CAPÍTULO 11

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              Sarah Rossetti

Eu ainda estou no chão, completamente em choque, pelo o ocorrido, sinto as mão de meu irmão me amparando, me cobrindo com seu blazer, me puxando  para seus braços. Felippo foi embora e me largou aqui como se eu não fosse nada, Guilliano está mais a frente ao telefone.

Me agarro ao meu irmão e lê conto o que acontece. Meu pai ao lado escuta tudo, e com seu tom amargo e rude diz:

- Se você não se comportasse como uma puta, nada disso teria acontecido. Duvido que Lorenzo tentaria alguma coisa se você não tivesse se oferecido. Por sua causa perdi meu melhor homem.

  Fico incrédula pelo que ouvi, como ele pode dizer uma coisa dessa depois que ouviu o que eu disse.

Ele se abaixa até ficar da minha altura, segura em meus cabelos puxando com força e diz:

- Você vai pra casa do Don Felippo, espero que se comporte até o casamento, porque se acontecer alguma coisa, e o casamento for cancelado eu te mato. Não me importo com o que acontece com você depois, por mim ele pode até te pica toda, e te dá para os cães, mas primeiro quero essa união, quero nossa família unida. Nem que pra isso eu precise te quebrar inteira.

Dito isso ele me solta e meu irmão diz:

- Pai, não acho apropriado ela ir pra casa dele, ainda mais ela nesse estado. Pai, ela não está bem, ela está machucada, vamos levá-la pra casa por favor.

Vê meu irmão suplicando por mim me comove muito, ainda mais vendo o ódio brilhar nos olhos do meu pai, isso me faz chorar novamente.

- Não se intrometa, isso não tem respeito.

Meu pai diz, se levantando e saindo de perto de nós.

Não sei o que eu fiz pra ele ter tanto ódio, tanto desprezo por mim. Ou isso é  pura ganância? Seja o que for, se fosse pra me Tratar assim, porque não me deixou no colégio interno?

Um carro para ao lado e Guilliano pede para que eu entre, meu irmão me pega no colo e me coloca no banco traseiro. E pergunta ao Guilliano:

- Sr D'Angelo, posso acompanhar minha irmã?  Ela é só uma menina, e está muito assustada com tudo que aconteceu, acho que se eu for junto posso acalmá-la.

- Não será necessário, já liguei e a médica está esperando por ela na mansão. Não se preocupe, ela será bem cuidada.

- E as coisas dela? Roupas, itens pessoais? Ela vai precisar.

- Não se preocupe com isso, amanhã mando alguém para buscar o mais necessário, o restante com certeza meu irmão comprará tudo que ela precisar.

Meu irmão me dá um beijo na testa e fecha a porta do carro. Isso faz eu me sentir tão pequena,  sozinha e isolada. Abraço meu próprio corpo na intenção de me manter protegida.

Vejo Guilliano ocupar o banco do passageiro e um homem de mais ou menos um 40 anos está como motorista.

Distante vejo meu pai e meu irmão  discutindo e indo em direção ao seu carro, enquanto nós partimos.

Depois de uma viagem curta de mais ou menos 30 minutos, praticamente silenciosa, onde os dois trocaram poucas palavras.  Chegamos a uma propriedade um pouco afastada da cidade, com grandes portões dourados. Daqui consigo ver a minha esquerda não muito distante, uma guarita com guardas fortemente armados.

Os portões se abrem, vejo os guardas cumprimentarem Guilliano curvando a cabeça com respeito. O carro segue até a entrada de uma enorme mansão toda branca, observo admirada uma entrada estilo grego romano com enormes pilastras de concreto e uma  escadaria com poucos degraus.

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