capítulo 7

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"Somos donos dos nossos atos
mas não donos dos nossos sentimentos.
Somos culpados pelo que fazemos
mas não pelo que sentimos.
Podemos prometer atos,
mas não podemos prometer sentimentos.
Atos são pássaros engaiolados.
Sentimentos são pássaros em voo."

Luiza estava no escritório ao telefone, a voz firme enquanto falava:
- A plantação de soja está indo muito bem. Acredito que já poderemos vendê-la na próxima semana.

Do outro lado da linha, o agrônomo respondeu, mas Luiza o interrompeu.
- Não, não podemos esperar mais uma semana para vender - insistiu ela, com a voz cortante. - Agora é a época perfeita.

Ela sabia, no entanto, que com a guerra na Ucrânia e os conflitos no Oriente Médio, a melhor opção era esperar. Respirou fundo e suavizou o tom.

- Espere. Eu ligo quando for a hora certa de vender. Até lá, mantenha tudo sob controle.

Sem dar chance para mais respostas, Luiza desligou o celular na cara do agrônomo. Seu semblante estava fechado. Nesse momento, Augusto, seu pai, entrou no escritório. Ele tinha o ar de quem trazia más notícias.

- Como foi ontem com Valentina? - ele perguntou, com um olhar curioso. - E aquela "cara" que você fez pra ela?

Luiza deu de ombros, desviando o olhar.
- Nada demais, papai - respondeu com desdém, tentando parecer despreocupada, embora seus olhos tivessem revelado algo mais profundo no encontro com Valentina.

Augusto riu baixinho, percebendo o que ela não queria admitir, mas não comentou. Ele mudou de assunto, com um tom sério.
- Tenho uma notícia importante. O verme do Augusto propôs uma união... ele quer que você se case com Valentina para unir as famílias. Assim, nos tornaríamos sócios.

Luiza arqueou uma sobrancelha, incrédula.
- Casar com Valentina? - ela repetiu, como se quisesse ter certeza de que tinha ouvido direito. - Papai, o Marcos é um verme!

Augusto suspirou, tentando acalmar a filha.

- Eu sei, Luiza, eu sei. Mas esse casamento é importante para nós. Vai nos deixar mais perto da vingança para a família.

Luiza cruzou os braços, frustrada, mas sabia que não tinha muitas opções.
- E o que você quer que eu faça?

- Vai ter que ir até a fazenda e encarar o Marcos de frente - disse Augusto, com uma pitada de preocupação na voz. - Tente se manter calma, minha filha. Esse casamento com Valentina é crucial para os nossos negócios e a queda dele .

Luiza suspirou, já prevendo o desgosto de ter que lidar com Marcos e toda a situação.
- Certo, vou fazer o que for preciso, mas não prometo ser gentil.

Augusto sorriu com uma mistura de orgulho e preocupação.
- Eu confio em você, filha.

Naquela noite, Duda chegou à fazenda de Luiza. A amiga a recebeu com um abraço caloroso.
- Que bom que você chegou, Duda! - disse Luiza, sorrindo, enquanto conduzia a amiga para dentro da casa. - Como foi a viagem?

- Cansativa, mas tranquila - respondeu Duda, retribuindo o sorriso. - Trouxe tudo o que você me pediu.

Ao entrar no escritório, Duda entregou a Luiza algumas pastas, cada uma delas com informações detalhadas sobre os Albuquerques, como Luiza havia solicitado. Enquanto isso, Maria, a empregada da fazenda, subia as escadas para preparar um quarto para Duda.

Luiza sentou-se à sua mesa, olhando as pastas com atenção. Seu olhar se deteve em uma delas, a que trazia o nome de Valentina. Curiosa, Luiza abriu a pasta e começou a folheá-la.

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