Ella Jones namorava Jeon Jungkook há quatro anos, ele era o garoto mais doce e atencioso que já conheceu. Ele era o namorado perfeito, parecia ter saído de um livro de romance. Entretanto, Jones era muito insegura. Jeon foi seu primeiro relacionamen...
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Jungkook tentou de todas as formas apressar o seu serviço. Já odiava ter que trabalhar naquela empresa alimentícia, mas agora conseguiu triplicar o seu ódio, pois queria ir logo para casa.
Acabou demorando duas horas, infelizmente não conseguiu sair mais cedo do que o previsto. Seu coração estava acelerado, seu sangue corria ainda mais depressa por suas veias, assim como a velocidade em que acelerava em seu carro.
Jones não atendeu sua ligação e não respondeu mais às suas mensagens, tentou avisar que iria atrasar, ou que estava saindo da empresa, mas não houveram respostas. E o desespero dentro do peito era grande.
Quando chegou em frente ao prédio, estacionou o carro de qualquer jeito e correu pelo saguão, nem mesmo cumprimentando os funcionários que ali estavam. Morava em um prédio de alto padrão, mas nunca deixou de ser simpático com todos, mas naquele momento ele queria que todo mundo explodisse.
Ao chegar em seu andar, correu até a porta de seu apartamento e digitou a senha, abrindo-a e jogando seus pertences no chão ao lado. Seu corpo deu um solavanco para frente ao bater a porta apressado e assim que pisou no assoalho de madeira aquecida da sala, se deparou com Ella Jones sentada em um dos sofás com a cabeça apoiada em sua mão, com os olhos fechados, dormindo.
Pôde respirar mais devagar ao vê-la ali, portanto, voltou até a porta para remover os sapatos, desabotoando o paletó preto e o pendurando ao canto. Seus olhos pousaram nela, como sempre a garota estava com um vestido meigo e soltinho, sempre bem arrumada e delicada. Sua pele de porcelana estava com as bochechas coradinhas e seus cabelos presos em um coque desengonçado feito às pressas.
Ela tinha a aparência de um anjo, por tamanha delicadeza e beleza surreal. Jungkook sequer entendia de onde vinham as inseguranças dela. Jones continha o corpo que ele considerava maravilhoso, não que ele estivesse com ela apenas por isso, mas ela era perfeita com seu corpo violão. Então para si, era mais provável se sentir inseguro do que ela.
Já próximo dela, sentou-se ao lado com cautela, não querendo acordá-la. Seu braço direito passou pelo ombro alheio e a puxou para recostar o rosto em seu peitoral. A garota suspirou, mas não acordou e ainda rodeou o braço em sua cintura.
Foram poucas semanas longe dela, mas pareciam ter durado anos. O cheiro do perfume doce o fazia relaxar, juntamente ao cheiro de cremes para cabelo, os quais ele também adorava. Se sentia em paz quando tinha ela em seus braços e chegou a ser insuportável não tê-la para si a tanto tempo.
— Jun? — A voz sonolenta soou baixinha e ela se ajeitou, levantando a cabeça para olhá-lo. — A quanto tempo está aqui?
— Acabei de chegar! Me desculpe, não consegui sair mais cedo.
— Está tudo bem. — Ela sorriu, se afastando dele e endireitando a postura.
Jungkook não sabia exatamente como iniciar aquela conversa, queria deixar claro que as inseguranças dela eram pura idiotice, mas não queria magoá-la ao dizer. Então, suspirando alto e virando o seu corpo em direção a ela, levou suas mãos para afagar o rosto alheio, trazendo a atenção dela para si outra vez, notando o quanto ela parecia temerosa com aquela conversa.
— Me diga o que está sentindo, amor. — Sugeriu. — Eu sei que está se sentindo insegura, mas me digo os motivos. Como eu posso fazê-la se sentir segura em meus braços?
Ella tomou um tempo para respirar, olhando-o com calma e pesar. Sabia que precisava se abrir, não tinha outra escolha. Ao mesmo tempo que desejava deixá-lo viver feliz sem sua companhia, sentia seu lado egoísta dizer que ele era seu e é assim que deveria ser.
