capítulo 9

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"S-só um gênio poderia amar uma mulher como ela"


Valentina tomava seu café enquanto olhava pela janela, observando a luz suave da manhã iluminar a paisagem. Seus pensamentos, porém, estavam longe, vagando por memórias do passado, especialmente de seu ex-marido. Já não sonhava mais com o amor; havia perdido as esperanças. Não era mais a jovem sonhadora que um dia acreditara em contos de fadas e finais felizes.

Ela suspirou, segurando a xícara com ambas as mãos. Sentia-se esgotada, não apenas fisicamente, mas emocionalmente. O som repentino de seu celular vibrando sobre a mesa a trouxe de volta ao presente. Valentina olhou para a tela: era Marcelo. Havia um tempo em que seu coração teria disparado ao ver o nome dele. Agora, no entanto, mal sentiu algo.

- Não hoje, Marcelo - murmurou para si mesma, deixando o telefone tocar até cair na caixa postal.

Ela terminou seu café em silêncio, o amargor da bebida combinando com o peso em seu peito. Levantou-se lentamente, caminhando até o quarto. Estava cansada de tudo, de tentar, de se decepcionar. Deitou-se na cama, abraçando o travesseiro, e permitiu que o sono a envolvesse, na esperança de que, pelo menos nos sonhos, encontrasse um pouco de paz.

Antes de fechar os olhos, pensou: "Talvez amanhã seja diferente... ou talvez não."

Luiza chegou à fazenda dos Albuquerque com o coração acelerado, seus olhos percorrendo a vasta plantação à sua frente. Ao avançar pelo campo, deparou-se com uma cena inesperada: Pedro, o que ela desprezava com todas as forças, estava aos beijos com uma moça. A expressão da jovem mostrava claramente que não queria estar ali. Sem pensar duas vezes, Luiza se aproximou e afastou Pedro com força, a raiva transbordando em seus olhos.

- Seu verme, deixe a moça em paz! - disse, a voz carregada de desprezo.

Pedro, irritado por ser interrompido, a encarou com arrogância.

- Quem é você para se meter onde não foi chamada?

Luiza ergueu o queixo, determinada.

- Eu sou a nova sócia da fazenda. O seu pai não te contou, seu cafajeste? - disse, com um sorriso de escárnio nos lábios. - A vingança contra você vai ser bem merecida, Pedro, e eu estou aqui para garantir isso.

Pedro pareceu confuso por um momento, mas logo disfarçou a incerteza com desprezo.

- Não sei de nada, mas vou descobrir agora. E quanto a você, nos veremos depois - disse ele, saindo apressado em direção à casa grande.

Assim que ele se afastou, Luiza se voltou para a moça, que ainda estava visivelmente abalada.

- Você está bem? - perguntou, suavizando o tom.

- Estou... - respondeu a moça, com a voz baixa, antes de sair apressada, claramente querendo deixar aquela cena para trás.
Luiza saiu dali decidida e foi em busca de um cavalo para percorrer a fazenda e observar a plantação com mais cuidado. Ao montar o animal, cavalgou calmamente pelos campos, até que seus olhos captaram uma bela visão: um campo de ipês amarelos, cujas flores brilhavam sob o sol. Mais adiante, avistou Valentina, que estava ainda mais deslumbrante do que se lembrava, com os cabelos soltos e um chapéu que lhe dava um ar de força e elegância. As roupas justas destacavam suas curvas, e Luiza não conseguiu evitar um sorriso de admiração.

Descendo do cavalo, Luiza o amarrou perto de uma árvore e se aproximou de Valentina, que observava as flores ao redor.

- O que faz por aqui, Campos? - perguntou Valentina, erguendo uma sobrancelha, mas com um leve sorriso nos lábios.

- Dando uma volta, conhecendo meus investimentos, não é, Albuquerque? - respondeu Luiza, provocativa.

- Só perguntei porque parece que você não conhece nada por aqui - rebateu Valentina, cruzando os braços, mas sem perder o tom desafiador.

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⏰ Última atualização: 9 hours ago ⏰

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