Uma Pequena Lua

Terapia Familiar

As gêmeas caminhavam pela floresta, ambas com seus animais de estimação nos braços.

Sol já tinha sumido, dando espaço para a lua no céu.

– Hmm... – Tsuki resmungou, olhando ao redor. Não queria correr o risco de encontrar certos onis – Taiyo... acho melhor a gente volt... – parou de falar instantaneamente, vendo o que sua gêmea fazia.

A de cabelos curtos estava derramando o kimono, revelando uma espécie de maio que deixava as costas a mostra, juntamente com um pequeno par de asas semelhantes a de morcego.

– Voltar por quê? – questionou, deixando o kimono completamente de lado.

– Você tá maluca?! – a de cabelos longos gritou, seus olhos não sabiam em que cor ficar com a situação.

Pegou a roupa da irmã, que estava no chão, se aproximando dela novamente.

– Se veste! – parecia mais uma ordem do que um pedido.

Taiyo arqueou uma sobrancelha, logo em seguida rindo, seus olhos ganhando um tom de azul.

– Maninha, relaxa – passou uma das mãos nos cabelos, com uma pequena parte deles ganhando um tom de rosa avermelhado e um par de chifres surgirem em meio ao couro cabeludo – É normal minha espécie ficar assim.

O olhar de Tsuki ficou confuso. Que espécie?

– Ah sim, eu me esqueci – coçou a própria nuca, rindo um pouquinho – Eu sou uma...

– Tsuki!! – o nome da menina foi ouvido, interrompendo a fala da outra.

Nem em 5 segundos depois, a morena sentir alguém abraçando-lhe por trás, quase a derrubando.

– Karaku! Já basta o Urogi ter derrubado ela na última vez! – a voz irritada do oni se fez presente.

Tsuki suspirou. As pessoas que ela menos queria ver naquele momento estavam bem ali...

– Tsuki, achamos voc... Pirralha, por que tem uma prostituta com o rosto igual ao seu? – o oni esverdeado questionou, se separando da filha e encarando sua gêmea – Tu tem um clone também?

Taiyo o encarou, irritada, seus olhos ganhando um tom de verde escuro.

– Seus pais?... Adotivos? – deu ênfase na última palavra, querendo provocar os onis.

– Sim, somos os pais adotivos dela! Idai? – agora o demônio alado se pronunciou – Pirralha, não gostei dela – cruzou os braços, se aproximando da filha.

– Isso não é problema meu... – a de cabelos longos finalmente falou, tendo seus olhos vermelhos.

Foi até sua gêmea, a puxando pelo braço, querendo sair dali. Porém antes de chegar muito longe, Taiyo travou o pé no chão, impedindo que continuasse a andar.

– Vocês estão brigados? – se virou para os onis, os vendo ter um olhar receoso.

– Não... Eu só não quero falar com eles agora... – a voz da menina soou, recebendo a atenção de sua gêmea.

– Então estão brigados, mas por sua parte – antes da outra responder, Taiyo pegou seu kimono de volta, o vestindo e se sentando no chão – Minha intenção vindo aqui era mostrar minha habilidades a Tsuki e ajudar ela a usar as dela, mas acho que também posso servir de terapeuta – ela tinha um sorrisinho no rosto, seus olhos fechados.

Um silêncio estranho tomou conta da área. Ela estava sugerindo terapia para eles?

– Taiyo, eu não estou afim de brincadeiras agora.