Três

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Digno de todos os prêmios existentes.

— S/n? Vamos? — Jenny convidou.

— Já fechou? — Perguntei fechando meu livro.

— Sim. Já são dez e meia.

— Posso levar sem fazer a ficha? — Chacoalho o livro.

— Só porque vai pra minha casa. — Ela ri me fazendo retribuir.

Foi algum tempo de caminhada pela rua fechada por neblina, até a casa de Jenny.

O marido de Jenny havia morrido a três anos e desde então, não arrumou mais nenhum.
Sinceramente, arrumar um marido me soa assustador.

É apavorante pensar que talvez alguém não te ame em meio a talvez oito bilhões de pessoas. Acho que eu não preciso de um marido.

— Sabrina? - Jenny chamou entrando em casa. Eu por instinto, a segui. — Sabrina! - Dessa vez ela diz com autoridade.

— O que foi mãe? Que saco! Eu já falei que esse horário eu estu...n? - A loira reclama descendo as escadas.

— Oi. — Apertei o livro um tanto tímida pelo tempo que não via ela.

— Meu Deus. Quanto tempo. Eu senti sua falta.—
Ela corre para me abraçar.

— Eu também senti a sua. — Retribuí seu sufocante abraço.

— Como você está?

— Muito bem.

Eu devia perguntar de volta, mas sinceramente não ligava.

— O que está fazendo aqui a essas horas? - Ela olhou para sua mãe, esperando resposta por mim.

— Problemas com o padrasto. Ela vai ficar aqui pelo o tempo que precisar. Todas sabemos que o Robert e um estúpido e babaca. - Jenny revirou os olhos. Nós rimos.

— Vem. Vamos conversar. - Sabrina me puxou pela mão. Jenny apenas ficou rindo enquanto Sabrina me arrastava para seu quarto. Nada tinha mudado. — Vamos colocar tudo em dia! - Ela fecha a porta.

— Sobre o que quer conversar? - Perguntei me sentando na beirada da sua cama.

— Eu não sei. Me conte novidades!

— Ah, eu vi um cara hoje, na biblioteca da sua mãe...

— Hm. Como ele era? — Ela faz sua cara de garota safada de sempre.

— Ele tinha uma pose de patrão misturado com bad boy.

- Uh. Um bad boy...

— Eu esbarrei nele sem querer. - Fiz uma careta.

— Pediu desculpas e juntou os livros? E depois trocaram números?

— Você lê fanfic demais. Na verdade eu pedi sim desculpa, mas ele me examinou de cima a baixo e virou as costas.

— Ele é bonito pelo menos?

— Tem cara de mau. Parece ser chato pra caramba.

— As vezes é só pose. Mas e aí, você gosta dele?

— Não. Eu nem conheço ele direito. Só tô dizendo que ele está fora do padrão de caras que eu tenho visto nos últimos anos.

𝗗𝗮𝗱𝗱𝘆'𝘀Onde histórias criam vida. Descubra agora