Capítulo 247: Natureza 6.

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Narciso estaria mentindo se falasse que havia aprendido tudo sobre o ambiente selvagem apenas tendo algumas experiências em campo.

Nenhum ambiente era igual ao outro, por exemplo dentro do Canion, havia um ecossistema independente.

As arvores glaciais eclodiam do subterrâneo, crescendo de fontes de agua congelada, aguas que eram tão frias que matavam instantaneamente qualquer criatura que se aproximasse da neve ao seu redor.

Essa agua estava em um estranho estado liquido, emanando constantemente um gás branco e mortal.

As arvores glaciais emergiam desse lago, era difícil dizer se havia criaturas vivas dentro daquelas fontes de agua, já que por ser tão nocivo era possível ver vários animais congelados de longe.

Com a nutrição da agua, as arvores glaciais se estendiam pelo canion emergindo como uma flor gigantesca de cada fonte, as arvores glaciais tinham a estrutura mais estranha entre as arvores, seus troncos eram finos como a coxa de um humano, mas eram longos e distorcidos expandindo-se horizontalmente ao invés de verticalmente.

Os troncos se torciam acima da terra, se moldando a sua forma e se modelando a sua natureza como uma camada de pele, mostrando outra característica peculiar.

Dos troncos horizontais, as raízes na verdade cresciam para cima enquanto os ramos que dão frutos cresciam para baixo perfurando o solo, era o inverso de uma arvore comum.

As raízes cresciam descontroladamente até a borda do canion, escalando sua parede até a superfície onde cresceriam para fora, tudo apenas para conseguir ficar no alcance da luz do sol.

Enquanto isso os ramos perfuravam o solo, criando estruturas ocas em forma esférica, onde era possível ver incontáveis morangos espirituais crescendo a cada mês.

Esses morangos eram o principal alimento de uma espécie chamada lagarto branco, esses lagartos farejavam esses morangos e escavavam suas passagens ocas, de cem lagartos brancos 80 deles morreriam durante esse processo enquanto outros vinte sobreviveriam.

Isso por um motivo, os morangos coração.

Comer um morango por dia fazia bem.

Comer dois morangos por dia era um caminho sem volta, eles ficariam tão viciados que começariam a lutar entre si para comer mais morangos.

Comer três morangos por dia era igual a morte, o coração iria explodir, o sangue entraria em ebulição e começaria a vazar pela pele, ironicamente a pessoa cozinharia de dentro para fora, cozinharia com tanta intensidade até entrar em combustão de forma que nem sequer um cadáver seria deixado para trás, apenas cinzas.

Por isso ao entrar em uma caverna de morangos você veria cinzas espalhadas pelas paredes ocas.

Não era apenas os lagartos brancos que se alimentavam dos morangos todas as espécies dentro desse canion perseguiam essas fazendas naturais em sua infância, aqueles incapazes de sentir a intenção de matar dos morangos morreriam.

Porque sim, essas frutas espirituais estranhamente emanavam intenção, quanto mais morangos você comia mais forte era essa intenção, as bestas incapazes de reconhecer essa intenção e seguir seu instinto seria morta.

Era magnifico pensar que um mero morango teria um espirito, uma vez que você come um morango você enfrenta constantemente aquele espirito, espírito que se acumula a cada dia com o consumo de cada morango.

Esse estranho método de defesa seduz a pessoa a comer mais morangos levando-a indiretamente para a morte.

O mais estranho era o que acontecia depois disso, uma vez que o corpo virava cinzas e as cinzas se acumulavam no buraco oco o suficiente, morangos paravam de crescer era possível ver apenas uma raiz interconectada ao pó que sobrou dos corpos de feras e humanos que morriam ali.

Era Mitologica Parte 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora