Capítulo 4

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O Dia de Richard

Richard Ríos

Nem preciso de despertador. Meus olhos se abrem antes mesmo do sol dar as caras completas. É assim todo dia, meu corpo já tá programado.

Dou uma espreguiçada gostosa na minha cama king-size e fico ali, criando coragem pra levantar.

Meu apê em São Paulo é um show à parte. Escolhi cada detalhe a dedo, sabe? As paredes são cheias de quadros modernos que me lembram um pouco da arte colombiana, misturada com o estilo brasileiro.

Os móveis? Pura elegância. É meu cantinho da Colômbia nessa selva de pedra paulistana.

Pego o celular e, com um toque, a música toma conta do ambiente. As batidas do reggaeton invadem cada canto, me transportando por alguns segundos pra Colômbia. É meu jeito de começar o dia conectado com minhas raízes, tá ligado?

Finalmente saio da cama e vou direto pra cozinha. O cheiro de café já tá no ar.

- E aí, Dona Maria! Bom dia! Tá bem? - cumprimento, animado.

Dona Maria, meu anjo da guarda em terras brasileiras, já tá lá, pilotando o café da manhã.

- Bom dia, meu filho! Tudo ótimo. O café tá na mesa, do jeitinho que você adora - ela responde com aquele sorriso que me faz sentir bem.

Juro, essa senhora é mais que uma funcionária. É quase uma segunda mãe pra mim. Me jogo na cadeira, agradecendo mentalmente por ter ela na minha vida. Pego uma xícara enorme e encho de café, forte pra caramba, do jeito que me mantém ligado o dia todo.

- Dona Maria, você é demais! Sem você, eu tava completamente perdido aqui. - falo, enquanto como os ovos mexidos com o pão quentinho que ela preparou com tanto carinho.

Depois de me empanturrar com esse café da manhã, é hora de me preparar pro treino.

Vou pro quarto e pego meu uniforme do Palmeiras. Cara, toda vez que toco nesse escudo, sinto um arrepio. É uma mistura de orgulho com responsabilidade, sabe? Tô vestindo as cores de um dos maiores times do Brasil. Não é pra qualquer um, não.

Dou aquela arrumada básica no cabelo - afinal, nunca se sabe quando vai ter uma câmera por perto, né? - Mando um sorriso confiante pro espelho, como se tivesse dizendo pra mim mesmo: "Vai lá e arrasa, Ríos!". Pego as chaves do carro e tô pronto pra começar mais um dia.

No caminho pro CT, também ligo o som do carro. Mais música (brasileira) pra embalar a viagem. É meu ritual particular pra entrar no clima, enquanto me preparo pra mais um dia intenso no futebol brasileiro.

[ ... ]

Chegando no CT, a recepção é sempre calorosa. Os caras já tão todos lá, se cumprimentando, trocando umas provocações de leve, aquela vibe boa que só time unido tem.

- Fala, Ríos! Preparado pra suar a camisa hoje? - Lázaro me pergunta, com aquele sorriso largo.

- Nasci pronto, pai! - respondo, já entrando no clima, fazendo um toque, característico nosso.

O treino começa pesado, como sempre. Primeiro, aquele alongamento necessário pra não ter lesão. Depois, a coisa pega fogo. São exercícios físicos que fariam até maratonista chorar. Sinto cada fibra do meu corpo trabalhando, reclamando, mas ao mesmo tempo, sei que é isso que me mantém no topo do jogo. A adrenalina corre solta, me lembrando porque amo tanto esse esporte.

Aí chega a hora da tática com o Abel Ferreira. O portuga é um gênio, mano. Cada instrução dele é como se tivesse abrindo meus olhos pra um novo jeito de ver o jogo. Fico ligadão em cada palavra, já imaginando como vou aplicar tudo isso dentro de campo.

Chamada do Acaso - Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora