CAPÍTULO 3

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Assim que o avião pousou, já adentramos uma SUV preta que nos agradava.

O caminho até a residência de meus pais é curto, serca de uns 20 minutos.

Chegando a residência, minha mãe já nos aguardava na entrada. Deu pra perceber que estava ansiosa pra me ver.

Eu também estava morrendo de saudades dela, ela é a pessoa mais carinhosa que conheço.

Uma mulher linda, com traços de sofrimento em seu rosto, traços causado por anos de convivência com um homem cruel como meu pai.

Mamãe antes de casar com meu pai, ela não fazia parte da organização, ela era uma das melhores arquitetas aqui da Itália, Luisa Monteiro, famosa com seus projetos inovadores espalhados pelo país. Depois do casamento teve que abandonar seus sonhos, por um amor que nunca existiu.

Tenho pena dela, seu olhar é tão triste... aqueles olhos azuis tão parecido com os meus, refletem dor e angústia e sofrimento.

- Oh bambina mia que saudade...

Corro até ela, me aninhando em seus braços, senti tanta falta disso, seu cheiro me trás paz.

- Mamma senti tanto sua falta...

Fecho os olhos curtindo o momento.

Momento esse que é interrompido com a porta sendo aberta atrás de mamãe.

Olho com o coração disparado pensando ser meu pai, mas felizmente é meu irmão mais velho Isaac.

- Sarah maninha como você cresceu...

Vem, e me dá um abraço. Ele mudou muito, tá com cara de homem. A última vez que o vi, ainda éramos crianças, ele é 2 anos mais velho que eu.

Hoje o vejo tão lindo com essa barba por fazer, e o corpo musculoso coberto por tatuagens.

- Vamos entrar papai está aguardando...

Essas palavras me causa calafrios.

Olho pra mamãe que me lança um sorriso triste.

Meu irmão percebe minha hesitação, com um gesto carinhoso, acaricia minhas costas e fala:

- Não se preocupe, vai ficar tudo bem... ele tá de bom humor desde que conseguiu esse acordo. E sinto muito por isso.

Vejo sinceridade nos olhos de meu irmão. Quando éramos crianças, Isaac sempre que pôde, me protegia das agressão de papai. Muitas vezes até levava surras em meu lugar. O amo muito, e sou muito grata por ter ele como irmão.

Ao adentramos o rol, já avisto papai sentado no sofá na sala.

Vou até ele e o comprimento, segurando e beijando sua mão, um gesto de respeito, pedindo sua benção.

Nesses 8 anos que passei no colégio, só mamãe ia me visitar. Meu irmão sei que não pode, por causa do treinamento. Sei que futuramente ocupará o lugar de papai como capô.

E papai... como sempre ocupado com os assuntos da organização. Mesmo assim não senti falta dele.

Papai me olha e fala:

- Olha só como ficou linda, minha bambina cresceu. Consegui um excelente casamento pra vc. Vai ser esposa do chefe. Vê se não estraga falando alguma besteira.

Apenas acenti. Não quis prolongar a conversa, apenas queria ir ao meu quarto, tomar um banho descansa. A viagem foi longa.

- Vai descansar, mais tarde quero você em meu escritório, discutiremos sobre seu casamento. Amanhã terá um jantar de apresentação, você conhecerá seu noivo. E quero que seja perfeito, nosso novo dom é exigente.

Ao ouvir isso sinto meu corpo fica rígido. Não tem como escapa disso.

Subo as escadas, ao chegar no meu quarto vejo que mamãe o deixou do mesmo jeito que deixei quando parti.

Com um estilo meio infanto juvenil, meu quarto é lindo, todo rosa e dourado, aliás a mansão toda é linda. Um dos projetos de mamãe. O último em que trabalhou.

Entro e me jogou na cama fecho os olhos, fico pensando no que meu pai disse. Não acredito que o noivado já tá marcado pra amanhã.

Mamãe bate na porta, já adentrando.

- Filha, posso entra.

- Claro.

-Filha, eu sei que deve está preocupada com o evento de amanhã... Eu realmente sinto muito. Eu tentei conversar com o seu pai sobre isso, mas vc sabe como ele é.

Diz se sentando em minha cama. Deito minha cabeça em seu colo.

Fecho os olhos, sentindo acariciar meus cabelos, falo:

- Ah mamãe... Como ele pode fazer isso comigo. Como me casar com alguém que não conheço. Tenho tanto medo, ele deve ser como ou pior que papai.


Com os olhos cheios de lágrimas, mamãe diz:

- Oh amore mio. Vamos ter fé que tudo vá ficar bem. Vá tomar um banho, vou preparar um lanchinho pra você.

Levanto e vou para o banheiro, tomo um banho relaxante, à muito tempo não tomo um banho assim, no colégio é tudo muito simples.

Volto pro quarto, e vejo que mamãe deixou uma bandeja com o lanche em cima da mesa, que fica em frente a janela.

Como o lanche, olhando pela janela perdida em pensamento... Porque papai fez isso comigo, vejo como não significo nada pra ele. Praticamente, me vendeu pra um desconhecido.

Saio dos meus devaneios, quando batem na porta, olho e vejo Glória uma das empregadas da casa.

- Licença senhorita, seu pai mandou te chama.

- Tudo bem, só vou me trocar.

Pego em uma das malas, um vestido simples de alça florido, que vai até a altura do joelho, deixo o cabelo solto pra seca naturalmente.

Descendo as escadas, ouço vozes. Mamãe já vem ao meu encontro.

- Filha seu pai tá no escritório com o Guilliano D'Angelo, subchefe da organização, irmão do dom Felippo D'Angelo, seu futuro marido. Espere aqui até que te chamem.


Me sento no sofá já com as mãos suando de medo e ansiedade.



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