Oi, amigas!
Estou sumida, eu sei. Quando entrei aqui, me dei conta que a última atualização foi em 31 de agosto.
Muitas coisas mudaram na minha vida desde que iniciei esta história (minha primeira, com orgulho) e acredito que, como para a maioria de vocês, este ano foi extremamente pesado.
Estou trabalhando de casa, o que é uma realidade que amo, porém, que exige mais de mim, pois estou disponível a qualquer momento. Houve as enchentes no RS, estado onde moro, e ainda que minha cidade, felizmente, não tenha sido atingida, ninguém saiu imune ao desgaste de ver amigos e familiares perderem tudo. Me senti e sinto sobrecarregada pelo peso de simplesmente ter que dar conta e sei que vocês entenderão, pois acredito que algumas talvez também se sintam da mesma forma.
A história está toda desenhada na minha cabeça, mas sabem quando aquele momento que temos livre serve APENAS para fazer nada? É como me sinto. Aproveito finais de semana e momentos de descanso simplesmente para fazer nada. Isso não significa que deixarei a história de lado, e isso leva ao próximo parágrafo.
Sou advogada e professora. Na quarta-feira, estava no meio de uma aula e vi a notificação da minha irmã no celular (nunca deixo de verificar as mensagens da minha irmã - sempre penso que algo pode ter acontecido) e entrei em absoluto choque. A mensagem era de uma foto, um print de uma notícia, dizendo "Morre Liam Payne, da One Direction, aos 31 anos". Eu literalmente estava no meio da explicação do conteúdo e travei. Fiquei em absoluto choque, porém, a vida de adulto não te permite travar em certos momentos, então precisei retomar a compostura e finalizar a aula nos minutos que restavam, segurando o choro e fingindo que nada estava acontecendo.
Liam não era meu favorito - acho que pela história, por si só, dá para perceber. Não acompanhava muito a carreira dele, apesar de gostar de algumas música, contudo, ninguém que passou parte da adolescência/início da fase adulta ouvindo One Direction saiu ileso desta última quarta-feira. Confesso que fui egoísta! Um de meus primeiros pensamentos foi: eu nunca vou ter a chance de ver 1D novamente. E, então, em seguida um pensamento muito pior me veio à mente: um filho que nunca mais vai ver o pai. Um pai e uma mãe que nunca mais terão o filho junto deles em um Natal.
Mortes no geral sempre me abalam. Compreendo que fazem parte do ciclo da vida e, por vezes, até vivencio bem o luto, porém, me atingem profundamente quando a causa é a depressão. Seja lá o que tenha acontecido com Liam, se foi proposital ou não, se estava consciente ou não, o "antes" era um grito de socorro. E eu não consigo digerir como um ser-humano pode estar literalmente gritando por socorro, dando todos os sinais possíveis, e ninguém percebeu o rumo que poderia tomar.
Não estou aqui para fazer juízo de valor e tentar culpar ninguém, mas me machuca muito imaginar que os últimos pensamentos de alguém podem ter sido sobre o quão sozinho se sentia, como se nenhuma outra pessoa pudesse entender a dor que tomava seu coração.
Isso me quebrou e se você está aqui, imagino que também se sinta assim.
Com esta carta, venho dizer o seguinte: se cuidem. Cuidem da saúde mental de vocês. Por mais desgastante que a vida esteja, não esmoeça e não deixe que os outros sejam a régua do valor que têm. Busquem ajuda. Não se iludam pelas vidas perfeitas que estamos acostumados a ver na internet: toda fucking pessoa tem um milhão de problemas que, assim como eu tive de fazer no meio da aula na quarta, mascaram porque a vida dita que é assim que deve ser.
Minha história seguirá, assim que eu conseguir tempo e saúde mental para continuar com ela.
O principal motivo pelo qual resolvi escrever e pelo qual leio as histórias é para escapar da realidade, por vezes, tão dura. A escrita/leitura são minha maior válvula de escape. Portanto, nesta história, o capítulo que encerrou no dia 16 de outubro não irá existir.
Continuarei a história como se, em uma realidade paralela, Liam ainda estivesse aqui, acolhido, protegido, contando com a ajuda pela qual sua alma clamava. Nesta realidade alternativa, nosso quinteto permanecerá intacto e, nós, aguardando pelo dia em que veremos eles juntos novamente.
Espero que estejam bem com tudo isso.
Se leu até aqui, espero que me perdoe pelo sumiço e que eu possa contar com você no retorno.
R.I.P., Payno!
<3
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Hallowayn
RomanceA vida da fotógrafa Sofia Souza deu um giro quando, duas semanas antes de seu casamento, descobriu que seu noivo a traía com uma colega de trabalho. Decidida a deixar o Brasil e, junto do país, toda a decepção vivida, embarcou para a Philadelphia a...