Desculpas? - cap 17

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Pugsley olhou para Enid com uma expressão de puro desprezo, seus olhos escurecendo de raiva enquanto ele mantinha a porta aberta apenas o suficiente para que ela pudesse ver seu olhar penetrante.

— Você realmente tem coragem de aparecer aqui depois do que fez? — Pugsley disse com um tom cortante. — Ontem, minha irmã foi humilhada na frente de todo mundo, e você estava lá, do lado deles. Parte daquela aposta nojenta. — Ele deu uma risada amarga. — E agora acha que só porque bateu na porta dela vai ser perdoada?

Enid sentiu o coração afundar. Cada palavra que Pugsley falava era como uma facada. Ela tentou falar, mas ele a interrompeu.

— Ela não precisa de você. Nunca precisou. E se você realmente achou que ela ia te perdoar, você é mais patética do que eu pensei.

Enid mordeu o lábio, os olhos marejando enquanto sentia um aperto no peito. Mas antes que ela pudesse reagir, ambos ouviram o som de passos descendo as escadas. Os dois olharam na direção do som, e lá estava Wednesday, parada na base da escada, olhando para eles com uma expressão vazia.

Pugsley se virou para a irmã, uma sobrancelha levantada, ainda irritado.

— Ei, Wednesday... você conhece alguma tal de Enid aqui? — Ele apontou com o polegar para Enid, o sarcasmo escorrendo de sua voz.

Wednesday olhou para Enid brevemente, seus olhos frios como o gelo, sem qualquer traço de emoção. Ela deu de ombros casualmente.

— Nunca ouvi falar. — Disse de forma cortante, antes de virar as costas e caminhar para a cozinha sem nem dar outra olhada em Enid.

O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Enid sentiu o chão sumir debaixo de seus pés, o coração batendo descompassado e o estômago revirando. Cada palavra, cada gesto indiferente de Wednesday a destruía por dentro.

Pugsley fechou a porta sem dizer mais nada, deixando Enid ali, sozinha, com a dor de sua própria culpa e arrependimento esmagador.

Enid voltou para casa, sentindo o peso da rejeição em cada passo que dava. Seu coração parecia apertado, e o estômago revirava de ansiedade e arrependimento. Assim que chegou ao quarto, ela pegou o celular, as mãos tremendo levemente, e abriu o aplicativo de mensagens. Sabia que tinha que tentar, mesmo que fosse tarde demais.

Digitou a mensagem com cuidado, hesitando antes de apertar "enviar".

Enid:
"Wednesday, eu sei que você não quer falar comigo agora, mas, por favor, a gente precisa conversar. Eu... sinto muito."

Ela ficou encarando a tela por alguns segundos, esperando alguma resposta, qualquer coisa que mostrasse que Wednesday ao menos tinha lido. Após alguns minutos, viu a notificação de que a mensagem tinha sido lida.

Mas não veio resposta.

O coração de Enid afundou ainda mais. Wednesday tinha visto a mensagem, mas decidiu ignorá-la. O silêncio dela falava mais alto do que qualquer resposta que poderia ter dado. Enid deixou o celular cair em seu colo, sentindo as lágrimas acumularem nos olhos enquanto encarava o vazio.

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