uma carona? — O cara da biblioteca de um tempo atrás para ao meu lado na rua.

Estava chovendo muito e eu estava voltando de um encontro com um garoto. Não tinha dado muito certo.

— Claro.

Eu estava pouco molhada. A chuva não tinha começado a muito tempo.

Eu entrei no carro que por sinal era bem chique.

— Tudo bem? Aonde ia com uma chuva dessas?

— Ah, eu não estava saindo. Estava voltando.

— Entendi.
— D-desculpa por...por esbarrar em você, na biblioteca aquele dia.

Ele apertou o maxilar enquanto virou o olhar para entrar em uma das ruas.

— Sem problemas.

O silêncio voltou a reinar por um tempo.

— Sei que não é da minha conta, mas é a única coisa que me vem a mente para puxar um assunto. — Ele ri. — Onde estava?

— Em um encontro. Um péssimo encontro.

— Por que péssimo?

— Não é o tipo de cara que eu quero. Na verdade nem sei se quero um.

— Por que não?

— Coisas pessoais.

— Hm. Ele te tratou mal?

— Não. Mas ele era esquisito. Eu me arrumei por muito tempo, pra chegar lá e ver ele com uma camiseta de time e havaianas.

Vinnie não pode conter o riso.

— Não é engraçado.

— Não me diga que ele te levou pra comer empadinhas.

— Um dogão de cinco reais! Como pode ser cinco reais? — Eu ri, fazendo Vinnie restribuir. — Não é pelo cachorro quente, nem pelo lugar. Mas pela consideração.

— Eu entendo.

Eu ri.

— E ele não combinava comigo. O apelido dele era Zé. — Nós começamos a rir.

— Os garoto deveriam tratar as garotas de um jeito melhor. Elas passam horas se arrumando pra chegar no lugar e ver um cara com óculos cintilante.

Eu ri.

— Não é uma coisa normal assim, que eu quero pra minha vida.

— Quer coisas diferentes?

— Não quero ser alguém padrão.

Ele sorriu.

— Bom senhorita diferente. Chegamos.

— Eu ficaria com medo por saber o meu endereço...se a casa fosse minha.

Ele riu.

— Conheço a Jenny a tempo! Não de preocupe.

— Obrigada.

Ele levou a mão a testa e fez sinal, a puxando para a frente denovo.