Tainted Love

18

Eu realmente travo quando tento ter algum tipo de interação, é o que digo quando sinto Hiro me encarando e escondendo um sorriso muito fofo que com toda certeza arrancaria calcinhas de multidões, na verdade ele deve ter tido milhares de propostas, a própria noiva, quer dizer ex-noiva, se ofereceu para ele. Eu ainda vou fazer alguma coisa sobre ela, talvez fingir que sou sua cabelereira e acabar fazendo ela ter um corte químico. Sorrio com esse pensamento enquanto a cachoeira faz o seu papel e não deixa o nosso silencio tão constrangedor.

Sinto minha mão sendo puxada por Hiro que abre a boca para falar algo quando escuto passos altos vindos do começo do deck, nos viramos para olhar e sorrio para Paul, o filho do Paul que trabalha na guarita, então ele seria o Paul Junior?

O médico se aproxima e sorri olhando ao redor como se fosse o dono do local, ele é bonito, seus olhos azuis intensos, seus cabelos loiros estão mais brilhosos e ele usa um terno cinza que aperta seus braços e coxas, eu não estou sendo muito detalhista até por que ele não me interessa, mas para outra pessoa ele seria atraente. Para mim é só o mesmo do mesmo.

– Eu não sei se você viu, mas os seus cuidados não são mais necessários aqui, doutor Paul. — Hiro fala travando seu maxilar e encarando o homem que não olha para ele e sim para mim, eu decido fazer disso algo que pode ser o início de uma competição nada saudável de testosterona?

– Oi Paul. — Digo saindo do lado de Hiro e sorrindo para Paul Junior, pelo menos tento ser civilizada. – Fiquei sabendo que você me examinou e ajudou com a medicação, eu gostaria de agradecer.

Paul tem um sorriso diferente de Hiro, ele ficou um homem até que apresentável sem o óculos fundo de garrafa, seu cabelo estilizado me deixa curiosa, não que eu esteja me interessando em Paul, só estou tentando ver algo a mais aqui.

– Eu não tive a oportunidade de conversar com você direito naquele dia, podemos marcar algo quando puder para que eu possa lhe agradecer devidamente.

– Você não precisa agradecer indo aos lugares com esse cara. — Eu seguro um sorriso quando Hiro cochicha em meu ouvido e colocando a mão em meu ombro gentilmente e seu rosto está enrugado com um olhar afiado e nada agradável em direção ao médico que não tira os olhos dos meus.

– Estou com algum tempo aqui, se você quiser ir agora.

– Não está vendo que nós estávamos conversando? Ela não vai sair com você. — Hiro diz, tento não transparecer o tanto que estou gritando e excitada internamente, é uma luta já que sou uma vadia egoísta e que adora esse tipo de atitude vinda do homem que tanto gosto. Talvez eu tenha uma queda por homens machistas? Não, Hiro nunca seria assim, até por que ele é tão delicado quando está comigo e se preocupa tanto com meu bem-estar. Um lindo lorde.

– Acho que não é você que decide o que ela vai fazer. — Paul enfrenta Hiro e eu realmente preciso sair para rir, estou quase gargalhando, mas respiro fundo e digo algo para piorar a situação, normalmente não gosto do caos, mas esse é tão legal.

– Na verdade eu não queria ficar aqui, então acho que podemos ir agora se você não se importa, Paul. — Hiro agarra meu braço furioso e eu me contenho, preciso que ele confie em mim tanto quanto confio nele. Já que provavelmente ele está confortável demais para me tocar e falar por mim, nosso relacionamento saudável e sem crises está se aproximando, eu sinto isso pelo aperto do meu coração.

– Nós podemos deixar essa conversa para depois, Hiro? Já que somos vizinhos. — Mordo meu lábio inferior e ele me fuzila, eu odeio esse olhar raivoso direcionado para mim. Confie em mim, é o que digo sem dizer.

– Vamos? — Paul fala gentilmente e eu não percebo o aperto de Hiro em meu ombro, até sentir e isso me deixa pingando.

– Eu não queria que você fosse com ele.