•∴⋆🥀⋆∴•⎮𝐎 𝐐𝐔𝐄 𝐃𝐄𝐕𝐄𝐑𝐈𝐀 𝐒𝐄𝐑 um dia feliz, marcado pelos quinze anos dos gêmeos Juniper e Jeremy, tornou-se um abismo de dor e desespero. O destino, em sua ironia cruel, escolheu presentear a família Gilbert não com celebrações, mas com...
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•∴⋆🥀⋆∴•⎮ 𝐃𝐀 𝐓𝐎𝐑𝐑𝐄 𝐃𝐎 relógio, a vista era das ruas quase desertas, ocasionalmente cruzadas por uma ou outra alma que voltava do trabalho ou de algum lugar qualquer. O silêncio da noite era quebrado apenas pelo uivo do vento, que, lá do alto, soava ainda mais incômodo, como se quisesse fazer companhia à melancolia de quem o escutava.
Juniper, imóvel, olhava para aquelas ruas com a mesma desolação que preenchia seus olhos sem vida. Ao seu lado esquerdo, várias garrafas de bebida vazias; à direita, três ainda cheias, aguardando o destino de serem esvaziadas. Uma outra repousava em sua mão, e, sem hesitar, ela levou o gargalo à boca, deixando a vodka queimar sua garganta como se buscasse um alívio passageiro. Fechou os olhos por alguns minutos, numa tentativa vã de silenciar o turbilhão que lhe assolava a mente. O som do celular, porém, interrompeu sua letargia.
Na tela, o nome "Minha vadia" piscava. Dante estava ligando mais uma vez, outra tentativa desesperada de saber onde ela estava. Mas Juniper não tinha coragem de encarar ninguém, muito menos Dante ou Vicki. Desde que viu Vicki em transição, algo dentro dela se quebrou. Sentiu que falhou em protegê-la, e essa sensação transformava-se em um medo crescente de também falhar com Dante.
"Que tipo de amiga sou eu se não consigo protegê-los?", pensou, desligando o telefone sem responder. Voltou a lançar o olhar vazio pelas ruas enquanto levava a garrafa de vodka aos lábios novamente.
A dor a sufocava, e ela odiava como o vampirismo amplificava cada sensação. Aquilo que, como humana, já seria doloroso, agora parecia uma tortura mil vezes maior, quase insuportável. Sentiu o aperto no peito, uma opressão tão intensa que lhe tirava o fôlego, ainda que respirar fosse apenas um hábito que ela insistia em manter, talvez a única coisa que poderia ter de sua vida humana.