— Você é companheiro, é gentil. Você é romântico e bonito, tem todas as qualidades que uma garota deseja. Você é perfeito em todos os sentidos e eu sequer tenho vocabulário para o definir, para dizer o quanto eu te amo. — Ella deixou que ele olhasse para seus olhos marejados. — Mas eu não sou assim! Eu sou imperfeita, repleta de defeitos, cheia de erros. Não sou bonita o suficiente para estar ao seu lado, não tenho o corpo que um homem como você merece. — Ela fungou sentida, desviando o olhar.
Ela deu uma pausa longa, a qual Jungkook não ousou abrir a boca, pois sabia que ela tinha mais a falar e estava pronto para tirar todo aquele peso dos ombros dela quando por fim acabasse.
— Quando o vejo sorrindo para outras mulheres, eu sei que não passa de simpatia, você é sempre gentil, não importa quem seja. Isso é fascinante, eu amo isso em você, mas ao mesmo tempo isso também me machuca, pois sinto que elas são mais merecedoras do seu sorriso do que eu. — Ela apertou o vestido nas coxas, nervosa em continuar. — Você é um homem experiente em vários sentidos, eu não tenho nada a lhe oferecer. Isso me deixa apavorada! Eu sinto medo quando entramos em sincronia e nossos corpos esquentam, sinto tanto pavor quando você tenta me tocar mais intimamente ou tirar alguma peça de roupa. Me sinto em completo desespero por imaginar o quanto eu poderia ser ruim para um homem tão experiente quanto você. Eu não sou o suficiente e isso me machuca. Me perdoe por isso.
Jungkook respirou fundo, sentindo seu coração quase parar ao ouvi-la, tamanha era sua dor por nunca ter enxergado as tolas inseguranças de sua namorada. Aquela que não sabia o quão perfeita era para si.
— Eu me sinto assim quando estou com você, amor. — Jungkook segurou o rosto dela outra vez, encarando os olhos amendoados encharcados de lágrimas. — Diferente de você, eu contenho um ódio avassalador dentro de mim. Eu odeio quando sorri para outros homens, mesmo sabendo que está sendo apenas gentil. Eu odeio quando eles a olham como predadores e morro de ciúmes quando isso acontece. — Ele a viu rir de leve. — Você é companheira, e é a mulher mais linda que eu já vi em toda a minha vida. Eu amo tudo em você, desde os seus olhos às suas risadas. Você não é imperfeita, não tem erros, às vezes até mesmo imagino que não seja humana.
Jungkook a viu abaixar a cabeça chorosa e envergonhada, mas tratou de a puxar para mais perto com mais firmeza, querendo ter seus olhos conectados para dizer tudo o que sentia, para deixar claro o quando ele a amava por inteiro.
— Não sei de onde tira essas loucuras, mas saiba que a única loucura que eu entendo são as curvas do seu corpo. Amor, cada uma delas me deixa piradão! É insano o quanto eu a desejo. Você não sabe a ânsia que eu sinto para beijar cada pedacinho da sua pele. — Seu polegar afagou-a devagar, observando as bochechas rubras. — Ella Jones, eu me sinto apavorado quando estamos em momentos mais íntimos, pois temo machucá-la. E não se engane, a sua falta de experiência me deixa imensamente feliz, pois isso quer dizer que eu serei o primeiro e o último a amá-la do jeito que somente eu saberei fazer. E se mesmo assim você não quisesse ter relações comigo, eu jamais a deixaria, amor. Pois eu amo quem você é, e não o que você tem para me oferecer.
Ella fungou mais alto e contornou seus braços no pescoço do namorado, apertando-o com uma força desesperada, quase procurando fundir seus corpos em um só.
Tudo que ela precisava, estava em seus braços. O pequeno empurrão para acordar havia sido dado pelo namorado e ela não sabia como agradecer por isso. Ela só precisava ouvir palavras como aquelas para entender que ela nunca seria inferior a ninguém, uma vez que Jungkook a amava com tudo de si.
— Eu te amo... — Sussurrou chorosa, sentindo o cheiro do perfume caloroso ao enfiar seu rosto na pele do namorado. — Com tudo de mim, eu o amo mais do que tudo.
— Eu também, princesa. — Jungkook sorriu, sentindo o coração alegre e descompassado.
